foto:reprodução/Carta Capital
O ex-ministro e ex-candidato à Presidência da República em 2018, Ciro Gomes (PDT), defendeu a decisão que anulou os processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato. Por outro lado, disse que não enxerga no "passado lulopetista" a saída para a construção de um novo projeto político.
“Acabei de comemorar a devolução dos direitos políticos porque o Lula tinha direito a isso (julgamento justo). Do ponto de vista jurídico, ele tem esse direito. Mas, politicamente, hoje ele faz parte grave do problema brasileiro”, afirmou Ciro, em entrevista à CBN.
Para o ex-ministro, a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, favoreceu, além de Lula, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Sergio Moro. Por outro lado, destacou que a anulação dos processos do ex-presidente foi correta em razão do que enxerga como nulidades no processo.
Na avaliação de Ciro, o retorno de Lula pode recrudescer a polarização política e invocar a repetição, em 2022, do radicalismo testemunhado nas eleições vencidas por Jair Bolsonaro.
“O Lula voltar com 75 anos a excitar a política brasileira para um lado e para o outro, aperfeiçoar o bolsonarismo boçal em crise e radicalizar a divisão da nação brasileira é um circo mambembe e macabro que eu não quero participar”, afirmou.
Ciro lembrou que, caso a decisão de Fachin seja referendada pelo plenário do Supremo, o ex-ministro Sergio Moro não terá sua suspeição julgada. Estava previsto para o primeiro semestre a decisão dos ministros, que iriam decidir se Moro era isento no julgamento do ex-presidente Lula. Além disso, afirmou Ciro, o resultado é uma tábua de salvação para o governo Bolsonaro.
“E, por fim, o Bolsonaro, que está num momento desastrado. Sob o ponto de vista econômico, nunca houve coisa pior. Sob o ponto de vista da saúde, a irresponsabilidade é completa, o Brasil é um país muito lento na vacinação. Agora, de repente, ele ressuscita o espantalho do antipetismo para tentar mudar o foco de discutir emprego, salário, socorro emergencial, vacina, onde ele é um desastre, para discutir que ele é a saída para proteger o Brasil da volta do PT”, disse.
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