O presidente estadual do PDT na Bahia, deputado federal Félix Mendonça Jr., utilizou o Twitter para anunciar, nesta quarta-feira (8), o início do processo de expulsão do deputado federal Alex Santana e do estadual Samuel Jr.
A decisão ocorre um dia após ambos participarem dos atos do 7 de Setembro. As manifestações foram organizadas pela militância favorável ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e tiveram por base pautas antidemocráticas. Os parlamentares, no entanto, defendem que a ida às ruas serve ao “processo democrático”.
De acordo com Félix, a expulsão tem por justificativa “a infidelidade partidária explicitada na participação dos dois em atos, votações e postagens contrárias às decisões do partido”. Em uma perspectiva macro, a decisão também resolve um impasse interno no partido, na medida em que retira de cena os membros ideologicamente afeitos ao atual presidente da República. O PDT baiano pavimenta o alinhamento com a perspectiva nacional da sigla, de se constituir, com a atual pré-candidatura de Ciro Gomes, como a terceira via ferrenhamente contrária ao bolsonarismo.
No âmbito estadual, permanece sem martelo batido a aliança com ACM Neto (DEM), ao passo que se efetivou o rompimento com a aliança governista, base de sustentação do governo Rui Costa (PT).
Santana confirmou já ter explicitado com antecedência a existência de “divergência” com Félix em relação ao seu posicionamento com Bolsonaro, a exceção do “desrespeito às instituições”. Assim como o estadual Samuel Jr., ele tem uma base eleitoral concentrada em grupos evangélicos.
“É a base do meu eleitorado. Já tinha falado sobre ele ao presidente e a Lupi. Entendo que não fiz nenhum ato antidemocrático. Defendo as independência das instituições”, explica Santana. Segundo ele, sobre o futuro partidário, existe [diálogo] com alguns partidos. “Temos conversas. O PSL, o PRB, o PL, o PP, que na Bahia temos dificuldades, mas em Brasília temos uma facilidade com Lira.”
A possibilidade de expulsão de Santana da sigla se arrasta desde 2019. À época, ele chegou a ser suspenso por ter votado a favor da reforma da Previdência, a contragosto da orientação partidária.
Ao Bahia Notícias, Samuel Jr. também admitiu a existência de diálogo com o PP, dentre outras “agremiações”. O desfecho, porém, depende, por hora, da efetivação da expulsão e da abertura da janela partidária, em março.
“Para mim tudo muito novo. Não houve nenhuma conversa e nenhum comunicado oficial. Até hoje eu não tenho nenhuma orientação do partido, então não sei onde está a desobediência. Eu me pergunto onde está a discussão da democracia. O partido não manda em minha vida para dizer se eu tenho que participar ou não de ato”, diz o parlamentar sobre a expulsão.
Samuel, por sua vez, já vinha tendo atuações independentes em relação ao PDT. Em maio, o Bahia Notícias apurou que, mesmo com a saída da legenda da base de apoio ao governador Rui Costa (PT), indicações dele seriam mantidas, assim como as dos deputados estaduais Roberto Carlos e Euclides Fernandes, e do próprio Alex Santana.
No último mês, Samuel marcou presença em um evento com o ministro da Educação do governo Bolsonaro, Milton Ribeiro. Na ocasião, ele minimizou o fato e afirmou que estava no local na condição de representante da igreja responsável pela administração do Centro de Cultura Cristã da Bahia, onde a solenidade foi realizada.
FONTE: BN -C/ADAPTAÇÕES 09/09/2021 09H:27MIN.
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