Apesar da Polícia Civil ter indiciado seis funcionários do supermercado Atakarejo, o Ministério Público apresentou denúncia contra apenas três no caso da morte de Bruno Barros e Yan Barros, tio e sobrinho, entregues a traficantes do Nordeste de Amaralina após uma tentativa de furto de carne.
A denúncia apresentada nesta segunda-feira (12) incluiu o gerente-geral da loja Agnaldo Santos de Assis; Cláudio Reis Novais, encarregado do setor de prevenção de perdas; e Cristiano Rebouças Simões.
O MP não concordou com o entendimento da autoridade policial de que houve omissão de socorro por parte das outras três pessoas que trabalhavam no local. A promotora de Justiça Ana Rita Cerqueira Nascimento, responsável por oferecer a denúncia, vê no argumento uma linha tênue. Segundo ela, todos os outros funcionários do mercado poderiam ser enquadrados dessa forma, assim como todas as pessoas que estavam na rua no momento em que Yan e Bruno foram levados e que não prestaram ajuda.
A promotora explicou ainda que Agnaldo, Claudio e Cristiano entregaram deliberadamente Yan e Bruno aos traficantes, uma vez que eles permitiram que essas pessoas entrassem no local e levassem tio e sobrinho e por isso os três foram indiciados.
De acordo com ela, os três tinham posição hierárquica superior e os demais funcionários estavam submetidos a ela. Na visão de Ana Rita Cerqueira, Agnaldo, o gerente geral, tinha o dever de denunciar ao 190 e que em casos como esse “não existe outra possibilidade”.
Ela explicou ainda que Agnaldo tinha poder de decisão e que “cabia a ele fazer a coisa certa e chamar a polícia”. Assim como do encarregado Claudio, responsável pelo setor de prevenção de perdas, e que tinha, segundo a promotora, poder decisório de agir e acionar a polícia.
Em relação a Cristiano, a promotora explicou que ficou claro nas imagens obtidas que ele foi quem tomou o celular de Bruno Barros e conduziu os dois jovens para uma sala da loja.
Fonte: BN -13/07/2021 12h:53min.
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