quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

IMS repudia uso de fotografia da ditadura em montagem do sobrinho de Bolsonaro

 

                                 Montagem do Sobrinho de Bolsonaro -foto:reprodução

IMS repudia uso de fotografia da ditadura em montagem do sobrinho de Bolsonaro
Foto: Evandro Teixeira / IMS

O Instituto Moreira Salles (IMS) repudiu o uso sem autorização da fotografia do baiano Evandro Teixeira em uma montagem publicada pelo primo dos filhos de Jair Bolsonaro, Léo Índio. Em nota divulgada das redes sociais nesta quarta-feira (30), a instituição, que é titular dos direitos patrimoniais do fotógrafo baiano, argumentou que a utilização da obra pelo familiar do presidente se trata de "uma violação do direito moral do autor".

 

"O IMS informa que está tomando as providências necessárias para que a imagem produzida a partir da obra, deturpada em seu sentido e intenção originais, seja imediatamente retirada das plataformas e meios digitais em que está sendo divulgada", relatou o IMS. 

 

"A imagem original de Evandro Teixeira foi usada numa fotomontagem não autorizada publicada nas redes sociais por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro. Nela, o presidente aparece, de uniforme de futebol, tomando a frente dos soldados da PM para chutar e agredir o manifestante em fuga", continuou.

 

A obra em questão se trata da fotografia "Caça ao estudante", clicada por Evandro em 21 de junho de 1968, quando trabalhava no Jornal do Brasil. Na ocasião, durante a ditadura militar, policiais perseguiram estudantes que protestavam contra o regime na região Cinelândia, no Rio de Janeiro. Vinte e oito pessoas foram mortas naquele dia que ficou conhecido como "sexta-feira sangrenta".

 

"Evandro Teixeira é um dos mais renomados fotojornalistas do Brasil e sua obra completa, de mais de 150 mil imagens, integra hoje o acervo do Instituto Moreira Salles. A preservação de seu legado como artista e fotógrafo é nosso dever absoluto, seja em relação à integridade de seu trabalho autoral como também ao significado histórico e cultural de sua obra para o país", concluiu o IMS no comunicado, defendendo o fotógrafo baiano.


fonte:BN - 30/12/2020 21h

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