Poucos minutos antes da divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, de setembro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, nesta quarta-feira (9/10), que o dado não tem relação com a elevada taxa de juros. “Juro não faz chover”, disse ele a jornalistas.
“A gente está com essa questão da seca, você vê, o dado de hoje do IPCA: ele demonstra claramente que os núcleos estão bem comportados, mas que a seca está afetando dois preços importantes, que são a energia e alimentos. Isso não tem a ver com o juro, juro não faz chover”, disse Haddad.
Em seguida, ele disse que isso tem relação com o fato de que tem um choque de oferta em virtude da seca que traz problemas para a inflação, mas ponderou: “É temporário, não é uma coisa que vai se estender no tempo. Daqui a pouco a chuva chega e as coisas voltam ao normal, os preços voltam ao normal”.
Haddad complementou que a análise deve ser feita com cautela, pois a questão climática é “temporária, não é permanente”.
O IPCA mostra que os preços subiram 0,44% em setembro de 2024 — o que representa alta de 0,46 ponto percentual em comparação a agosto (-0,02%).
O resultado ficou bem próximo do esperado por analistas do mercado financeiro, que tinham projetado um IPCA de 0,45% em setembro.
A elevação dos preços foi puxada pela alta nos setores de habitação (1,80%) e alimentação e bebidas (0,50%). Eles contribuíram, respectivamente, com 0,27 ponto percentual e 0,11 ponto percentual na variação total do IPCA em agosto.
Os dados sobre a inflação no país foram divulgados nesta quarta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Uma norma do instituto permite que alguns ministros tenham acesso antecipado aos números, por isso Haddad comentou antes da publicação dos dados.
Inflação no ano
Com os dados da inflação de setembro, o Brasil tem inflação acumulada de 4,42% nos últimos 12 meses. No acumulado do ano, a alta é de 3,31%. Em setembro de 2023, a variação foi de 0,26%.
A meta de inflação para este ano e os dois próximos é de 3%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75%.
FONTE: METRÓPOLES - 09/10/2024
0 comentários:
Postar um comentário