Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula/reprodução
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou na manhã desta
sexta-feira (12) do lançamento da plataforma de doações individuais do
PT, realizado no 5º Congresso da legenda em Salvador. Ele dedicou o
discurso a fazer um apelo pela nova ferramenta que pode ajudar a
resolver "parte dos problemas" do PT. "Lembro que, na campanha de 1989, a
gente vendia camiseta, vendia até adesivo de carro para o segundo
turno. Os tempos mudaram. Acho que naquele tempo a gente fazia PT com
mais intensidade que hoje", disse Lula como uma forma de incentivar a
contribuição dos militantes. "Militante precisa ter a obrigação de dar
uma pequena doação ao seu partido", afirmou o ex-presidente.
Lula voltou
a provocar a imprensa dizendo que não vão ser outras categorias, como
jornalistas, que vão contribuir com a legenda. "Não vão ser os
jornalistas que estão sendo demitidos em larga escala que vão ajudar",
afirmou.
O ex-presidente repetiu que o partido passa por um momento
difícil e que não há "solução individual", frisando a argumentação de
que o partido é vítima de uma "tentativa muito bem planejada" de
criminalização. Lula voltou a comparar a situação atual ao nazismo. "É
só assistir a um filme pra ver como nasceu o nazismo ou o fascismo que a
gente vê como começa", disse.
E falou também da presença do líder do
Revoltados Online, Marcello Reis, no hotel onde ocorre o congresso -
gerando revolta entre petistas. "Pode ter até desaforado que acha que
pode vir pra 'avacalhar' o congresso do PT". Para mudar a situação, Lula
pediu a contribuição financeira e de militância dos presentes. Disse
que já foi vendedor de camiseta e de "estrelinha" do PT e pediu
dedicação.
Lula passou uma mensagem também aos deputados e senadores
petistas. Fez um apelo para que os parlamentares doem um fim de semana
do mês para atividades do partido, para rodar o País e ajudar o
presidente nacional da legenda, Rui Falcão, na tarefa de divulgação
positiva. "Sei que cada companheiro tem que trabalhar sua base no fim de
semana. Mas acontece que o deputado, o senador, é uma autoridade. Cada
local que ele chegar vai dar uma entrevista para a rádio local, para o
jornal, vai ajudar o PT a voltar a ser o que era", argumentou. "Nós
somos da paz, mas eles não deixam a gente em paz. Querem bombardear o PT
todo santo dia", reclamou Lula. "Nossa resposta é não fazer jogo
rasteiro deles, que querem destruir o legado que está sendo construído
neste País pelo Partido dos Trabalhadores.
O momento, embora complicado
para o PT, acho que é de ressurgimento do nosso partido",
completou. Lula disse que o esforço vai ajudar a oxigenar, renovar o PT e
encerrou pedindo para que a militância não esqueça do seu apelo: "Vamos
dar ao PT a tranquilidade e o oxigênio de que ele precisa". Durante o
discurso, ex-presidente brincou com a plateia exibindo um cartão de
crédito com seu nome e a bandeira do cartão do PT. Ele contou que o
partido ficou dois anos negociando com o Banco do Brasil para lançar o
cartão de crédito, mas que a iniciativa - que verteria taxas para o
partido como forma de arrecadação a cada transação - foi vetada pela
Justiça Eleitoral.
Fonte: por Ana Fernandes, Vera Rosa e Ricardo Galhardo | Estadão Conteúdo e BN
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