“O atual governo, se pudesse voltar atrás, imporia a ideologia que predominou durante a ditadura militar, em que essas coisas não eram tema de livros didáticos e sala de aula. Por isso que se fala tanto de escola sem partido: engessar os professores, impor uma ideologia e não permitir discussão a respeito de ideias antagônicas e divergentes”, afirmou.
Segundo ele, o discurso da meritocracia – uma das bases do bolsonarismo, que se intercala com os sermões das igrejas neopentecostais – é hipócrita.
“Esse discurso é muito hipócrita. Esse é o argumento favorito pelos brancos privilegiados na hora de combater, por exemplo, a política de cotas preferenciais para negros e afro descentes. A meritocracia é legal se o seu filho tiver todas as condições de começar bem a grande corrida pela vida, com boa educação, boa saúde, boa moradia, todos os benefícios que o Estado assegura a uma parte da população e não a outra. Agora, se o seu filho nasceu em comunidades absolutamente insalubres, abandonadas pelo estado, às vezes, dominada pelo crime organizado, sem educação, sem moradia, sem saúde, sem segurança e que teve que começar a trabalhar muito cedo para ajudar os pais em casa”, disse o historiador.
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