“O senhor, que estava acompanhado da filha dele, e ela pediu para que a gente fosse vaciná-lo no carro. Eu falei assim: ‘O senhor quer que eu te vacine logo? O senhor é o próximo’. Ele falou que não. Aí eu perguntei: ‘O senhor já fez a ficha?’ Ele: ‘Meu filho está fazendo a ficha, mas você não’. Aí eu abaixei na direção dele e perguntei o motivo. Aí ele virou para mim e disse: ‘Porque você é negra'”, disse a enfermeira ao BATV.
A enfermeira não conseguiu identificar o paciente, mas mesmo assim decidiu registrar um boletim de ocorrência sobre o caso, na tentativa de que ele seja identificado pela polícia.
“Eu fiz a vacinação e voltei. Ele já tinha saído da sala de vacina, tomado a vacina dele. Na hora, não tive reação. Eu sempre pensei que se isso acontecesse comigo, eu ia reagir de tal maneira, mas não consegui. Eu me senti totalmente impotente”, disse a jovem.
O secretário de Saúde de Ilhéus, Geraldo Magela, repudiou o fato e agradeceu a enfermeira por se voluntariar para participar da vacinação contra a Covid-19.
“Mesmo em um país miscigenado, com uma população bastante miscigenada, a gente ainda observa comportamentos como esses, que deveriam ser abolidos da sociedade. Nós devemos apoiar totalmente essa funcionária e agradecê-la por estar como voluntária no processo de vacinação”, disse Magela.
fonte: ISTOÉ - 19/05/2021
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