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Aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) transportaram pelo menos 132 caixas de 5 mil comprimidos de cloroquina. A informação consta em um ofício assinado pelo então comandante da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro Antonio Carlos Bermudez, enviado ao MPF (Ministério Público Federal), em Brasília. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com a reportagem, o detalhamento sobre o destino da droga, que não possui eficácia contra a Covid-19, é mantido em sigilo. O documento é de 15 de março.
Um inquérito civil foi instaurado pelo MPF para apurar a produção e distribuição de cloroquina do governo Jair Bolsonaro (sem partido). Há suspeita de improbidade administrativa na distribuição em massa do medicamento. Um dos investigados é o ex-ministro da Saúde e general da ativa Eduardo Pazuello.
Bermudez foi demitido do cargo por Bolsonaro em 30 de março, junto com os comandantes do Exército e da Marinha. Ele não explicou ao MPF a quantidade de medicamentos transportada nas 132 caixas, nem quando houve o transporte e para o local onde ela foi destinada.
Ainda segundo a Folha, a reportagem diz ter identificado casos em que a cloroquina foi destinada a comunidades indígenas na Amazônia, com o propósito do chamado “tratamento precoce” da doença. Pelo menos um transporte, de 1.500 comprimidos, foi feito pela FAB à região da Cabeça do Cachorro, no Amazonas, na fronteira com a Colômbia e a Venezuela, em junho de 2020.
O jornal ainda aponta que outra entrega foi feita em Roraima, em distritos sanitários que cuidam de indígenas yanomâmi, em junho e julho do ano passado.
A Folha questionou a FAB para que desse mais detalhes a respeito dessas entregas, e a assessoria de imprensa respondeu que “não há informações disponíveis além das que já estão constando no documento citado no corpo da pergunta”.
Fonte: ISTOÉ -07/05/2021 - 08:51min.
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