Foto: Polícia Federal desarticula seita religiosa que escravizada fiéis em cidades de Minas Gerais, Bahia e São Paulo(Vagner Rosário/VEJA)
A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira uma operação em sedes de uma seita religiosa suspeita de manter fiéis como escravos. Segundo as investigações, o grupo se apropriava do patrimônio dessas pessoas e as obrigava a trabalhar sem remuneração.
Batizada de De volta para Canaã, a operação é realizada em seis
cidades de Minas Gerais - Pouso Alegre, Poços de Caldas, Andrelândia,
Minduri, São Vicente de Minas, Lavras e Carrancas -, cinco cidades da
Bahia - Remanso, Morpará, Barra, Ibotirama e Cotegipe - e em São Paulo.
Cerca de 190 agentes cumprem seis mandados de prisão temporária, seis de
busca e apreensão, 47 de condução coercitiva e setenta de sequestro de
bens - imóveis, veículos e dinheiro.
As investigações apontam que integrantes da seita religiosa "Jesus, a
verdade que marca" mantinham pessoas sob regime de escravidão nas
fazendas onde ocorriam os rituais religiosos. Ao entrarem na seita, os
fiéis eram convencidos a doar seus bens para viver em uma comunidade em
que "tudo seria de todos", e obrigados a trabalhar sem receber
remuneração. De acordo com a polícia, o patrimônio da seita recebido dos
fiéis chega a mais de 100 milhões de reais, convertidos em casas
luxuosas, fazendas e carros de luxo.
A seita começou a ser investigada em 2010, e, em 2013, a PF delagrou a
Operação Canaã - realizou buscas em fazendas, propriedades rurais e
empresas. Os envolvidos podem responder pelos crimes de redução de
pessoas à condição análoga à de escravo, estelionato, tráfico de
pessoas, falsidade ideológica, organização criminosa e lavagem de
dinheiro.
Fonte:Veja
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