O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta 2ª
feira (23.ago.2021) que ações do STF (Supremo Tribunal Federal) caminham “rumo à censura”.
O chefe do Executivo criticou, em especial,
as prisões de aliados do Governo determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes. Segundo o
chefe do Executivo, as prisões não podem
ser aceitas “passivamente”. Na 6ª feira (20.ago), Bolsonaro apresentou ao Senado pedido de impeachment contra Moraes.
“Não vale mais a liberdade de expressão? Você
pode ver, um parlamentar, um deputado federal, está lá no art. 53 da Constituição, que ele é inviolável
civil e penalmente por qualquer palavra,
opinião e voto, não pode prender deputado
federal. E foi preso há pouco tempo o deputado
federal e continua em prisão domiciliar”, disse
o presidente, em entrevista à Rádio Regional
FM 91, de Registro (SP) nesta manhã.
O presidente se referiu à prisão do deputado
Daniel Silveira (PSL-RJ), determinada por
Moraes, depois que o congressista divulgou
vídeo com ofensas aos ministros do STF.
Bolsonaro também fez referência, sem citar
nomes, às prisões de Roberto Jefferson,
presidente do PTB, e do blogueiro Oswaldo
Eustáquio.
“A mesma coisa um jornalista, é jornalista e
blogueiro, continua em prisão domiciliar até
hoje. Temos agora um presidente de partido.
A gente não pode aceitar passivamente isso,
dizendo que não é comigo. Vai bater na tua
porta”, afirmou.
Segundo Bolsonaro, “não é justo” um ministro
do STF determinar prisões com base em
“críticas”. Na visão do presidente, quem
achar
uma crítica “exagerada” deve levá-la à Justiça. “Um ministro do Supremo Tribunal Federal mandar
prender, isso não é justo. A crítica, por pior
que seja, você tem que tolerar. A liberdade
de expressão é ampla, é garantida a todos nós”, disse.
Bolsonaro também voltou a criticar a
suspensão da monetização de páginas
da internet que criticam as urnas eletrônicas.
Para ele, a medida avança no sentido de “cerceamento” da liberdade.
“Você tem tua página derrubada,
desmonetizada. É o Brasil cada vez mais
avançando, por parte de poucas pessoas de
um Poder, rumo à censura, rumo àquilo que
nós não queremos, o cerceamento da nossa
liberdade de expressão”, disse.
Sabatina no Senado
Bolsonaro também respondeu sobre a
indicação André Mendonça ao STF.
O presidente minimizou o atraso na sabatina
do ex-ministro da Justiça e da AGU
(Advocacia Geral da União), indicado para
uma vaga no Supremo
em 13 de julho. Segundo ele, o processo é
“muito mais político do que técnico”.
“No tocante ao conhecimento da questão
jurídica do André, ninguém contesta. É uma
pessoa que tem bagagem cultural enorme,
agora ali passa por um crivo, por julgamento
muito mais político do que técnico. Esse
problema é comum ali no Senado Federal”,
disse.
Em reação ao pedido de impeachment contra
Alexandre de Moraes, o senador
Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da
CCJ (Comissão de Constituição e Justiça),
suspendeu a sabatina de indicação de
Mendonça.
“A gente espera que ele seja sabatinado nos
próximos dias, porque sempre tem uma
oposição não interessa quem indique o
candidato, e ele vai bem representar todos
nós”, declarou Bolsonaro.
Poder 360 - 23/08/2021 - 22h:30min
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