quarta-feira, 10 de março de 2021

Segue a cartilha: Funcionários do Banco Mundial pedem que Weintraub seja investigado


Andre Borges/Esp. Metrópoles

Abraham WeintraubAndre Borges/Esp. Metrópole

A Associação de Funcionários do Banco Mundial (BM) pediu uma investigação sobre as condutas de Abraham Weintraub, diretor-executivo da instituição e ex-ministro da Educação do Brasil.

Os funcionários se queixam de que Weintraub compartilha desinformação sobre a pandemia de Covid-19, além de fazer campanha política para um cargo eletivo no Brasil.

A queixa foi enviada ao Comitê de Ética do BM, por meio de uma carta, datada em 24 de fevereiro de 2021. No documento, os trabalhadores afirmam que o comportamento de Weintraub é incompatível com os valores fundamentais da instituição. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (10/3), pelo jornal Folha de S.Paulo.

O documento mostra publicações em que o ministro se posiciona contrário à vacina contra a Covid-19 produzida pelo Instituto Butantan. Além disso, os funcionários criticam a defesa do ex-ministro à cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra a Covid-19, mas defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e outros integrantes do governo.

Os funcionários também acusam Weintraub de “politizar a pandemia” ao fazer publicações criticando as ações do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), na produção de imunizantes contra a Covid-19.

“Dado o papel crítico do Banco Mundial na luta contra a Covid-19 em todo o mundo, achamos inaceitável que um membro do Conselho Administrativo (muito mais do que qualquer outro membro da equipe) publique nas mídias sociais informações patentemente falsas, aparentemente com o objetivo de politizar a pandemia ou contribuindo para teorias da conspiração”, pontuaram os membros do banco.

Campanha para cargos políticos

A segunda queixa dos trabalhadores foi de que Weintraub está fazendo campanha para um cargo político no Brasil. Eles citam reportagens de fevereiro que afirmam a intenção do ex-ministro de se lançar candidato ao governo de São Paulo.

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Para os funcionários, a conduta aponta conflito de interesses.

“O Código de Conduta do Conselho, seção 2 (b), cita ‘a exigência de que nem as Organizações ou seus dirigentes interfiram nos assuntos políticos dos países membros’; e a seção 10 (a) dispõe que ‘os funcionários do conselho não devem se envolver em atividades externas incompatíveis com o desempenho adequado de suas funções”, ressaltaram.

A reportagem do Metrópoles procurou o escritório nacional do Banco Mundial para prestar esclarecimentos, mas a instituição afirmou que “não comenta sobre discussões internas”.

Investigações

Weintraub faz parte da diretoria-executiva do Banco Mundial desde julho de 2020. Ele foi eleito por um grupo de países composto por Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti e outras nações. Em outubro, o ex-ministro foi reeleito para cumprir um mandato de dois anos.

Antes da nomeação ao cargo, a Associação de Funcionários havia pedido ao Comitê de Ética que entrada de Weintraub no cargo fosse suspensa para que os discursos racistas em relação à China e os ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), proferidos pelo ex-ministro, fossem investigados.

FONTE:Site Métrópoles 10/03/2021

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