Foto: Reprodução/BN
A desembargadora Rosita Falcão, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), responsável pela denúncia de uma eventual invasão do Sistema de Automação da Justiça (E-SAJ),
por parte de uma servidora, ao Bahia Notícias, reafirmou a afirmação
feita na sessão do pleno da última sexta-feira (22) e rebateu a posição
da Corte baiana. O Tribunal, em nota, afirmou que “não houve invasão por parte de servidores”
no sistema judicial para fazer alteração de votos. A desembargadora
classificou o fato denunciado por ela como “grave” e que “merece uma
investigação séria com realização de perícia e acompanhamento do CNJ
[Conselho Nacional de Justiça]”. “Apesar de leiga no assunto
informática, tenho a impressão de que neste tema não existe acasos,
erros do sistema, ou a tal falha lógica do sistema que foi justificada
na nota. Mas para não dar tom de certeza ao tema, penso que deva existir
um acompanhamento formal e com a realização de uma perícia externa para
avaliar o caso”, esclarece Rosita.
A magistrada diz que, na história do
tribunal, não se tem notícia de nenhuma "inconsistência" de tamanha
gravidade. “O fato é que se em um voto de uma desembargadora aparece uma
mensagem dizendo que a própria relatora não pode alterá-lo porque está
sendo utilizado por uma servidora de outro gabinete, dizendo nome
completo, login e horário exato da utilização, e essa servidora afirma
categoricamente que não utilizou, fica a impressão de que alguém
utilizou o login e nome dela, para entrar no sistema e voto”, pondera.
Para Rosita, cabia apenas ao diretor da Secretaria de Tecnologia e
Informação (Setin) investigar de que IP saiu o acesso, no horário
mencionado na mensagem e que imediatamente se descobriria a autoria.
“Importante que se diga que em nenhum momento acusei a servidora de
qualquer prática ilícita, ao contrário, em minha fala disse apenas seu
pré-nome, omitindo o nome completo, o login e a lotação, embora
dispusesse de tais dados, preservando-a”, salienta.
Rosita Falcão diz
que “até que se prove o contrário, alguém invadiu virtualmente o meu
gabinete e entrou em meu voto”. “O ‘esclarecimento’ do diretor da Setin
não convence, demonstrando que sua pretensão é mais justificar e
finalizar o assunto do que esclarecer, tornando cada vez mais
imprescindível a realização de uma perícia técnica, por empresa estranha
aos quadros do Poder Judiciário, talvez até a própria Softplan, que
criou e instalou o sistema no TJ-BA, a única forma de obtenção da
verdade”, indica.
Fonte:BN/reprodução
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