A queda diária no número de casos e mortes relacionados à COVID-19 no Brasil tem gerado um sentimento de esperança em grande parte da população, que sonha, por exemplo, com um fim de ano bem diferente do que foi o de 2020, com medidas mais flexíveis devido à promessa de vacinar todos os brasileiros acima de 18 anos até o fim de dezembro.
Documento divulgado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA, alertou, no entando, que a variante Delta pode ser um grande risco para pessoas não imunizadas, uma vez que é altamente contagiosa se comparada com outras. Nessa sexta-feira (31/7) foi registrado o quinto caso da cepa em Minas, na cidade de Virginópolis, na região de Itabira.
O “alerta” do CDC foi divulgado inicialmente pelo jornal "The Washington Post" na última quinta-feira (30/7). No informe, o órgão compara a transmissibilidade da variante Delta com a da catapora, ou seja, se espalha mais fácil que todas as cepas da COVID-19, como a P1 ou Gama, também conhecida como variante do Amazonas, além de outras doenças, como o ebola e gripe.
A transmissão da linhagem indiana também pode ocorrer entre pessoas vacinadas e não vacinadas com a mesma chance em ambos os cenários, segundo o documento. Porém, a imunização reduz e até evita casos graves e mortes causadas pelo coronavírus, com eficácia superior a 90%.
O documento foi elaborado com base em vários estudos sobre a variante Delta, sendo um deles feito em Massachusetts, onde especialistas comprovaram o contágio da cepa na mesma escala entre vacinados e não vacinados. Ou seja, uma pandemia pode se formar entre aqueles que ainda não estão imunizados, porém, atingindo também aqueles que já completaram o esquema vacinal.
Apesar de a Delta ser transmissível entre os grupos, o risco de alguém imunizado ter a forma grave da COVID-19 e até morrer por causa da doença é 10 vezes menor se comparado a uma pessoa não vacinada.
Também nessa sexta-feira, a Agência France-Presse (AFP) informou que estudo publicado na França mostrou que 85% dos internados no país não estavam vacinados contra a COVID-19, incluindo pessoas em unidades de terapia intensiva (UTIs). Além disso, os não imunizados representam 78% das mortes por complicações do coronavírus.
Entre 31 de maio e 11 de julho, as pessoas não vacinadas representavam 84% das internações hospitalares convencionais e 85% nos serviços de cuidados críticos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também fez um alerta para a disseminação da variante Delta. De acordo com o diretor-geral do organismo internacional, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a cepa já foi identificada em, pelo menos, 132 países.
MÁSCARAS
Tamanha preocupação com a variante Delta fez o CDC emitir recomendação para que pessoas vacinadas contra a COVID-19 voltem a usar máscaras em ambientes fechados nos EUA. Em maio, o órgão havia aconselhado a flexibilização do uso da proteção em locais fechados, com exceção de transportes públicos.
O país tem 48,8% da população vacinada com as duas doses, segundo a plataforma Our World In Data. Ainda segundo o CDC, a cepa nova é responsável por 83% dos novos casos registrados nos Estados Unidos.
Já no Brasil, “logo, logo não precisaremos mais de máscara”. A afirmação foi feita pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante conversa com a imprensa no Palácio do Planalto nesta semana. Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) levantar a possibilidade do não uso do acessório por parte de pessoas já infectadas ou vacinadas, Queiroga encomendou um estudo para avaliar a viabilidade da medida.
Até a última quinta-feira, o Brasil registrava 247 casos confirmados envolvendo a variante Delta. Ao todo, até as 19h30 de ontem, o país tinha 40.602.854 pessoas com o esquema vacinal completo, seja com as duas doses ou dose única. Isso representa 25,68% da população acima de 18 anos. Com a cobertura vacinal ainda baixa, a variante Delta se torna um risco ao país, se levado em conta o estudo publicado pelo CDC americano.
Fonte: ESTADO DE MINAS ONLINE -31/07/2021 15h:35min
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