Foto:Murillo Constantino/agência o dia/reprodução
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa
disse, neste sábado, não acreditar que o Tribunal de Contas da União
(TCU) seja um órgão capaz de desencadear um processo grave como o de
impeachment de um presidente da República. "Não acredito no Tribunal de
Contas da União como um órgão sério desencadeador de um processo de tal
gravidade, o Tribunal de Contas é um playground de políticos
fracassados", disse. Segundo Barbosa, o TCU é um lugar onde políticos
sem expectativa de se eleger buscam uma "boquinha". "(O TCU)
não tem estatura institucional", afirmou no 7º Congresso Internacional
de Mercados Financeiro e de Capitais, organizado pela BM&FBovespa.
A questão para Barbosa, portanto, residiria na capacidade de o TCU
lidar com a questão das pedaladas, e não com a gravidade das manobras
fiscais do governo Dilma. "Uma das características da prática jurídica
brasileira é a dualidade entre o que está escrito nas normas, nas leis, e
a sua execução prática. Uma coisa é eu dizer que sim, é viável
juridicamente uma pedalada fiscal conduzir ao impeachment de um
presidente da República regularmente eleito. Outra coisa é eu saber como
realmente funcionam as instituições e acreditar nisso", disse o
ex-ministro do Supremo.
Barbosa afirmou que, para prosseguir com um processo de impeachment, é
preciso que as provas sejam "incontestáveis" e que envolvam diretamente
o presidente da República. Ele lembrou que esse movimento é algo que
precisa ser muito bem pensado, já que ele representa um "abalo sísmico"
para as instituições do país.
Candidatura -- O ex-presidente do STF voltou a negar
que pretenda se candidtar à Presidência da República. Ele classificou
como "impossível" uma candidatura. "Olhe para mim, para esse meu jeitão,
essa minha franqueza, meu modo de dizer as coisas, a minha
transparência... Eu seria massacrado se resolvesse entrar na briga pela
Presidência da República, a começar pelos políticos, eles não gostam de
outsiders, e eu sou um", disse.
Barbosa disse que ele segue na vida pública "dialogando com as
pessoas". "Estou conhecendo um Brasil que não conhecia. Tem sido muito
gratificante", disse o ex-presidente do STF, que foi aplaudido de pé
pelos presentes após finalizar sua palestra.
Fonte:Veja/Com Estadão Conteúdo)
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