O atual presidente
brasileiro, ao longo de sua pífia carreira política, disputou nove pleitos
eleitorais em 30 anos; ou seja, entre o ano de 1988 a 2018, destes, apenas três
não foram pelo sistema de urna eletrônica implantado no país em 1996: em 1988,
sua primeira eleição para vereador pela cidade do Rio de Janeiro, e
posteriormente em 1990 e 1994, para Deputado Federal pelo Estado do Rio.
Na veemente defesa que faz
para a volta do voto impresso no pleito de 2022, só reafirma a necessidade de
criar fatos e narrativas para serem exploradas pelos seus seguidores e
admiradores num eventual fracasso na eleição, pois ao questionar as urnas
eletrônicas, coloca em xeque sua própria legitimidade ao longo de décadas.
O presidente tentou criar
um partido para chamar de ‘seu’: não vingou; orientou os filhos Flávio e Carlos
a se filiarem ao Partido Republicano (PR) da Igreja Universal, e após uma
passagem rápida, o Senador Flávio já está no Patriotas, que na possibilidade de
filiação do pai, já causou uma racha no partido.
Eleito democraticamente em
2018, e após 30 meses de gestão, deixou escapar a oportunidade de dar uma
guinada muito grande ao país. Errou nas escolhas de ministros, com destaque para
Ernesto Araújo e Ricardo Salles, e a 18 meses do final do mandato, as coisas
complicaram e o estrago já está feito. Fato que a pandemia da Covid-19, a
partir de março de 2020, causou danos extremos à população do país,
principalmente entre os mais pobres, como também expôs de vez a falta de um
projeto e o despreparo de Bolsonaro para dirigir uma nação do tamanho do
Brasil. Seu governo errou na condução econômica quando continuou a privilegiar
a elite brasileira, e por meio do ministro da Economia Paulo Guedes, promoveu a
perversa reforma da previdência com o
aval do congresso, e perpetua a venda do patrimônio do país sem licitação, e
para citar dois: a entrega da Refinaria Landulpho Alves na Bahia e a carteira
de crédito do Banco do Brasil (BB), com o mesmo Guedes responsável por deixar
durante três meses a população mais vulnerável sem o Auxílio Emergencial. Errou
nas escolhas dos 4 ministros da Educação, com consequências a toda condução da
Educação brasileira. Na Cultura, um desmonte total dos programas vigentes.
Errou na política externa, em que o país deixou de ser um referencial nas
relações socioeconômicas para se tornar alvo de desconfiança e gozação perante
o mundo. Erra na comunicação do governo com a população, quando privilegia
estações de TV e apresentadores sem audiência, bem como canais na internet e
blogs de amigos dos filhos. Erra na escolha de seus conselheiros religiosos,
líderes com caráter questionável e ministérios sob suspeita, que devem milhões
à União. E o erro mais capital no direcionamento do enfrentamento à pandemia da
Covid-19: as mãos de ministros, secretários executivos de saúde e do presidente
estão molhadas com as lágrimas dos milhares de brasileiros que perderam seus
entes queridos devido ao descrédito à ciência, e o pior, transmissão de
inverdades, além das atitudes que atrasaram a aquisição de vacinas e após 15
meses de pandemia, o medo e a incerteza ainda se faz muito presente no seio da
população, independente da classe social. Claro que vidas seriam perdidas, mas
nunca nessa proporção que foi atingida até aqui.
O presidente que não
controla suas emoções, desrespeita a constituição, as instituições
representadas num Estado de Direito, a imprensa, e agora essa avalanche de
denúncias com relação à compra de vacinas da Covaxin empurra o seu governo para
a parede de vez.
A 15 meses para o pleito de
2022, Bolsonaro, pelo andar da carruagem, além de ter que escolher um partido,
terá que escolher entre os Estados de São Paulo, Rio, ou Distrito Federal para
voltar ao Congresso, caso queira continuar com mandato na vida pública, e
consequentemente contar com a famigerada imunidade parlamentar.
Jorge Luiz
Pedagogo
Criador e Editor do Blog Fique Informado
Parabéns Jorge! Análise cronológica precisa.
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