sexta-feira, 20 de junho de 2025

Abin Paralela: Delegado aliado de Ramagem queimou documentos, diz PF

 

                                  foto:reprodução/Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto


A Polícia Federal (PF) afirma no relatório final da investigação sobre a Abin Paralela que o delegado Carlos Afonso Coelho queimou documentos enquanto era alvo da apuração.

O delegado federal ocupou cargos de chefia na Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) durante a gestão de Alexandre Ramagem e foi um dos indiciados no caso da Abin Paralela.

Após deixar a Abin, o delegado foi nomeado como Coordenador de Aviação Operacional (CAOP) da Polícia Federal.

Foi como chefe no CAOP que o delegado ordenou a um funcionário terceirizado que queimasse documentos e agendas, segundo a PF.

A queima dos documentos, diz a PF, foi realizada em 22 de janeiro de 2024 no hangar da PF, em Brasília.

    foto:reprodução

Trecho de documento queimado por delegado federal

“A ordem para queimar documentos no Hangar da Polícia Federal, emitida na véspera do cumprimento de mandados de busca e apreensão, constitui conduta flagrantemente suspeita que evidencia tentativa deliberada de destruição de provas”, diz a PF.

“A ordem para queimar documentos no Hangar da Polícia Federal, emitida na véspera do cumprimento de mandados de busca e apreensão, constitui conduta flagrantemente suspeita que evidencia tentativa deliberada de destruição de provas”, diz a PF.

Uma equipe da perícia da PF conseguiu recuperar parte dos documentos e, a partir da análise dos fragmentos, apontou que o material tem relação com documentos da Abin.

Um dos fragmentos, apontou a perícia, é compatível com o documento “BRIEFING_URNAS_2020_V20.docx” produzido em 16/11/2020 e que “abordava aspectos da segurança das urnas”.

Para os investigadores da Abin Paralela, vários fatores apontam para a gravidade da destruição dos documentos pelo delegado federal.

Dentre eles, cita a PF, estão “a sensibilidade inerente à área onde ocorreu a destruição” e o fato dos “destroços de documentos” terem relação com “ o objeto da investigação, especificamente sobre o sistema First Mile e sobre urnas eletrônicas”.

“A convergência desses elementos, considerados em seu conjunto, com máxima vênia, não permite interpretação diversa senão a de que houve ação coordenada e intencional para eliminar elementos probatórios relevantes à investigação”, afirmou a PF.

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