Circula pelas redes sociais uma foto do secretário de Saúde de Serra do Navio (AP), Randolph Antônio Pinheiro da Silva, se vacinando contra a covid-19 na primeira fase da campanha de imunização do município. O caso entrou para a lista de denúncias de autoridades que furam a fila para receber as primeiras doses em todo o país.
Conhecido como Randolph Scooth, o secretário recebeu críticas nas redes sociais, uma vez que o primeiro lote de vacinas que chegou à cidade conta com apenas 89 doses, para uma população de 5,4 mil habitantes. Além disso, o político era conhecido por criticar o desenvolvimento da Coronavac publicamente.
“O doente mental quer obrigar nosso povo a usar vacina chinesa”, escreveu na legenda de uma foto em referência ao governador de São Paulo, João Dória (PSDB). Na imagem, há ainda uma crítica ao não uso da cloroquina no tratamento para o novo coronavírus, mesmo que a eficácia do medicamento contra a doença não tenha sido comprovada.
Em outro texto, publicado no mesmo dia, ele argumenta contra o uso da Coronavac: “não somos cobaias”.
Sob investigação
Na quinta-feira (21/1), o Ministério Público do Amapá (MPAP) abriu inquérito para apurar a responsabilidade de Randolph Scooth no caso. O Plano Nacional de Vacinação prevê que sejam imunizados nesta etapa os profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate à pandemia e os idosos asilados.
"É notória a insuficiência das doses da vacina da Covid- 19 para imunização da população como um todo e por isso as autoridades públicas instituíram a ordem de prioridades. Caso sejam constatados os fatos noticiados, o Ministério Público velará pela restauração da legalidade e responsabilização dos envolvidos”, diz a nota divulgada pela Promotoria de Justiça de Pedra Branca do Amapari.
Pelas redes sociais, Randolph Scooth não se manifestou sobre as críticas em relação à vacinação. A última postagem compartilhada por ele foi na manhã desta sexta-feira (22/1), com um texto que diz: “Afasta deste lugar toda inveja!”.
O Correio procurou o secretário, mas até a publicação desta reportagem não obteve resposta. O espaço segue aberto, caso ele decida se pronunciar futuramente.
fonte:CORREIO BRAZILIENSE - 22/01/2020
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