sábado, 9 de julho de 2016

Literatura: Flica deste ano será de 13 a 16/10

A contagem regressiva para a Flica começou ontem, quando foi anunciada a data de realização da festa literária que movimenta a cidade de Cachoeira desde 2011: a edição deste ano será realizada de 13 a 16 de outubro.
Prévia da Festa Literária de Cachoeira, a Flica na Caixa começou ontem com debates abertos ao público
(Foto: Arisson Marinho/CORREIO)
E para “esquentar” os fãs de literatura, foi realizado ontem o debate Crônicas de Amor e Sexo & Outras Histórias, no evento batizado Flica na Caixa Cultural, que segue hoje com outros debates. Participaram da mesa os escritores Xico Sá, Reinaldo Moraes e Márcio Matos, com mediação de Zulu Araújo, diretor da Fundação Pedro Calmon. Zulu começou o debate provocando Xico: “Os machões dançaram?”, perguntou, fazendo referência ao título do livro do escritor, lançado no final de 2015. Xico respondeu, com seu bom humor: “Tomara que sim! O macho ‘jurubeba’, à moda antiga, talvez ainda existam uns dois em Feira de Santana e mais um em Ilhéus. Não tem mais lugar pra esse macho que quer mandar em tudo. É  uma figura esvaziada”.
O machismo e o feminismo, embora não fossem o tema da discussão, acabaram rondando a conversa. Reinaldo Moraes lembrou de uma experiência recente, que lhe fez questionar alguns exageros do feminismo: “Escrevi na Folha de S. Paulo um artigo que reproduzia um trecho da canção A Vizinha do Lado, de Caymmi. Dizia ‘A vizinha quando passa com seu vestido grená / Todo mundo diz que é boa(...)/ Ela mexe com o juízo do homem que vai trabalhar’. No outro dia, fui bombardeado com críticas dizendo que eu estava tentando justificar o estupro”, disse à plateia, que suspirou, indicando estar surpresa com a tal reação ao texto que Reinaldo havia publicado.
Márcio Matos fez uma espécie de mea culpa e disse que tenta se livrar de alguns resquícios de machismo que ainda lhe impregnam: “Essa herança que a gente recebe é muito antiga. Então, não é fácil se livrar dela”.
Para não escapar do tema da mesa, Xico Sá brincou: “O maior safado da literatura brasileira continua sendo Jorge Amado, por ter colocado a safadeza em tudo, até na ‘encoxada’ no fogão. Mas ainda tem pouca safadeza, porque a literatura é metida a séria e acaba tentando imitar a literatura europeia”.
A Flica na Caixa e a Flica são realizações da iContent (empresa da Rede Bahia) e Cali - Cachoeira Literária.
Fonte:Correio da Bahia

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