quinta-feira, 29 de julho de 2021

Em tempo real, TSE rebate acusações feitas por Bolsonaro sobre fraude na Urna Eletrônica

TSE/Divulgação

Em meio à live do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na qual prometeu apresentar provas de fraude eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fez uma força-tarefa, nesta quinta-feira (29/7), para desmentir as acusações de que o voto eletrônico é sinônimo de irregularidades. O tribunal separou trechos de declarações do chefe do Executivo federal para rebatê-las.

No discurso, Bolsonaro disse que “só 3 países utilizam urnas eletrônicas”. Em nota, o TSE explicou que, segundo o Instituto Internacional para a Democracia e a Assistência Social (IDEA Internacional), 23 países usam urnas com tecnologia eletrônica para eleições gerais e outros 18 as utilizam em pleitos regionais.

“Entre os países estão o Canadá, a Índia e a França, além dos Estados Unidos, que têm urnas eletrônicas em alguns estados”, diz a nota.

Bolsonaro também afirmou que muitos eleitores denunciaram problemas durante a votação para presidente em 2018. Segundo ele, não aparecia a tecla de “confirma” para votar. O TSE disse que dois casos ganharam muita repercussão na mídia, “os quais estão sendo devidamente apurados”.


“No Mato Grosso, um apresentador de TV e alguns eleitores alegaram que não conseguiram finalizar a votação, tratando especificamente do cargo de presidente da República. Posteriormente, essas pessoas foram convidadas pelo TRE-MT para acompanhar o trabalho de carga e lacre das urnas eletrônicas e confirmaram que o voto deles foi computado nas eleições do 1º turno”, diz a nota.

Após 40 minutos de fala, sem apresentar provas concretas, Bolsonaro admitiu que “não tem como se comprovar que houve ou não fraude nas eleições.

Veja as outras notas do TSE:

“É falso que a apuração das eleições seja feita de forma secreta por servidores do TSE: A apuração dos resultados é feita automaticamente pela urna eletrônica logo após o encerramento da votação. Nesse momento, a urna imprime, em cinco vias, o Boletim de Urna (BU), que contém a quantidade de votos registrados na urna para cada candidato e partido, além dos votos nulos e em branco. Uma das vias impressas é afixada no local de votação, visível a todos, de modo que o resultado da urna se torna público e definitivo. Vias adicionais são entregues aos fiscais dos partidos políticos”.

“Urna autocompleta o voto: Avaliação de peritos em edição comprova que o vídeo é falso. Verificam-se cortes no filme, que confirmam que houve montagem. Além disso, no momento em que o primeiro número é apertado, o teclado da urna não aparece por completo, o que sugere que outra pessoa teria digitado o restante do voto. É possível, ainda, constatar, no programa de edição, o ruído de dois cliques simultâneos, o que reforça essa tese”.

“Eleitor não consegue votar para presidente: Nos dois vídeos divulgados, é possível verificar, nitidamente, que houve engano por parte dos eleitores quanto à ordem de votação. Fica claro que os eleitores tentam votar em um candidato ao cargo de presidente, quando a tela da urna solicita a votação para o cargo de governador. Dessa forma, ao ser digitado o pretendido número do candidato à presidência, a urna alertou que o voto seria nulo, visto que não havia candidato a governador correspondente àquele número”.

“Vídeo em que se alega suposta fraude em urna eletrônica que apresentou defeito: O vídeo veiculado distorce o que foi verificado, de fato, na Auditoria Pública realizada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), no último sábado (20). Conforme apurado, uma das urnas eletrônicas do estado de São Paulo apresentou uma falha mecânica durante o primeiro turno das eleições deste ano, tendo o TRE-SP adotado o procedimento correto de substituição do equipamento defeituoso por uma urna de contingência, sem que esse defeito pudesse influenciar no resultado do pleito eleitoral.”

“Confira o resultado da auditoria nas urnas de SP: A auditoria pública realizada pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) em quatro urnas eletrônicas, no último dia 20 de outubro, teve seu procedimento e resultado contestados pelo engenheiro Amilcar Brunazo, que estava presente durante os trabalhos. Cabe esclarecer que as críticas apresentadas foram baseadas em um defeito detectado no teclado de uma das urnas. Ou seja, a alegação é infundada quando associa a falha à segurança no sistema eletrônico de votação”.

Fonte:Metrópoles - 29/07/2021 20h:37min

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