“Nosso Dom Quixote caipira não passa de premeditado ator de picadeiro, a provocar contestações radicais num circo mambembe na Esplanada dos Ministérios”. É assim que o ex-presidente do Superior Tribunal Militar (STM), o tenente-brigadeiro Sérgio Xavier Ferolla, define Jair Bolsonaro (Sem partido) em um de seus artigos, revelado nesta segunda-feira (19) pelo jornalista Marcelo Godoy, no site do jornal O Estado de S.Paulo.
Voz dissidente dentro da caserna, Xavier Ferolla diz ainda no artigo – com o sugestivo título “Diálogos no Purgatório” – que as “colocações quixotestas de um psicótico presidente” estimula “desarmonia entre os Poderes da República” e “de forma insana, para a satisfação de asseclas e seguidores de suas ações idiotas e demagógicas, manifesta-se e gesticula como o personagem criado pelo escritor espanhol”.
“Mas não é justo desmerecer o histórico Dom Quixote, símbolo de ‘um personagem que, cem anos antes, teria sido um herói nas crônicas ou romances de cavalaria’. Sabiamente colocado em ação um século após, sua loucura visava refletir o anacronismo de uma época e seu criador se valeu da imagem para satirizar os novos tempos, ‘retratando uma Espanha que, após um século de glórias, começava a duvidar de si mesma’.”
“(Bolsonaro) nos seus costumeiros delírios psicóticos, citando como ‘meu exército’ o honrado Exército de Caxias, tenta ludibriar civis e militares sobre irreal apoio na caserna. Para configurar tamanha falsidade, logrou envolver alguns contemporâneos da Academia Militar, convocando-os para postos na burocracia palaciana”, diz o ex-ministro do STM, que cita o filósofo Ortega y Gasset para concluir seu pensamento: “O passado não nos dirá o que devemos fazer e sim o que deveríamos evitar”.
Leia os artigos do tenente-brigadeiro Sérgio Xavier Ferolla na íntegra: “Diálogos no Purgatório” e “Nas Trilhas do Descaminho“
fonte: Revista Fórum - 19/07/202113h:18min.
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