Feira de Santana - foto: reprodução/Acontece na Bahia
Com dados relacionados a 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) de Feira de Santana foi estimado em 14.7 bilhões de reais, segundo o estudo divulgado nesta quarta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desde modo, a segunda maior cidade da Bahia em número de habitantes tem o terceiro maior PIB do estado ficando atrás de Salvador (R$ 63,5, bilhões) e Camaçari (R$ 23,8 bilhões).
A Bahia tinha, em 2018, três cidades entre os 100 maiores PIBs municipais brasileiros. Além da capital (10º), Camaçari (39º maior PIB do país) e Feira de Santana (68º) também estavam neste grupo.
Desde 2002, início da série histórica do IBGE, Salvador e Camaçari têm os maiores PIBs da Bahia; e, desde 2004, Feira de Santana ocupa a terceira posição. Em 2018, não foi diferente. Os PIBs de Salvador (R$ 63,5 bilhões), Camaçari (R$ 23,8 bilhões) e Feira de Santana (R$ 14,7 bilhões) apresentaram leves crescimentos nominais em relação a 2017 e se mantiveram como os maiores.
Feira de Santana X Salvador
Apesar da elevada concentração do PIB baiano na capital, em 16 anos (2002-2018) Salvador foi o município que mais perdeu participação na riqueza gerada no estado. Por outro lado, quem mais ganhou peso na Economia da Bahia, nesse período, foi Feira de Santana, no Centro-Norte.
Em 2002, de cada R$ 100 gerados na Bahia, cerca de R$ 27 vinham de Salvador, que respondia por 26,8% do PIB do estado. Em 2018, a participação ficou em 22,2%, ou seja, a capital era responsável por pouco mais de R$ 22 de cada R$ 100 gerados no estado. Já Feira de Santana, que contribuía com 3,7% do PIB da Bahia em 2002, viu sua participação crescer para 5,1% em 2018.
As duas cidades têm forte peso nos serviços privados (excluindo-se a administração pública), que representavam em 2018 72,0% do valor gerado pelos setores produtivos em Salvador e 65,1% do valor gerado em Feira de Santana.
A perda de peso de Salvador no PIB baiano se explica justamente pela redução da importância da capital nos serviços privados (de 42,3% para 31,4% do valor gerado pelo setor no estado, entre 2002 e 2018), com uma perda relevante também na indústria (de 18,8% para 12,8%).
Já o ganho de Feira se deu com um pouco mais de força no setor industrial da Bahia (de 2,9% em 2002 para 4,5% em 2018) do que nos serviços privados (de 4,8% para 6,4% do valor gerado no estado).
Os maiores PIBs da Bahia
Os 10 municípios da Bahia com os maiores PIBs concentraram, naquele ano, mais da metade da riqueza do estado (50,8%). Mas houve mudanças neste ranking entre 2017 e 2018.
Luís Eduardo Magalhães (R$ 6,2 bilhões em 2018) ultrapassou Simões Filho (R$ 5,8 bilhões) e passou a ser a 7ª maior Economia baiana. Barreiras subiu do 10º para o 9º lugar (R$ 4,7 bilhões) e Candeias (R$ 4,4 bilhões) entrou no grupo, avançando de 11º para 10º. Por outro lado, Itabuna (R$ 4,1 bilhões) deixou o “top-10”, caindo de 9º para 13º lugar, entre 2017 e 2018.
No outro extremo, os três municípios baianos com os menores PIBs, em 2018, foram Ibiquera (R$ 27,7 milhões), Dom Macedo Costa (R$ 32,1 milhões) e Contendas do Sincorá (R$ 36,9 milhões) - que não fazia parte desse trio em 2017, mas caiu duas posições de um ano para outro, superado por Cravolândia e Lafaiete Coutinho.
Outro sinal da concentração da geração de riqueza na Bahia é o fato de que, em 2018, o PIB de Salvador (R$ 63,5 bilhões) foi superior à soma do valor gerado pelos 362 municípios baianos com os menores PIBs, o que equivale a 86,1% das 417 cidades do estado. Estes 362 municípios juntos geraram uma riqueza de R$ 62,9 bilhões.
Salvador
As perdas de participação e de posição por parte de Salvador nos PIBs nacional e nordestino, entre 2017 e 2018, se explicam, em parte, pela retração nominal da indústria na capital e, de forma mais importante, pela queda de participação nos serviços em geral.
Em 2018, o valor adicionado bruto da indústria soteropolitana ficou em R$ 6,9 bilhões, mostrando um recuo nominal de 6,4% frente ao gerado em 2017 (R$ 7,4 bilhões).
Com isso, a indústria perdeu peso na Economia de Salvador (de 13,53% do valor total gerado pelo PIB em 2017 para 12,54% em 2018); e a capital baiana, por sua vez, perdeu participação no valor gerado pelo setor industrial em nível nacional (de 0,62% para 0,53%), regional (de 4,67% para 4,16% no Nordeste) e estadual (de 13,94% para 12,82% na indústria baiana).
O setor de serviços como um todo de Salvador (incluindo a administração pública) teve, em 2018, um valor adicionado bruto de R$ 48,2 bilhões, o que representou 87,4% do total gerado pela Economia soteropolitana no ano. Houve um crescimento nominal de 2,2% frente a 2017 (quando o valor tinha sido de R$ 47,2 bilhões, representando 86,4% do total).
Mesmo assim, por esse crescimento ter sido menor do que o verificado em outros municípios, a capital perdeu participação no setor de serviços nacional (de 2,1% para 2,0%), do Nordeste (de 13,3% para 13,0%) e no próprio estado (de 49,7% para 48,1%, mantendo-se, nesse caso, ainda bastante relevante).
Frente ao ano anterior, o estado perdeu 1 município entre os 100 maiores PIBs. São Francisco do Conde, que tinha a 97ª maior Economia do país em 2017, teve retração nominal no seu PIB, de R$ 10,1 bilhões para R$ 8,9 bilhões (-12,4%), e, apesar de se manter como o 4º maior PIB da Bahia, caiu para a 130ª posição nacional.
Cidades da Bahia com os maiores PIBs agropecuários do Brasil
São Desidério e Formosa do Rio Preto ficam com os maiores PIBs agropecuários do Brasil em 2018. Em 2018, pelo segundo ano consecutivo, o município de São Desidério, no Oeste baiano, ocupou o posto de maior PIB agropecuário do país, com um valor adicionado bruto de R$ 2,5 bilhões, o que representou um crescimento nominal (considerando a variação dos preços) de 65,2% em relação a 2017 (R$ 1,5 bilhão).
A agropecuária respondia por 70,5% da Economia da cidade, naquele ano, e o bom resultado se deu por conta do desempenho positivo das lavouras de algodão e soja.
A novidade em 2018 ficou com a 2a posição no ranking nacional do valor gerado pela agropecuária, que passou a pertencer ao município baiano de Formosa do Rio Preto, com R$ 1,8 bilhão. A cidade, também no Oeste do estado, era o 7º maior PIB agropecuário no ano anterior e teve um ganho nominal de 71,6% no valor entre 2017 (que era de R$ 1,1 bilhão) e 2018.
Além desses dois municípios, Barreiras também passou a figurar entre os 10 maiores valores gerados pela agropecuária brasileira, com a 9ª colocação em 2018 (frente à 24ª em 2017) e um valor de R$ 1,1 bilhão. Estes três municípios baianos são os únicos fora da região Centro-Oeste no “top-10” do PIB agropecuário nacional.
A boa situação das lavouras de commodities fez com que São Desidério e Formosa do Rio Preto estivessem ainda entre os municípios que mais ampliaram sua participação no PIB baiano entre 2017 e 2018, com o maior ganho e o terceiro maior, respectivamente. São Desidério avançou de uma participação de 0,88% para 1,27% do PIB do estado, enquanto Formosa do Rio Preto passou de 0,65% para 0,94%.
fonte:Acorda Cidade - 17/12/2020 -07h:39min.
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