segunda-feira, 5 de abril de 2021

Eduardo Bolsonaro rejeita ditadura após sugerir novo AI-5: 'O poder já está em nossas mãos'

 

Eduardo Bolsonaro rejeita ditadura após sugerir novo AI-5: 'O poder já está em nossas mãos'
Foto: Reprodução / Câmara dos Deputados

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) refutou a possibilidade de uma ditadura porque "o poder já está em nossas mãos", nesta segunda-feira durante sessão do Conselho de Ética da Câmara dos deputados. O parlamentar se referia ao seu mandato no Congresso e ao papel de seu pai, o presidente Jair Bolsonaro. 

 

Eduardo comentou sobre o assunto ao se defender em tramitação de processo para apurar a quebra de decoro parlamentar. O deputado foi denunciado por sugerir um novo AI-5, ato que cassou as liberdades individuais durante a ditadura militar. O relator do caso, Igor Timo (PODE-MG), sugeriu o arquivamento do processo, mas a sessão foi suspensa após pedido de vista, de acordo com o Globo. 

 

"Já sendo eleito presidente da República, o menos interessado em que o país vire uma ditadura é o próprio presidente Jair Bolsonaro. Em igual conta, eu também, deputado federal mais votado da História do país. E muitos aí dizem que eu deveria ser cassado, uma total violação do nosso sistema representativo. Sou o menos interessado também em ter qualquer tipo de ditadura, porque o poder já está em nossas mãos", disse Eduardo Bolsonaro.

 

O deputado foi denunciado após dar entrevista veiculada em canal do YouTube em 2019. Na ocasião, ele disse o país chegaria a um momento parecido com o "final dos anos 60", "quando sequestravam aeronaves" e "executavam-se e sequestravam-se grandes autoridades".

 

"Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E a resposta, ela pode ser via um novo AI-5, via uma legislação aprovada através de um plebiscito, como ocorreu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada",  declarou Eduardo.

 

Eduardo disse ainda que não teria "poder" para baixar um novo AI-5, além de se dizer injustiçado pelo processo. Igor Timo não não considerou o caso como quebra de decoro parlamentar.

 

"Entendemos que, conquanto a autoria e a materialidade dos fatos declinados nas representações estejam devidamente demonstradas, as condutas descritas não configuram afronta ao decoro parlamentar, tratando-se de verdadeiros fatos atípicos" declarou o relator, ao ler parecer.

 

Durante a sessão, Eduardo Bolsonaro citou outra fala antidemocrática que viralizou em redes sociais. A alunos de concurso público, ele indicou que bastava "um cabo e um soldado" para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF).

 

"Em uma palestra dada a alunos de concurso público eu fiz, em tom jocoso, uma brincadeira parafraseando o presidente Jânio Quadros, que em certa medida falou: "Por alguns segundos, pensei em fechar o Congresso, e teria me bastado um cabo e dois soldados".  Informações do BN 05/04/2021

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