A treta entre o padre Fábio de Melo e o ex-gerente de uma cafeteria Havanna em Joinville (SC) atingiu patamares mais altos da Igreja Católica. O religioso foi denunciado ao Vaticano por causa da confusão que se envolveu com Jair José Aguiar da Rosa, que acabou demitido após exposed nas redes sociais.
De acordo com Ricardo Feltrin, um bispo de Santa Catarina registrou a queixa na Congregação para a Doutrina da Fé, que recebe denúncias contra religiosos. Segundo fontes do jornalista, o motivo relatado na reclamação foi que o padre Fábio não teve atitude cristã com o rapaz.
Ainda de acordo com o comunicado, não há consequências graves contra o religioso, sendo apenas uma questão disciplinar, mas seu registro fica “manchado”.
O que é essa congregação?
Ainda segundo Feltrin, a Congregação para a Doutrina da Fé foi criada em 1542 como um tribunal eclesiástico para punir os “hereges” [quem professa doutrina contrária ao que foi estabelecido pela Igreja como dogma], ou seja, a Inquisição.
Bento 16, quando foi eleito papa, era o chefão dessa instituição, que hoje recebe denúncias sobre o comportamento dos religiosos, como desvio de dinheiro, casamentos escondidos e até pedofilia.
Processado pelo ex-gerente
A polêmica envolvendo o padre Fábio de Melo e o ex-gerente ganhou novo capítulo no fim de maio. Jair José Aguiar da Rosa resolveu processar o religioso e a empresa devido à divulgação do caso, que resultou na demissão do colaborador.
A informação foi confirmada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Turismo, Hospitalidade e de Hotéis, restaurantes, bares e similares (Sitratuh), por meio do Instagram.
“A ação cível contra o influenciador religioso já foi distribuída e está em trâmite para ingresso da ação trabalhista contra a empresa, que, na tentativa de se blindar da repercussão do vídeo, acabou jogando toda a culpabilidade para cima do empregado”, afirmou o advogado Eduardo Tocilo.
Posicionamento do padre
Em nota enviada ao programa, padre Fábio de Melo falou sobre sua vida religiosa: “Nunca, em tempo algum, levantei minha voz ou minha ação com intuito de ferir ou prejudicar quem quer que fosse. Não carrego em mim a intenção da maldade, tampouco alimento o desejo de vingança ou revide”.
Logo depois, ele falou sobre a repercussão do caso na web: “Vivemos tempo difíceis, em que a verdade, muitas vezes, é soterrada pelo barulho dos julgamentos precipitados, pela crueldade das redes sociais, pelos tribunais da internet, onde raramente se permite defesa”.
Em seguida, concluiu: “Se, em algum momento, minha postura, minha fala ou minha presença causaram do a alguém, quero aqui reafirmar, com humildade: estendo a mão não para julgar, mas para acolher; não para me eximir, mas para dialogar. Porque assim me ensinou Cristo. O amor é sempre a se oferecer e perdoar. Sigo comprometido com minha missão e em paz com a consciência tranquila de quem vive para servir”.
Fonte: Fábia Oliveira/Metrópoles - 18/06/2025
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