Foto:Joaquim Levy -foto:reprodução
Integrante da base da presidente Dilma Rousseff, a bancada do PDT na
Câmara divulgou nota nesta sexta-feira, 5, na qual critica o aumento da
taxa básica de juros e reafirma sua oposição contrária ao que chamam de
"receituário neoliberal" do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
O comunicado é assinado pelo líder do PDT na Câmara, André
Figueiredo (CE), que lamenta a elevação da Selic pelo Banco Central de
13,25% para 13,75% ao ano. "Já não há mais como esconder que a opção do
governo em render-se ao mercado financeiro se mostra definitiva", afirma
o parlamentar.
Mesmo no controle do Ministério do Trabalho, o PDT se opôs de forma
ferrenha, no Congresso, às duas medidas do ajuste fiscal que
endureceram o acesso a benefícios trabalhistas. Durante a tramitação na
Câmara, o partido fechou questão contra as propostas encampadas pelo
Palácio do Planalto e votou em peso para tentar derrubá-las. Elas
acabaram sendo aprovadas pelo Legislativo e foram enviadas para a sanção
da presidente Dilma Rousseff.
Figueiredo alega que cada vez mais a política do segundo mandato da
petista se "identifica com governos passados que mantiveram o Brasil em
longos períodos de recessão e aprofundaram a desigualdade e a exclusão
social". "A recente aprovação das MPs 664 e 665 - que cortam e limitam o
acesso ao seguro desemprego e cortam a pensão das viúvas - e os cortes
no orçamento de 2015 que inviabilizam os investimentos e até a
manutenção da infraestrutura da educação, saúde e programas sociais,
confirmam isso", acrescenta o pedetista.
O deputado afirma ainda que o PDT vai continuar caminhando "na
contramão" da atual política econômica. "Cada vez mais o PDT expressa
sua oposição a Joaquim Levy e seu receituário neoliberal.
Definitivamente, não somos iguais e não caminharemos juntos."
Divergência
Ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência
Estado, Figueiredo disse que o PDT, embora da base, não vai abrir mão
das críticas à política econômica do governo. "Queremos divergir por
dentro", disse. "É uma reafirmação de como consideramos absurda a
política econômica do ministro Levy, que não tem efeito nenhum a não ser
agradar o mercado financeiro."
"O que mais nos assusta é saber que eles aumentam em meio ponto
porcentual (a taxa Selic) e dizem que não vai parar por aí. O único
segmento que vibra com isso é o sistema financeiro", pontuou. Figueiredo
defendeu ainda que o Congresso aprove alguma legislação que "freie o
absurdo que está acontecendo na economia" do País.
Fonte: AE/Revista Istoé
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