segunda-feira, 28 de junho de 2021

“Essa bomba vai explodir”, diz dep. Miranda sobre escândalo na Saúde


Luis Miranda, em depoimento à CPI da Covid

O deputado Luis Miranda (DEM-DF) relatou em live do Congresso em Foco que o presidente Jair Bolsonaro sabia das irregularidades envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin. "O presidente sabia pela minha própria intensidade que era gravíssimo", afirmou Miranda ao informar que o presidente horas depois de ele ter pedido uma audiência para denunciar o esquema de corrupção no Ministério da Saúde. Ele contou que pediu ao ajudante-de-ordens de Bolsonaro que adiantasse ao presidente que daria informações graves. "Depois não quero que digam que explodi a República."

De acordo com o deputado, ao tomar conhecimento da denúncia, Bolsonaro disse: "Puta merda, mais um rolo desse cara". "Vocês sabem me dizer se Ricardo Barros tem algo a ver com isso?" Segundo Miranda, o presidente já tinha conhecimento de suspeitas envolvendo contratos fechados por outra empresa, a Global Gestão de Saúde, também investigada por irregularidades envolvendo a Covaxin.

Luis Miranda afirmou que acha que o presidente não sabia das irregularidades no contrato da Covaxin. Alguns tentam colocar palavras em nossa boca, que fomos com intenção de prejudicar o governo. Não. Queríamos salvar vidas", declarou o deputado.

O parlamentar do DF afirmou que acredita que o presidente não sabia das irregularidades no contrato da Covaxin. Alguns tentam colocar palavras em nossa boca, que fomos com intenção de prejudicar o governo. Não. Queríamos salvar vidas", declarou o deputado. "Não queríamos acabar com governo. Tentamos proteger o governo", acrescentou.

Ele disse que não pode ser responsabilizado pelo escândalo. "Se o governo não fez nada, a culpa é do governo de não ter evitado um escândalo de corrupção", ressaltou. O deputado afirmou que está se sentindo traído pelo governo, já que é integrante da base aliada.

Miranda declarou que o presidente "não é maluco" de desmenti-lo, pois ele pode mostrar algo que não gostaria de exibir. "Eu não gravaria um presidente", disse. Questionado se o irmão dele, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, autor da denúncia, poderia ter gravado o presidente, o parlamentar respondeu: "Na hora certa, tudo pode acontecer".

O deputado Luís Miranda disse que ao relatar as suspeitas de irregularidades ao presidente Jair Bolsonaro, ele se mostrou “estarrecido e assustado”. O parlamentar e o seu irmão, o servidor Luis Ricardo, saíram convencidos do encontro com Bolsonaro de que ele não sabia dos desvios dentro do Ministério da Saúde. “Fomos com a intenção de preservar o dinheiro público e salvar vidas”, comentou. “O presidente também se convenceu disso ao falar que ia acionar o diretor-geral da Polícia Federal”, emendou.

Para ele, a situação fugiu do controle do Palácio do Planalto porque Bolsonaro não tomou as providências devidas. “A culpa não é nossa! É do governo de ter ocultado um escândalo de corrupção do seu governo”, disse. “Qual o sentido de segurar uma empresa que já responde por corrupção?”, criticou.

Por se sentir traído, Luis Miranda admitiu que não levaria novamente esse tipo de denúncia ao presidente e ao público. “Olha o que estão fazendo com a nossa vida!”, lamentou, ao citar que está sendo alvo de fake news reproduzidas por apoiadores do presidente.

O deputado contou que entregou documentos com informações sobre superfaturamentos no Ministério da Saúde, em 2019, ao ministro Onyx Lorenzoni. "Negociata dentro do ministério", segundo. Ele disse que entregará as informações à CPI da Covid. "Quais eram as empresas, quem eram os lobistas, por duas vezes entreguei para o ministro Onyx. Informação que prometi à CPI", disse.

O deputado afirmou que não pode falar sobre aquilo de que não tem provas, pois poderia ser acusado de denunciação caluniosa. Ele afirmou que não há dúvida sobre a veracidade de suas denúncias. "O presidente já confirmou. Isso é página virada. O que se quer saber é se ele falou o nome do Ricardo Barros", disse o deputado.

Ele declarou, ainda, que os desvios na corrupção vêm de outros governos. "Quem defende bandido, bandido para mim é", ressaltou. Segundo ele, o escândalo é muito maior do que o que envolve o contrato de R$ 1,6 bilhão da Covax. "Essa bomba vai explodir", disse. "Esse R$ 1,6 bilhão não é nada", afirmou.

FONTE; CONGRESSO EM FOCO - 28/06/2021 13H:10min.






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