sábado, 13 de fevereiro de 2010

Economia: Lucros dos Bancos disparam no 4º semestre de 2009

O quarto trimestre "salvou" os resultados dos maiores bancos brasileiros no ano passado e serviu de aperitivo para o que deve ocorrer no setor em 2010. Entre outubro e dezembro, as instituições tiveram forte expansão dos lucros, revertendo a tendência negativa que prevalecia até o terceiro trimestre. Os ganhos do Itaú Unibanco, por exemplo, cresceram 29% no ano inteiro, para R$ 10,067 bilhões. Comparando o período janeiro-setembro de 2009 com igual intervalo de 2008, havia uma queda de 15,7%. No Bradesco, o lucro anual expandiu-se 5,1%, para R$ 8,012 bilhões. Até o terceiro trimestre, porém, havia uma baixa de 3,1%. No Santander, o ritmo de expansão, considerando janeiro-setembro, que já era forte (30,7%) acelerou-se ainda mais (58,1%). Em 2009, os ganhos do banco espanhol no País alcançaram R$ 4,4 bilhões. "Mesmo se levarmos em conta que fatores extraordinários possam ter afetado um número ou outro, não se pode negar que o aumento foi bem expressivo no quarto trimestre, a ponto de salvar o ano de 2009", afirmou o analista de instituições financeiras da Austin Rating, Luís Miguel Santacreu.A diferença de desempenho se explica, principalmente, pelo apetite dos bancos no crédito. No ano inteiro, a carteira de empréstimos do Itaú Unibanco cresceu apenas 2%. No Bradesco, a expansão foi de 6,1% e, no Santander, de 1,7%.Considerando apenas o quarto trimestre, o crédito avançou mais. No Itaú Unibanco, houve crescimento de 3,6% na concessão no quarto trimestre em relação ao terceiro. No Bradesco, a expansão, na mesma base de comparação, foi de 5,8%. No Santander, a alta atingiu 4,1%.No quarto trimestre, o lucro líquido do Itaú cresceu 71,7% na comparação com igual período de 2008, para R$ 3,2 bilhões. Sem considerar fatores extraordinários (como um acordo tributário com a Receita Federal), a expansão foi de 20,3%. No Bradesco, os ganhos subiram 35,9% no último trimestre do ano e no Santander, 75,6%. Dos grandes bancos de varejo brasileiros, apenas o Banco do Brasil ainda não divulgou o balanço relativo a 2009. Mas, segundo analistas, a expectativa é de uma alta expressiva tanto do lucro quanto do crédito. Vale lembrar que, no auge da crise internacional, que freou bruscamente o fluxo de capitais para o Brasil, o governo Lula determinou que as instituições públicas abrissem as torneiras para empréstimos. Na avaliação de Santacreu, o desempenho dos bancos no ano passado acompanhou diretamente o desempenho da economia em geral. A crise global atingiu com força o Brasil no último trimestre de 2008. O Produto Interno Bruto (PIB) do País desabou 3,6%, a maior queda já registrada desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1996. Os bancos, então, começaram a se preparar para uma alta da inadimplência, elevando as reservas anticalote (o que reduziu os lucros). A expectativa se confirmou e os índices de inadimplência tiveram alta até o 3º trimestre do ano passado. Na economia, o PIB de 2009, até o terceiro trimestre, apresenta baixa de 1,7%. A expectativa de analistas é de um desempenho bem mais forte nos três últimos meses do ano, ritmo que, segundo eles, deve se manter em 2010. O número fechado do PIB de 2009 será divulgado pelo IBGE no dia 10 de março. No mercado, a expectativa é de que o PIB avance de 5% a 6% este ano. Para os bancos, significará mais crédito, sobretudo para as empresas. O Itaú Unibanco espera expansão dos empréstimos de 20%, mesmo porcentual estimado pelo Bradesco. O Santander não divulgou projeção para a alta do crédito, mas, segundo o presidente do banco, Fabio Barbosa, na média, cresce de 2 a 2,2 vezes mais que o PIB nominal (incluída a inflação). Para 2010, significaria expansão de 20% a 22%. VIRADA29% foi a alta do lucro do Itaú Unibanco em 2009. Até o terceiro trimestre, ganhos da instituição apresentavam redução de 15,7% ante igual período de 20095,1%foi o crescimento do lucro do Bradesco no ano passado. Até o terceiro trimestre, ganho da instituição tinha queda de 3,1%.

Fonte:Leando Modé/estadão


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