sexta-feira, 10 de junho de 2011

Polêmica: " Qualquer idiota escreve idiotice" afirma Deputado Luiz Alberto sobre artigo do escritor Rui Espinheira

Deputado Federal Luiz Alberto Foto:Agência Câmera



O deputado federal Luiz Alberto (PT-BA) teceu duras críticas ao artigo do escritor e membro da Academia de Letras da Bahia, Ruy Espinheira Filho, intitulado “A era da mediocridade” e publicado no jornal A Tarde do último 2 de junho. Em uma passagem do texto, Espinheira Filho, que também é professor, denuncia o que chama de “demonização da superioridade intelectual e do talento” e questiona a adoção do sistema de cotas pelas universidades brasileiras. “Antigamente um sujeito era nomeado para um cargo por ter valor reconhecido quanto ao desempenho na área. Hoje, qualquer idiota ocupa qualquer cargo – devido às cotas”, escreveu. Para o petista, as afirmações do intelectual reforçam ideias preconceituosas de que cotistas não teriam competência para preencher as vagas que ocupam. “Certamente os idiotas a que ele se refere são os negros, índios e quilombolas, ou ele faz referência a outros grupos étnicos? Vale lembrar que, o princípio da igualdade é constitucional e nele está inserido o sistema de cotas. As cotas para negros devem ser, sim, uma afirmação positiva para uma nação soberanamente democrática, como é o Brasil. Hoje, qualquer idiota pode escrever qualquer idiotice”, retrucou. O parlamentar ressaltou ainda a existência de pesquisas que comprovam o bom desempenho acadêmico dos cotistas. “O argumento que defendem os racistas, contrários às cotas, é que os profissionais e estudantes beneficiados com sistema de cotas têm menor rendimento, portanto, não seriam bons profissionais, por exemplo. Essa é uma argumentação falida”, argumentou.






Fonte:Bahianotícias

1 comentários:

  1. Eu também repudio o artigo do deputado Luiz Alberto, intitulado “Não, não vivemos na era da mediocridade (A Tarde, 11/6), sobre o que escreveu, com muita propriedade, neste mesmo jornal, o poeta Ruy Espinheira Filho.
    Vivemos, sim, na era da mediocridade: da mediocridade cultural e, principalmente, da mediocridade política. Basta-nos ver as manchetes diárias da política brasileira. Primeiro, o deputado que gosta tanto de falar das minorias, das cotas para negros — e somente para negros, claro está —, também deveria observar com mais atenção o que quis dizer o grande poeta, que também faz parte de uma minoria, de uma minoria de intelectuais, daqueles que ainda pensam e que pretendem tão somente difundir a cultura e a educação, coisa que parece, a maioria dos políticos lutam contra. Para estes, os que fomentam a ignorância, tudo o que não se reverte em benesse, é elitista. E assim vão propagando, ao invés de investirem na educação e na cultura de forma que todos tenham as mesmas oportunidades, e não dividi-los pela cor. Será que o senhor não acha vergonhoso a situação educacional em que se encontra o país? Somos menos do que o Zimbábue, do que o Chile, o Uruguai. Somos menos do que nós mesmos. Isto sim é racismo, preconceito, discriminação. Como bem disse o moçambicano Mia Couto, “eu não gosto de branco, nem de preto, eu gosto é do homem sem raça.”
    Ruy Espinheira está corretíssimo, vivemos na era da mediocridade e da ignorância. E todos aqueles que não conseguem ver isso, é igualmente ignaro. Apenas não se convencem de que a democracia ainda permite que nos expressemos, mas sem grosserias nem essa pobre retórica.
    Somente de uma coisa o nobre deputado está certo: “Qualquer idiota pode escrever qualquer idiotice.”

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