quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Programa Mais Médicos: Retirada antecipada de cubanos é grave ameaça para municípios baianos, diz Sesab

   Foto:Exposição programa mais médicos durante a olimpíadas/paraolimpíadas no RJ em 2016 Créditos: Araquém Alcântara
Ao longo de cinco anos de existência, mais de 5,6 milhões de pessoas beneficiadas, cerca de 800 mil consultas realizadas por mês e uma cobertura de 72% da Atenção Básica. Estes são os números alcançados pela Bahia após a implantação do Programa Mais Médicos no país. 
Atualmente, o estado possui 1.522 médicos do Programa, que estão alocados em 363 municípios. Deste total, 846 são cubanos. Os números foram apresentados pelo secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, nesta quarta-feira (14), durante a reunião da Comissão Intergestores Biparte (CIB), que aconteceu na sede da União dos Municípios da Bahia (UPB), em Salvador.
De acordo com o secretário, o programa vinha sendo extremamente relevante, sobretudo, para os moradores dos municípios distantes dos grandes centros, pela maior dificuldade de acesso aos serviços de saúde. “Além de possibilitar o acesso ao atendimento, o Mais Médicos vinha oferecendo atendimento de qualidade, mais humanizado à população”, ressalta.
Vilas-Boas ainda pontua que o fim da cooperação com a Organização Pan Americana da Saúde (Opas) e o governo cubano terá grave impacto em todo o Brasil, sobretudo no norte-nordeste e na periferia das grandes cidades do sudeste. “De uma só vez, sairão mais de 8.500 médicos cubanos dos locais onde estão trabalhando atualmente. Esses médicos estão em 2.885 municípios do país, sendo a maioria nas áreas mais vulneráveis, tais com Norte, semiárido nordestino, cidades com baixo IDH, saúde indígena e periferias de grandes centros urbanos”, afirma. Além disso, 1.575 municípios só possuem médicos cubanos, sendo que 80% desses municípios são pequenos (menos de 20 mil habitantes).
“A substituição de médicos cubanos por brasileiros vinha sendo feita progressivamente, porém a reposição antecipada e imediatas não será algo exequível, o que irá certamente causar desassistência. Em cinco anos de programa, nenhum edital de contratação de médicos brasileiros conseguiu contratar essa quantidade de profissionais. O maior edital contratou 3 mil brasileiros”, pontua o titular da pasta da Saúde.

ACM Neto
Ao comentar o assunto, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), disse que “não é possível acabar com o programa de uma hora para outra”. “É preciso uma intervenção rápida. O governo tem o direito de mudar o programa, desde que tenha capacidade de suprir as demandas”, disse. 



fonte: Sesab e Correio da Bahia 14/11/18 -10:25min. c/adaptações

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