Entre as pessoas que já foram infectadas pelo coronavírus, 34% recebem um diagnóstico de doença mental ou neurológica até 6 meses depois de ter covid-19. Essa foi a descoberta de um estudo do setor de psiquiatria da revista científica The Lancet, o maior do tipo já realizado.
Com a participação de 236.379 pessoas que sobreviveram à covid-19, o estudo analisou sintomas e diagnósticos mentais e neurológicos entre pacientes infectados em 2020.
Doenças neurológicas ou psicológicas foram encontradas em 34% dos pacientes, mas quem teve casos mais graves apresentaram sequelas de forma mais frequente.
Para quem apenas recebeu atendimento ambulatorial, 38% apresentaram doenças mentais ou neurológicas depois de 6 meses. A taxa sobe para 46% entre aqueles que precisaram ser internados em leitos de UTI (unidade de terapia intensiva).
As sequelas da covid-19 ainda não são completamente conhecidas pela comunidade médica. Por isso esse estudo, com tantos pacientes, é o quadro mais completo sobre os efeitos a longo termo para o cérebro humano. Outras sequelas no corpo humano continuam a ser estudadas.
Entre os pacientes analisados, os quadros mentais mais comuns foram: ansiedade (17% das pessoas), transtornos de humor (14%), abuso de substâncias controladas (7%) e insônia (5%). As doenças neurológicas foram mais incomuns, mas as mais encontradas foram: AVC (acidente vascular cerebral) isquêmico (2,1%), demência (0,7%) e hemorragia cerebral (0,6%).
Os pesquisadores também compararam os registros dessas doenças em sobreviventes da covid-19, da gripe e de outras doenças respiratórias. Grupos de controle diferentes foram utilizados para a comparação: 105 mil pessoas que tiveram a gripe e 236 mil pessoas que tiveram diferentes doenças respiratórias, incluindo a gripe.
As análises mostraram que todas as principais doenças mentais e neurológicas foram mais comuns em pessoas que foram infectadas pelo coronavírus. Problemas neuromusculares, demência e AVCs foram aqueles que tiveram uma frequência muito maior em sobreviventes da covid-19 do que em pessoas acometidas por outras gripes. O estudo também mostra que quanto mais tempo passa após a infecção, mais comum se tornam os sintomas e eventos de saúde.
fonte:Poder 360 - 07/04/2021 13h:20min.
0 comentários:
Postar um comentário