No mais recente encontro que tiveram em São Paulo, o governador Flávio Dino, do Maranhão, que trocou o PC do B pelo PSB de olho numa vaga ao Senado, alertou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o risco de sofrer um atentado na campanha eleitoral do ano que vem. Não foi o único líder político a fazê-lo.
Dino se disse convencido de que a próxima será uma campanha marcada por atos de violência devido à possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro ser derrotado. Segundo ele, o clima está sendo preparado para isso pelo próprio Bolsonaro e seus devotos mais radicais, vistam ou não farda.
O afrouxamento das regras para a compra de armas aumentou exponencialmente o número de brasileiros armados. Segundo dados da Polícia Federal, foram registradas 179.771 novas armas em 2020, aumento de 91% ante o registrado em 2019, ano em que já havia ocorrido forte alta de 84%.
A compra de pólvora no Brasil cresceu 46,5% em 2020, se comparado ao ano de 2018, antes de Bolsonaro assumir a presidência. Foram 24 toneladas compradas por pessoas que se dizem colecionadores, atiradores desportivos e caçadores. Bolsonaro defende que o povo se arme para evitar uma ditadura.
Quando ele insiste para que o voto eletrônico dê lugar ao voto impresso, prepara o caminho para desqualificar os resultados das eleições se perdê-las. Conta para isso com o apoio do ministro da Defesa, general Braga Netto, e dos comandantes do Exército, da Marinha e Aeronáutica. Não é pouca coisa.
Conselheiros de Lula acham que ele deverá expor-se ao mínimo na campanha eleitoral de 2022 e dedicar a maior parte do seu tempo à gravação dos programas de propaganda no rádio e na televisão, aos debates virtuais ou não, e a ações nas redes sociais. Atos de corpo presente só em ambientes restritos. Viagens, poucas.
Fonte:Ricardo Noblat -Metrópoles - 23/07/2021
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