A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vai manter os jogos no país mesmo em meio ao auge da pandemia do novo coronavírus. Durante transmissão no canal oficial da entidade no YouTube nesta quarta-feira (10), o secretá-geral Walter Feldman divulgou um relatório que demonstra a efetividade do protocolo de segurança e combate à Covid-19.
"A aplicação do protocolo sanitário, com a convicção ainda mais forte que nós já tínhamos no ponto de vista teórico, em agosto, quando retomamos. Mas agora com convicção da aplicação na prática. O futebol é seguro, controlado, responsável e tem todas as condições de continuar", afirmou o dirigente.
Nas últimas 24 horas, o Brasil bateu recorde mortes causadas pela Covid-19. O país registrou 1.954 óbitos, segundo os dados do consórcio de veículos de imprensa. A marca superou a contabilizada pelos Estados Unidos com 1.947, de acordo com os dados do "Our World in Data", da Universidade de Oxford. No total, 268.568 pessoas perderam a vida em decorrência do coronavírus no território brasileiro. Apenas neste mês de marços foram 13.350 perdas. Com este cenário, levantou-se discussões sobre a continuidade das partidas de futebol no Brasil.
Após o discurso de Feldman, o médico Jorge Pagura, coordenador médico da CBF, apresentou alguns dados e informações sobre o protocolo.
"Trabalhamos em conjunto para que a gente pudesse realizar nossa atividade. Somos médicos, treinados para salvar e não há nada mais importante que a vida. Reconhecemos também o problema social como perda de empregos. Tentamos unir preservação da saúde de qualquer maneira e tentar elaborar um protocolo que preenchesse alguns preceitos. 1º: segurança de todos; 2º: controlabilidade; 3º: manutenção das atividades. Isso norteou o nosso trabalho", disse. "Rapidamente eu gostaria de dizer como funcionou o protocolo. Tivemos a honra de comandar uma comissão técnica que consta com o maior número de especialistas no nosso país. Colocamos médicos que já tinham experiência muito grande no futebol para que fizessem a interface com os nossos médicos e todos os clubes, que foram ouvidos antes do protocolo. Na curva de ocorrência por 200 mil habitantes, o futebol se dissociou. Quando tem alguns picos, rapidamente volta ao normal. Eram surtos isolados. Tanto que depois baixava", completou.
De acordo com os números da CBF, de agosto, quando foram retomadas as competições nacionais após a paralisação em 2020, até a final da Copa do Brasil, realizada no último domingo (7), aconteceram 2.423 partidas no total envolvendo 367 equipes. Antes dos jogos, jogadores, comissão técnicas e demais envolvidos eram submetidos aos teste PCR. Foram realizados 89.052 exames, sendo 13.237 em atletas e ninguém entrou em campo sem ser testado.
O epidemiologista Bráulio Roberto Marinho foi convidado para apresentar o relatório. Ele comentou o caso Valdívia, do Avaí. O meia disputou o primeiro tempo da partida contra o CSA, no dia 16 de janeiro, pela Série B, sem saber que havia testado positivo para a Covid-19 (lembre aqui). Após o clube catarinense ser avisado, o jogador não retornou para a etapa final e dos vestiários foi encaminhado para o isolamento.
"O Valdívia jogou o primeiro tempo da partida, o teste positivo foi comunicado no intervalo. Acompanhamos os 14 dias seguintes no CSA. Três dias depois, 19 testes e nenhum positivo. Seis dias depois, 18 testes e nenhum positivo. Treze dias depois, outros 19 testes e nenhum positivo. Mesmo no cenário extremo, não há a transmissão do vírus em campo", falou.
fonte:BN - 10/03/2021 14hs
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