SÃO PAULO - Após 15 meses de pandemia, o

Brasil chegou à marca de 450 mil mortos por 

covid-19 nesta segunda-feira, 24, segundo 

dados compilados pelo consórcio de veículos 

de imprensa. Com a média móvel de óbitos 

ainda em patamar alto e número de casos em 

nova crescente, o País já acumula 450.026 

perdas desde o início da crise sanitária.

Especialistas já vinham alertando que o pico 

ainda não tinha passado no Brasil, mas em 

muitos lugares optou-se pela flexibilização das

 regras de isolamento social. Nas últimas 24 

horas, novas 841 mortes foram registradas no

 País.

A média semanal de vítimas, que elimina 

distorções entre dias úteis e fim de semana,

 ficou em 1.881 nesta segunda. O índice é 

menor em relação ao dia anterior, quando 

marcou 1.909, mas o patamar é considerado 

elevado.

Cemitério da Vila Formosa, em São Paulo. © Felipe Rau/Estadão Cemitério da Vila Formosa, em São Paulo.

Por sua vez, o aumento de novos casos, 

percebido desde a última semana, tem causado apreensão. Na segunda-feira passada, o índice

 de diagnósticos foi de 35.888 em 24 horas. 

Agora, está em 37.563. A média de novos

 casos diários chegou a 65.719, 8% a mais do

 que há 14 dias. Já os casos acumulados 

ultrapassam 16,1 milhões.

A maioria das mortes por coronavírus no Brasil

 foi registrada neste ano. Em 2020, após o pico

 da primeira onda, o número de casos e mortes começou a cair entre julho e agosto para ter 

novo aumento a partir de novembro. O 

surgimento de uma nova cepa do vírus (P.1) 

em Manaus colapsou o sistema amazonense

 em janeiro e provocou a mesma catástrofe 

em quase todos os Estados entre fevereiro e 

março deste ano.

No ano passado, o País demorou quase cinco

 meses para chegar aos primeiros 100 mil 

mortos e outros cinco meses para chegar 

aos 200 mil, marca que foi atingida já em 21

 de janeiro. Depois, foram dois meses e meio

 para alcançar as 300 mil vítimas.

A confirmação de 450 mil óbitos veio apenas 

61 dias depois. A marca, incomparável a 

qualquer outra tragédia no Brasil, é registrada

 em meio à CPI 

da Covid, no Senado, que apura possível responsabilidade do governo na condução 

da pandemia, e ao receio provocado pela 

chegada da variante B.1.617, originada na Índia. Os primeiros casos foram confirmados no

 Maranhão.

Já após a chegada da nova cepa, o presidente

 Jair Bolsonaro participou de evento, sem

 máscara e com aglomeração, em Açailândia, 

no interior do Maranhão. No fim de semana,

 também esteve em outro ato com 

motociclistas no Rio, mais uma vez sem

 máscara e com multidão.

Acompanhado de aliados político, como o 

ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello,

 Bolsonaro voltou a criticar o isolamento 

social, defendido por médicos e pesquisadores. "Muitos governadores e prefeitos simplesmente

 ignoraram a grande maioria do povo brasileiro, e sem qualquer comprovação científica, decretaram 

lockdown, confinamento e toque de recolher",

 disse na ocasião. "Eu lamento cada morte no

 Brasil, não importa a motivação da mesma.

 Mas nós temos que ser fortes, temos que 

viver e sobreviver."

Em números absolutos, os Estados que 

registram mais mortes acumuladas por 

covid-19 são: São Paulo (107.677), 

Rio de Janeiro (49.539), Minas Gerais (39.128)

, Rio Grande do Sul (27.468) e Paraná (25.418).

Os dados diários do Brasil são do consórcio 

de veículos de imprensa formado por Estadão,

 G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria 

com 27 secretarias estaduais de Saúde, em

 balanço divulgado às 20h.

fonte:ESTADÃO - 24/05/2021 22h:15min.