fotos: reprodução
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O Festival Paisagem Sonora, em sua sexta edição, chega à capital baiana, pela primeira vez, entre os dias 5 e 8 de dezembro de 2024. Realizado no Museu de Arte Contemporânea (MAC Bahia) e na Galeria Paulo Darzé, o evento celebra o “Carnaval Negro”, com o tema “Organizações da Resistência”. A programação tem como referência as criações de J. Cunha, artista icônico cuja obra visual redefiniu o bloco afro Ilê Aiyê e o carnaval de Salvador por mais de 25 anos. Com atividades gratuitas, o festival busca promover diálogos entre as músicas experimentais, eletrônicas e de tradições afro-brasileiras, criando uma experiência sinestésica que incorpora arte digital e mapping.
“Esta edição presta homenagem a J. Cunha, cuja contribuição para o carnaval baiano ultrapassa os limites da estética: ele criou uma identidade visual que resgata tradições afro-brasileiras e indígenas, celebrando-as de forma contemporânea,” destaca Danillo Barata, idealizador e um dos curadores do festival. Em 2024, o Paisagem Sonora traz mais uma vez uma programação inteiramente gratuita que inclui oficinas, rodas de conversas, mapping, performances musicais e de dança, integrada à exposição e ao lançamento do livro J Cunha e o Carnaval Negro. A programação completa será divulgada no site: www.festivalpaisagemsonora.org e no perfil oficial do Instagram @paisagemsonorabahia.
Reafirmando sua proposta de promoção de diálogos entre linguagens e interação entre atividades formativas e artísticas, o VI Paisagem Sonora terá oficinas, seminários temáticos, performances musicais de Mateus Aleluia, Mariella Santiago, Bruxa Braba, RDD, performances do grupo Casa do Hip Hop Bahia, o Carrinho Brown de MissyBlecape, projeções de videomapping e de audiovisuais.
Até o momento foram realizadas cinco edições do festival em duas cidades do Recôncavo da Bahia, Santo Amaro e Cachoeira. A sexta edição, em Salvador, se propõe a promover diálogos entre artistas e produtores das três cidades. “É a primeira vez que realizaremos esse movimento de chegar na capital. Nossa intenção é promover um intercâmbio entre artistas e movimentos do recôncavo nesta ocupação do Museu de Arte Contemporânea”, conta Danillo.
ABERTURA DO FESTIVAL
No dia 05 de dezembro, na Galeria Paulo Darzé, no Corredor da Vitória, acontecerá a abertura do Paisagem Sonora, com lançamento do livro “J. Cunha e o Carnaval Negro”, às 18h. Esta realização celebra a importante contribuição de J. Cunha à cultura afro-brasileira e ao Carnaval da Bahia.
Além disso, o público tem a oportunidade de conferir a exposição Individual de J. Cunha: Ritmo e Revolução. A exposição traz uma produção em que a dimensão estética envolve beleza e resistência, onde o jogo artístico figura como uma prática vital, capaz de questionar e reconfigurar as bases da convivência social. “A arte de J. Cunha faz ressoar o espírito de Palmares nas ruas do presente e se transforma em um ato revolucionário, em uma celebração contínua da vida, da resistência e da memória coletiva afro-brasileira”, afirma Thaís Darzé, uma das curadoras da exposição.
ORGANIZAÇÕES DA RESISTÊNCIA
A VI Edição do Festival Paisagem Sonora será dedicado a celebrar as Organizações da Resistência e as formas pelas quais a arte e a cultura foram utilizadas como ferramentas de resistência e transformação social ao longo da história, especialmente no contexto das tradições afro-brasileiras.
Em 1995, o Ilê Aiyê abordou o tema “Organizações de Resistência Negra”, destacando a importância de entidades religiosas, quilombolas e sócio-políticas na resistência e luta dos afro-brasileiros contra a opressão. O Festival partirá da obra do artista J. Cunha para exaltar as diversas organizações de resistência, que tem no Ilê um dos seus maiores representantes.
A vida e obra do artista visual J Cunha são o epicentro dos diálogos abertos no Paisagem Sonora. O artista está presente no imaginário visual do Carnaval Negro com suas criações, sejam de figurinos, cenários ou capas de discos, que trazem as simbologias das ancestralidades africanas, indígenas e nordestinas. Suas criações marcaram a história do Carnaval baiano.
PAISAGEM SONORA | SONS E AMBIENTE
O conceito de paisagem sonora foi proposto pelo compositor, ambientalista e pesquisador Murray Schafer, em atenção à diversidade de sons que compõem os ambientes. “Esta ecologia sonora abarca a música, os ruídos produzidos pelas ações humanas, pela natureza, pelos objetos e também suas presenças imagéticas”, elucida Cláudio Manoel Duarte. Além de exibir as emblemáticas obras de J. Cunha, o festival inclui, a participação de convidados de referência no pensamento sobre a cena cultural baiana nas oficinas, rodas de conversas e seminários.
A VI Edição do Festival Paisagem Sonora é uma realização da Pró-reitoria de Extensão e Cultura da UFRB e da Fundação Cultural Palmares e conta com o apoio do Museu de Arte Contemporânea da Bahia - IPAC e Galeria Paulo Darzé.
Confira a programação completa:
*Local das apresentações musicais sujeito a alteração
**Entrada gratuita, sujeita a lotação do espaço
5 de dezembro (quinta-feira) - Galeria Paulo Darzé
18h:
Abertura do Festival com a exposição “J. Cunha: Ritmo e Revolução” e Lançamento do Livro J Cunha e o Carnaval Negro.
6 de dezembro (sexta-feira) - Museu de Arte Contemporânea - MAC
14h-16h:
Oficina Criativa com J. Cunha, Iansã Negrão e Lia Cunha
16h-18h30:
Seminário “Música e Educação”, com J. Cunha, Iansã Negrão, Arany Santana, Rita Maia, Valéria Lima e Danillo Barata.19h-21h:
Videomapping com VJ Gabiru e apresentação dos DJs Bruxa Braba e RDD
7 de dezembro (sábado) - Museu de Arte Contemporânea - MAC
14h-16h:
Oficina “Sistemas Sonoros e Visualidades”, com Zé Raimundo (Canal Som).14h30-16h:
Seminário sobre Samba Reggae, com Edbrass, Goli Guerreiro e Vívian Caroline.16h-17h30:
Performance do grupo Casa do Hip Hop Bahia:
DJ Branco;
MCs: Mas Pitbull, Azêh, Monarka e Nutt;
Break Dance com B-Girls: Vick e Cacau; B-Boys: Donatelo e Pêro Vaz
19h-21h:
Videomapping com Boog
Shows de Mateus Aleluia e Mariella Santiago
8 de dezembro (domingo) no Museu de Arte Contemporânea - MAC
15h-16h:
Seminário “Clube da Radiola - 40 anos do álbum ‘Canto Negro - Ilê Aiyê’”, com DJ Andre Urso e Giba Gonçalves. Mediação por Nadja Vladi.16h-18h30:
Circuito Modular (artistas de Salvador e do Recôncavo)
Performances musicais: Carrinho Brown e Missyblecape com Ana Dumas
Atividades fixas:
Mostra de Vídeos no Cine Paredão: do dia 6 ao dia 7 de dezembro, a partir das 18h30.
Feira gastronômica: do dia 6 ao dia 8 de dezembro.
Atividades Formativas:
Oficina Criativa com J. Cunha, Iansã Negrão e Lia Cunha
Data: 6 de dezembro, das 14h às 16h
Local: MAC Bahia
Edição Especial do Gabinete de Investigação do Desenho com J. Cunha, Iansã Negrão e Lia Cunha e ação artística com giz no paredão do jardim. A oficina se propõe a experimentar com o legado cultural e identitário que permeia o Carnaval Negro, com uma abordagem prática que destaca os fundamentos estéticos e históricos da cultura afro-brasileira. Para todas as idades.
Seminário “Música e Educação: Arquivos, Livro de Artista e os Cadernos de Educação do Ilê Aiyê”
Data: 6 de dezembro, das 16h às 18h30
Local: MAC Bahia
J. Cunha, Iansã Negrão, e Danillo Barata conduzem este seminário ao lado de Arany Santana, Valéria Lima e Rita Maia, trazendo à tona a importância dos arquivos sonoros e dos livros de artista como formas de preservação cultural. O seminário abordará como as tradições visuais e sonoras do Ilê Aiyê contribuem para a educação e resistência cultural.
Oficina “Sistemas Sonoros e Visualidades” com Zé Raimundo (Canal)
Data: 7 de dezembro, das 14h às 16h
Local: MAC Bahia
A oficina explora as relações entre som e imagem, com uma introdução ao uso de sistemas sonoros e tecnologias visuais. Zé Raimundo apresentará técnicas de manipulação sonora que combinam visualidades digitais, criando novas formas de percepção artística para aqueles que se interessam pela intersecção entre tecnologia e arte.
Seminário “Música e Comunicação: Samba Reggae”
Data: 7 de dezembro, das 14h30 às 16h
Local: MAC Bahia
Com Edbrass, Goli Guerreiro e Vívian Caroline, este seminário discute o impacto do samba reggae na Bahia. Os palestrantes explorarão as dimensões musicais, sociais e políticas do gênero, abordando sua importância como expressão cultural e ferramenta de resistência.
Seminário “Clube da Radiola - 40 anos do álbum ‘Canto Negro - Ilê Aiyê’”
Data: 8 de dezembro, das 15h às 16h
Local: MAC Bahia
Em comemoração aos 40 anos do álbum “Canto Negro” do Ilê Aiyê, o DJ Andre Urso e o percussionista Giba Gonçalves fazem uma audição comentada do disco, com mediação da pesquisadora e jornalista Nadja Vladi. Eles vão tocar faixas do vinil e falar sobre aspectos sonoros e culturais, num diálogo aberto à participação do público.
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