quinta-feira, 28 de março de 2024

Braga Netto condecorou delegado Rivaldo Barbosa com medalha do pacificador em 2018

Braga Netto e Rivaldo Barbosa
Braga Netto e Rivaldo Barbosa (Foto: Alan Santos/PR | Reprodução/TV Globo)



 Por Cleber Lourenço, Agência Pública - Rivaldo Barbosa de Araújo Júnior, delegado da Polícia Civil suspeito de ser o mentor do assassinato da vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes, foi condecorado pelo Exército Brasileiro com a Medalha do Pacificador em julho de 2018, quatro meses após as mortes.

A informação, inicialmente divulgada pela revista Sociedade Militar, traz novos detalhes na apuração da Agência Pública e confirmada pelo Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEX).

A comenda foi dada ao delegado por recomendação do Comando Militar do Leste (CML), à época chefiado pelo general Walter Braga Netto. Já a portaria que oficializou a destinação da comenda foi assinada pelo então comandante do Exército, o general Eduardo Villas Bôas.

Procurado para comentar o motivo da condecoração, o general Braga Netto não retornou até a publicação.

A Medalha do Pacificador, cunhada em portaria em 25 de agosto de 1953, atualizada em 2015, transformou-se em honraria para militares e civis brasileiros e estrangeiros que tenham prestado serviços relevantes para o Exército e que tenham estreitado laços de amizade entre o Exército do Brasil e o de outras nações.

O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu a honraria em dezembro de 2018 por ter salvado em 1978 um soldado da 2ª Bateria de Obuses do 21º Grupo de Artilharia de Campanha que estava prestes a se afogar durante atividade de instrução militar. No caso de Rivaldo, não fica claro o motivo da honraria recebida do Exército.

A mesma portaria afirma que a comenda pode ser cassada se o condecorado for condenado pela Justiça por crime contra a integridade e a soberania nacionais ou atentado contra o erário, as instituições e a sociedade brasileira.

Investigações do caso Marielle e Anderson - Não foi a primeira vez que Rivaldo seria recomendado pelo CML, segundo um depoimento do general Richard Nunes, que consta no inquérito da Polícia Federal (PF) sobre o caso Marielle e Anderson. De acordo com o depoimento, Rivaldo só teria sido indicado após negativa do delegado Delmir Gouvea, que trabalhou com Nunes durante a atuação da Força de Pacificação na Comunidade da Maré. O general afirmou aos investigadores que o nome de Rivaldo surgiu em uma lista de recomendações para o cargo elaborada pelo próprio CML.

Fonte:Brasil 247 - 28/03/2024

0 comentários:

Postar um comentário