imagem:pericias legais.com.b/reprodução
Uma empresa foi condenada a pagar indenização de R$300 mil após
dois gerentes terem sido acusados de insultar, constranger e humilhar
funcionários da Capital de forma preconceituosa, os chamando de "baiano
lerdo". De acordo com o G1, a empresa em que o crime ocorreu foi a
Bematech, que atua no desenvolvimento de equipamentos para automação
comercial. O Ministério Público do Trabalho (MPT) moveu ação civil
pública em 2014 contra a companhia que tem sede em Curitiba e tinha
unidade em Salvador.
A decisão judicial foi proferida em novembro.
Segundo o MPT, o assédio era praticado pelos gerentes Rodrigo Galvão e
Gustavo Zuali, que teriam humilhado os funcionários de forma racista e
preconceituosa ao comentar que os trabalhadores seriam “preguiçosos,
lerdos, moles, devagar”. Juíza do caso, Lucyenne Veiga declarou nos
autos que o estigma do "baiano lerdo", preguiçoso e com aversão ao
trabalho não é real.
“Na verdade, segundo estudos antropológicos, o
estigma de preguiçoso do baiano teve origem na elite branca que dominava
o Brasil na época da escravidão dos negros e era usada para desdenhar
desses escravos que laboravam até a exaustão”, declarou. Em defesa, a
empresa teria dito que sempre cumpriu determinações legais e que um de
seus gestores era nordestino, resposta desconsiderada pela juíza. “Até
porque, infelizmente, não raro um oprimido assume o lado do opressor”,
disse ela.
O valor que será pago pela empresa deverá ser revertido para o
Fundo de Promoção do Trabalho Decente, à Associação de Pais e Amigos de
Crianças e Adolescentes com Distúrbios de Comportamento e ao Lar Irmã
Benedita Camurugi. Cada uma delas deve receber R$ 100 mil. Apesar da
Bematech não possuir mais unidade na capital baiana, a Justiça
considerou que ainda há responsabilidade sobre o dano moral causado. A
decisão já foi confirmada em segunda instância.
fonte:BN
muito bom
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