foto:reprodução
O novo ministro da Defesa, Braga Netto, tem encontro marcado com os comandantes das Forças Armadas hoje, às 8h30. Mas, antes mesmo dessa conversa formal, o general Edson Leal Pujol, do Exército, foi avisado de que deverá deixar cargo. O presidente Jair Bolsonaro está irredutível em relação a isso.
Os comandantes da Marinha, Ilques Barbosa Junior, e da Aeronáutica, Antônio Carlos Muaretti Bermudez, podem continuar em suas funções, se assim desejarem. Mas, no Exército, a ordem expressa do Planalto é por mudança. Não há mais diálogo entre o presidente e Pujol, que é contra a politização nos quartéis e defende medidas rígidas contra a pandemia do novo coronavírus.
A pressão pela demissão de Pujol aumentou muito nas últimas duas semanas. Bolsonaro queria que o Exército fosse mais pró-governo, com demonstrações públicas nesse sentido, mesmo em relação a falas absurdas como a adoção de um estado de sítio, medida refutada tanto por Azevedo e Silva quanto por Pujol, contrários a posicionamentos políticos por meio das Forças Armadas.
Bolsonaro se sentiu traído. Chamou Azevedo e Silva para uma conversa no Planalto, às 14h. Não lhe deu nem cinco minutos de conversa e o demitiu. A decisão do presidente da República pegou todos no entorno do general de surpresa, pois ele era um dos integrantes do governo que mais defendia Bolsonaro.
O presidente quer usar as Forças Armadas como instrumento do governo. E há uma enorme resistência do pessoal da ativa em ceder às pressões de Bolsonaro. Azevedo e Silva sempre ressaltou que, dos muros dos quartéis para fora, o assunto era com ele e com Bolsonaro. Dos quartéis para dentro, é com os comandantes das Forças.
Quem conversou com Azevedo e Silva diz que ele está tranquilo, pois foi leal com o presidente da República e com os comandantes das Forças Armadas, com os quais conversa pelo menos três vezes por semana. O agora ex-ministro da Defesa afirma a interlocutores que já pressentia sua demissão, diante do aumento da obsessão de Bolsonaro por ter maior intervenção nas Forças.
fonte:Correio Braziliense - 30/03/2021 09h:40min.
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