quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Rio: Quem é o ex-vereador e fundador de milícia executado

 

Jerônimo Guimarães Filho, o JerominhoReprodução

Rio de Janeiro – Executado a tiros nesta quinta-feira (4/8), o ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, conhecido por seus eleitores como Jerominho, é apontado como um dos fundadores da milícia na cidade do Rio. Ao lado do irmão Natalino Guimarães, ele criou o grupo batizado de Liga da Justiça, que estabeleceu o domínio de milicianos (inicialmente) no bairro de Campo Grande, na zona oeste carioca.

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Jerominho ficou preso por 11 anos, entre 2007 e 2018. E, antes da longa passagem por penitenciárias, ele estabeleceu uma influência política na região sob seu domínio. Acabou eleito vereador por dois mandatos, entre 2000 e 2008. O segundo mandato acabou interrompido pelo decreto de prisão.

Nas campanhas, seu nome costumava ser associado ao símbolo do personagem Batman. E no contexto daquela época na zona oeste, todos os moradores sabiam que o morcego era uma referência aos milicianos da Liga da Justiça.

Jerominho seguia pela Estrada de Guandu do Sapé, em Campo Grande, quando foi surpreendido por dois homens armados com fuzis nesta quinta. Ele estava ao lado de seu cunhado no momento do ataque.

O cunhado foi internado no Hospital Rocha Faria e permanece em um quadro estável. Jerominho chegou a ser resgatado com vida, mas morreu ao chegar em um hospital privado da região.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra uma testemunha que presenciou a cena. O homem conta que um carro passou atirando em direção a Jerominho. “Era muito tiro, muito tiro mesmo”, disse. 

Apoio da família

Na década de 70, os irmãos eram policiais civis. Natalino Guimarães também seguiu carreira política e se elegeu deputado estadual. Assim como Jerominho, acabou preso em 2008 sendo acusado por ligações com a milícia.

Mesmo na cadeia, Jerominho ajudou a eleger sua filha como vereadora em 2009: Carmen Gloria Guimaraes Teixeira, conhecida como Carminha Jerominho.

Operação em 2020

No final de 2020, a Polícia Federal realizou uma operação que teve a família de Jerominho como alvo. Durante a ação, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em residências, comitês de campanhas e empresas ligadas a lavagem de dinheiro relacionados a crimes eleitorais na Zona Oeste do Rio.

Segundo o Ministério Público (MP), a organização extorquia moradores e comerciantes da região. Aqueles que se recusavam a pagar eram vítimas de violências ou assassinados.

Em janeiro de 2022, Jerominho foi preso novamente pelo crime de extorsão contra um motorista de van. Logo depois, acabou liberado pela Justiça.

Fonte:Metropoles - 04/08/2022

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