FOTO:REPRODUÇÃO
Na mira da PF, o vídeo em que o empresário bolsonarista Jackson Vilar ameaça indígenas acampados em Brasília foi anexado ao Inquérito dos Atos Antidemocráticos. O material foi enviado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes no último domingo (5/9) pela Articulação dos Povos Indígenas (Arpin) do Sudeste.
Organizador de uma motociata para Jair Bolsonaro em junho em São Paulo, Vilar afirmou em um vídeo:
“Galera, é o seguinte. Os caras adiaram o julgamento do índio lá, do cacique, sei lá quem mais, aquele espírito ruim, para os índios continuarem em Brasília. Adiaram para o dia 8 [o julgamento do marco temporal]. Ou seja, vai ter derramar [sic] de sangue em Brasília, hein. O pau vai cantar em Brasília. E é isso aí. Vamo pra cima. Vamo se acovardar, não. Não mexa com a gente, não, porque se mexer com um da direita, aí você vai ver. Então o povo tá numa sede, hein. O povo da direita, eu tenho falado com uns líderes aí, os caras tão aceso [sic]. Tá igual uma pólvora, se riscar um pavio… Se um índio desse se meter a besta, o [sic] Brasília vai desindianizar. Eu quero ver se essa flecha desse índio vai chegar a algum canto. Tudo indica que vai ter derramar de sangue”.
A Arpin pediu que Moraes, relator das investigações que apuram atos contra a democracia, inclua o vídeo no processo, e solicitou segurança aos indígenas acampados em Brasília. Desde o mês passado, o grupo acompanha o julgamento no Supremo do marco temporal para a demarcação de terras.
Como mostrou o repórter Rubens Valente, no último sábado (4/9) a PF no Distrito Federal abriu um inquérito contra Jackson Vilar, a pedido do MPF. O empresário é investigado por ameaça aos indígenas.
Fonte:Metrópoles - 09/09/2021 09h:15min.
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