Cortar o Bolsa Família significa atentar contra 50 milhões de brasileiros q hoje têm uma vida melhor por causa do programa.
O Palácio do Planalto não vai aceitar o corte de R$ 10 bilhões no
programa Bolsa Família proposto pelo relator do Orçamento de 2016,
deputado Ricardo Barros (PP-PR). Nesta quarta-feira, 21, a presidente
Dilma Rousseff usou as redes sociais para criticar a iniciativa e
classificou o programa como "prioridade máxima" do seu governo e do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Não podemos permitir que isso
aconteça. Estou certa que o bom senso prevalecerá na destinação de
recursos ao programa", disse Dilma em sua conta do Twitter.
A presidente afirmou ainda que "cortar o Bolsa Família significa atentar contra 50 milhões de brasileiros que hoje têm uma vida melhor por causa do programa".
Preocupada com a decisão do relator, Dilma escalou
os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria
de Governo) para conversarem com Barros e tentassem demovê-lo da ideia
de diminuir os repasses para o principal programa social do governo.
Nesta quarta, os três já se encontraram, mas negam que tenham tocado no
assunto.
Na avaliação do Palácio do Planalto, o relator estaria usando o Bolsa
Família como uma "moeda de troca" para conseguir emplacar outras
propostas orçamentárias que também encontram resistências no governo.
Mesmo prestes a anunciar um rombo nas contas públicas que pode chegar a
R$ 70 bilhões, a presidente não aceita mexer naquela que é uma das
principais bandeiras das gestões petistas. Ao falar sobre a necessidade
de cortar despesas, Dilma sempre destacou que o governo não mediria
esforços para preservar os programas sociais.
Nesta
quarta-feira, diversas lideranças do PT e de outros partidos criticaram a
ideia de diminuir os recursos do Bolsa Família. O presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que o ajuste era importante, mas que
não se poderia "cobrar a conta de quem não pode pagá-la".
O
relator cita ainda outros motivos para justificar o corte no pagamento
do benefício: há fraudes no cadastramento e 72% dos beneficiários
trabalham e poderiam eventualmente abrir mão da renda extra. Ele também
defende que não sejam incluídas novas famílias no cadastro do programa
de transferência de renda.
Nesta quarta, mesmo diante das
resistências, Barros disse que não pretende voltar atrás.
Ele afirmou
que, se o governo quiser, terá de apresentar outra fonte de receita no
valor de R$ 10 bilhões para compensar um corte orçamentário no programa.
"Eu vou cortar propor o corte dos R$ 10 bilhões do Bolsa Família e,
quem for contra, terá de fazer em plenário o destaque para indicar de
onde tira, é simples", disse.
O corte proposto pelo deputado
corresponde a cerca de 35% do total previsto para o programa em 2016, de
R$ 28,8 bilhões.
Fonte:Uol notícias/colaborou Ricardo Brito c/adptações/reprodução
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