A jornalista Míriam Leitão publicou um artigo neste domingo (2), no jornal O Globo, em que rejeita a tese de que o ex-presidente Lula e Jair Bolsonaro são comparáveis e correspondem a “dois extremos” da política brasileira. No texto, ela diz que o PT “jogou o jogo democrático” e que apenas Bolsonaro é extremista.
“Na disputa entre Lula e Bolsonaro não há dois extremistas. Há um: Bolsonaro. O centro deve procurar seu espaço, seu programa, seu candidato, ou seus candidatos, porque o país precisa de alternativa e renovação. Mas não se deve equiparar o que jamais teve medida de comparação. O ex-presidente Lula governou o Brasil por oito anos e influenciou o governo por outros cinco. Não faz sentido apresentá-lo como se fosse a imagem, na outra ponta, de uma pessoa como o presidente Jair Bolsonaro”, escreve a jornalista.
“O PT jogou o jogo democrático, Bolsonaro faz a apologia da ditadura”, lembra Miriam. “Em dois anos e quatro meses, Bolsonaro superou as piores expectativas. Na pandemia, ele mostrou seu lado mais perverso. A lista é longa. Deboche diante do sofrimento alheio, disseminação do vírus, criação de conflitos, autoritarismo. O país chegou ao número inaceitável de 400 mil mortos com um presidente negacionista ameaçando usar as Forças Armadas contra a democracia”, completa.
A colunista, que atuou como uma das principais porta-vozes da defesa do golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, também lembra que Lula – preso por 580 dias a partir de uma reportagem do Globo – é inocente.
“As decisões recentes do Supremo Tribunal Federal tiraram as penas que recaíram sobre Lula e ele tem dito que foi inocentado. Tecnicamente sim, porque não é mais um condenado pela Justiça. O PT defende a tese de que foi tudo uma conspiração contra o partido”, afirma.
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