segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Alunos não querem o retorno de Janaína Paschoal à USP: “Há sangue em suas mãos”

                                              foto: Marcelo Camargo/Ag. Brasil

A deputada estadual Janaína Paschoal (PRTB-SP) manifestou interesse em retomar suas atividades como professora concursada da Faculdade de Direito do Largo São Francisco – USP – após perder as eleições do ano passado, quando concorreu ao Senado. Mas os alunos da instituição, representados pelo Centro Acadêmico XI de Agosto, não aprovam os planos da futura ex-deputada.

Janaína estava licenciada da faculdade desde 2019, quando tomou posse na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). No entanto, com o fim do seu mandato marcado para 15 de março, quando os novos parlamentares eleitos tomam posse, também deve expirar a sua licença.

“Você não cabe mais aqui. As nossas salas de aula se tornaram grandes demais para você”, diz a nota do Centro Acadêmico. Os alunos afirmam que receberam “com perturbação” a notícia de uma possível volta de Janaína. Entre os elementos que fazem os alunos questionarem o pertencimento da deputada está o fato de que Janaína não assinou a carta em defesa da democracia organizada pela instituição durante as últimas eleições.

“Desde que se tornou uma das lideranças e a principal fiadora jurídica da extrema direita, Janaína abandonou os valores democráticos que devem permear as salas de aula da principal instituição de ensino jurídico do país”, diz a nota, lembrando do papel que Paschoal exerceu ainda em 2015, como autora do pedido de impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).

“Nos quatro anos sombrios que o país enfrentou sob o governo Bolsonaro, Janaína se apresentou como uma espécie de bolsonarista esclarecida. No entanto, as suas supostas divergências com os movimentos de extrema direita são mínimas e consideramos haver, em suas mãos, tanto sangue quanto nas mãos deles”, conclui a nota dos estudantes.

Janaína foi procurada pela Folha para comentar a nota dos estudantes. Ela minimizou os protestos, afirmando que “fazem parte da democracia”, e afirmou que como professora concursada irá cumprir seu dever voltando para a sala de aula. Ela ainda aguarda uma decisão da direção da faculdade sobre quais cursos irá ministrar.

Fonte: Revista Fórum c/ Folha 06/02/2023 23h:28

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