quinta-feira, 23 de abril de 2009

45 ANOS DEPOIS E...



Em 13 de março de 1964, o então Presidente da República João Goulart, discursava em frente ao Edifício da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, quando sintetizou com uma frase o seguinte: “Progresso com Justiça, desenvolvimento com igualdade” tendo em vista que nesse período amplos setores sociais no campo e na cidade lutavam em pró de reformas econômicas e sociais para o país, num momento de intensa movimentação dos estudantes, o movimento dos operários se destacava pela autonomia sindical através do Comando Geral dos Trabalhadores, uma espécie de diretório central que organizava greves e reivindicava a ampliação dos direitos trabalhistas. Goulart com a promessa de encaminhar ao congresso projetos de reforma radical na vida social e política do Brasil, com desapropriação de terras que ladeavam rodovias e ferrovias nacionais, uma ampla reforma na educação, visando acabar o analfabetismo, aliás, baseados nas experiências pioneira do educador Paulo Freire, com anuncio que 15% dos recursos seriam destinados a educação e dentre o anuncio de outras medidas na economia, como o controle de remessas de lucros das empresas multinacionais para o exterior, além de outras intervenções do estado brasileiro com vistas à implantação do plano de seu governo. Com o anúncio de medidas como estas, claro que a burguesia não iria aceitar essas mudanças tranquilamente, e após 31 de março do mesmo ano, todos já conhecem.
Passados 45 anos, questionamentos se fazem necessário: O que a classe mais sofrida desse imenso país, conseguiu conquistar realmente? Se vamos para a economia, o governo comemora através da mídia quando amplia a “bolsa família”, com a manutenção dessa política neoliberal, vamos para a educação e o índice do analfabetismo ainda é altíssimo, conflitos e mortes no campo pela falta da reforma agrária, nas grandes capitais brasileiras, crianças abandonadas pelas ruas, onde a miséria e as drogas vivem de mãos dadas, até quando os bancos, inclusive os oficiais vão explodir com seus lucros? Cadê a reforma tributária, política, prometida inclusive pelo atual governo federal, que, aliás, ao longo desses seis anos, nunca vir tanta contradição entre discurso e prática.
Portanto, queridos leitores, essas décadas não poderia afirmar que foram perdidas, mas o que conseguimos avançar, pelo menos com o que idealizou João Goulart, foi muito pouco, e os indicadores sociais estão a disposição da sociedade para constatação.

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