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Diagnosticado com a Doença de Crohn, o jornalista Evaristo Costa (foto em destaque) revelou ter severas crises de diarreia. Na capital brasileira, drama semelhante é compartilhado por 2,9 mil pacientes portadores de Crohn ou retocolite ulcerativa, segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF).
Após comer um cachorro-quente de rua, em 2014, Késsia Ribeiro, de 32 anos, passou sofrer diarreias constantes. A princípio, pensava ser apenas uma intoxicação alimentar, mas os sintomas persistiram por meses até o ponto de haver sangue nas fezes e perda de peso.
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Em 2016, Késsia foi internada para uma cirurgia de emergência. O intestino da jovem estava tomado por pus e havia risco de vida. “O médico disse que não sabia como eu estava viva e como eu estava aguentando”, lembrou. Após descartar a possibilidade de câncer, a paciente recebeu o diagnóstico de Doença de Crohn.
Késsia precisou trancar a faculdade. Castigada pela deficiência de nutrientes e o constrangimento, a jovem precisou trancar a faculdade e passou a enfrentar um quadro de depressão e estresse.
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Batalhando na Justiça, Késsia conseguiu a remissão do quadro de saúde. Hoje é vice-presidente da Associação de Doenças Inflamatórias Intestinais do DF. A representante destacou os principais sintomas das comorbidades: diarreia, fadiga e a distensão intestinal. A condição fragiliza e limita a qualidade de vida dos pacientes.
“Temos muita dificuldade para sair de casa. A primeira coisa que a gente se preocupa e se vai ter mais de um banheiro por perto. E se você vai a um encontro, de trabalho ou social, e precisa levantar três vezes da mesa, já é constrangedor”, contou.
Sem cura
Não existe cura. É uma condição multifatorial. Ou seja, o paciente geralmente enfrenta outras comorbidades. Com o tratamento é possível ter o controle da doença e a ausência de sintomas. Mas pacientes enfrentam dificuldade para ter acesso a consultas, exames e medicamentos, tanto na rede pública de saúde, quanto na privada.
Pelo plano de saúde, os valores mensais de tratamento orbitam entre R$ 700 e R$ 900. As consultas com um gastroenterologista especializado ou um coloproctologista custam valores semelhantes. No caso do Sistema Único de Saúde (SUS), o maior problema é a lentidão.
Atraso e desabastecimento
“Na rede pública, a consulta da Unidade Básica de Saúde (UBS) para os hospitais de referência demora 6 meses. Os exames laboratoriais e a colonoscopia levam de mais 6 meses a um ano. Depois vem a biopsia, que precisa de mais 2 meses. O paciente crítico, com perda de sangue nas fezes, fadiga, não consegue esperar. É muito grave”, alertou.
Os medicamentos e os alimentos terapêuticos apresentam preços elevados, alguns itens chegam a custar R$ 10 mil. E por isso os pacientes precisam do apoio da Farmácia de Alto Custo. Segundo a associação, estão em falta é o Vedolizumabe e o Stelara, oferecido somente por decisão judicial por ainda não estar incorporado ao SUS.
Fonte: Metropoles - 22/10/2024
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