Um
grupo de muçulmanos que viajava em um ônibus atacado por jihadistas do
grupo islâmico extremista Al Shabab no nordeste do Quênia na
segunda-feira(21) salvou os passageiros cristãos ao se recusar a
identificá-los para os terroristas, dispostos a matar os não muçulmanos.
As muçulmanas, maioria entre os passageiros, emprestaram véus islâmicos
às outras mulheres quando o veículo foi parado e os homens foram
escondidos sob as bagagens.
O ônibus levava mais de 60 passageiros da capital queniana, Nairóbi, à
cidade de Mandera quando jihadistas atiraram contra o veículo próximo à
fronteira com a Somália. Homens armados ordenaram que todos os
passageiros deixassem o ônibus e se separassem em dois grupos:
muçulmanos e não muçulmanos. De acordo com testemunhas, os muçulmanos se
recusaram e disseram aos terroristas que estavam dispostos a morrer.
"Eles disseram 'se vocês quiserem, podem nos matar. Não há cristãos
aqui'", contou um dos passageiros do ônibus.
Um passageiro não muçulmano se desesperou com a situação e tentou
fugir, mas foi morto a tiros pelos terroristas, de acordo com o chefe do
governo local, Mohamud Saleh. Diante da atitude dos muçulmanos, os
jihadistas foram embora.
Na região onde ocorreu o ataque, a polícia oferece escolta aos ônibus
de viagem. No entanto, o veículo policial que acompanhava os
passageiros nesta segunda-feira quebrou e o ônibus seguiu sozinho,
informou a rede CNN.
O Quênia sofre ataques do grupo extremista somali Al Shabab (A
Juventude, em árabe) desde outubro de 2011, quando o país passou a
enviar tropas para combater os insurgentes. Em abril, o grupo, ligado à
rede Al Qaeda, matou 148 pessoas, em sua maioria estudantes, em um
ataque contra a Universidade de Garissa. Em 2013, os terroristas mataram
67 pessoas em um ataque contra o shopping Westgate na capital queniana.
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