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Com a crise econômica, muitas famílias brasileiras começam a
reavaliar o próprio orçamento. Não se trata apenas de cortar itens
supérfluos, muitos lares devem abrir mão de gastos em artigos de
primeira necessidade. De acordo com uma estimativa da Federação Nacional
das Escolas Particulares (Fenep), essas instituições poderão perder de
10% a 12% das matrículas em 2016 justamente pela dificuldade de pais ou
responsáveis arcarem com as mensalidades. Para essas famílias, a
alternativa será voltar para os colégios da rede pública de ensino. "As
escolas mais atingidas deverão ser aquelas frequentadas pelas classes C e
D, que são aquelas que mais cresceram nos últimos anos", afirma a
diretora da Fenep, Amábile Pacios.
Na última semana, outro levantamento, feito pela Serasa Experian,
apontou que a inadimplência dos alunos de instituições particulares dos
ensinos fundamental, médio e superior aumentou 22,6% no primeiro
semestre de 2015 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esta
foi a maior alta em um primeiro semestre desde 2012. Considerando
apenas as escolas de ensino fundamental e médio, a inadimplência
aumentou 27,2% nos primeiros seis meses desse ano em relação a 2014.
A retração do setor privado de educação já mostrava sinais este ano.
No mês passado, uma pesquisa do Ibope Inteligência para a Confederação
Nacional da Indústria (CNI) mostrou que a crise econômica levou 13% dos
entrevistados a trocar os filhos de escola privada para escola pública
nos últimos 12 meses. As escolas particulares concentram 9,1 milhões de
matrículas, que equivalem a pouco mais de 18% das 49,8 milhões de
matrículas na educação básica, segundo o último Censo Escolar, de 2014,
do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep).
O medo de não poder arcar com o aumento das mensalidades também
explica o movimento. Em relação às mensalidades do ano que vem, a
diretora da Fenep diz que não há uma média nacional dos reajustes.
Segundo Amábile Pacios, a elevação dos custos que ocorreram em 2015
deverão ser incorporados, além dos aumentos nos salários dos professores
previstos para 2016.
Fonte:Veja c/ Agência Brasil
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