Sikêra Jr. perdeu mais um patrocinador do “Alerta Nacional”, na Rede TV!. A Compacta Print se tornou, nesta terça-feira (6), a 35ª empresa a deixar o programa do bolsonarista.
“A Compacta Print, conforme comunicado oficial já emitido sobre o assunto e reafirmado em nossa live, na última sexta-feira, através do pronunciamento de nosso diretor de marketing, reafirma que todas as ações de merchandising planejadas para o programa Alerta Nacional, do apresentador Sikêra Jr., foram canceladas. Decidimos tomar essa decisão, pois não compactuamos com qualquer forma de preconceito, discurso de ódio ou discriminação, seja ela de gênero, orientação sexual, religiosa ou social”, diz postagem da empresa.
A reação dos patriocinadores foi motivada pelas declarações de Sikêra Jr. No dia 25 de junho, ele utilizou seu programa para disseminar discurso de ódio contra a comunidade LGBTQIAP.
“A criançada está sendo usada. Um povo lacrador que não convence mais os adultos e agora vão usar as crianças. (…) Deixa essa tara, não vem para o lado das crianças. (…) A gente tá calado engolindo essa raça desgraçada. (…) O comercial é podre, nojento, ridículo”, disse o apresentador ao vivo, ao comentar comercial do Burger King em respeito à diversidade.
O grupo Sleeping Giants, que cobra empresas a deixarem de anunciar em propagadores de fake news e discursos de ódio, registrou e celebrou a decisão, conforme tem feito com todos os patrocinadores que decidem deixar o programa do bolsonarista.
“Agradecemos a todos os seguidores que conscientizaram a empresa e também parabenizamos a Compacta Print pelo posicionamento!”, publicou o grupo no Twitter.
Reincidência
Sikêra Jr. faz declarações homofóbicas frequentemente. Em maio, o ativista LGBT, Agripino Magalhães protocolou no Ministério Público de São Paulo (MP-SP) um pedido de prisão preventiva do apresentador, por prática recorrente de homofobia ao vivo em seu programa.
A ação tem como base a edição do “Alerta Nacional” exibido no dia 5 de maio. Ao comentar sobre uma ação de jovens que vandalizaram uma igreja, Sikêra buscou fazer uma associação entre o crime da reportagem e a comunidade LGBT.
Após narrar o ato de vandalismo na igreja, Sikêra inicia uma correlação absurda do crime com a comunidade LGBT. “Se um policial chega aí e prende um menor desse, ‘ah, é ditadura’. Mas aí pode. Senhores, eu gosto muito de inverter as coisas. Eu vou inverter as coisas agora. Imagina se isso aí, imaginem se fosse uma bandeira do orgulho gay e eu rasgasse ela, ou alguém rasgue. Ave Maria! A hashtag estava comendo o fígado de quem fizesse isso”, disse Sikêra.
Em seguida, o bolsonarista ataca indiretamente o autor da representação no MP. “Ah, já aparecia os líderes, né? Associação. Tem o cabra safado lá de São Paulo, o que é suplente. Suplente de baitola (Agripino Magalhães é suplente de deputado), aquele safado do ventão, né? ‘Ah, eu estou representando contra ele’, o ventão vai dá o teu caneco pra lá! Cabra safado”, continuou.
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