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sábado, 4 de junho de 2022

Bahia: Criança transgênero tem casa apedrejada e é impedida de ser chamada pelo nome em Poções

Casa de Janaína e do filho foi apedrejada em ataques transfóbicos (Acervo Pessoal/Ingrid Martins)


De duas semanas para cá, já são quatro madrugadas que Janaína Britto, 40 anos, é acordada pelo barulho de gritos e pedradas nas janelas de casa. O alvo dos agressores é o filho dela, uma criança de apenas 12 anos que dorme em um dos dois quartos e escuta tudo o que acontece.

Os apedrejamentos começaram quando Janaína decidiu lutar para que o filho, um menino transgênero, seja chamado pelo nome social (nesta reportagem, ele será identificado por R). O uso de nome social para menores de 18 anos nas escolas é um direito reconhecido por lei desde 2016 mas que, em Poções, no sudoeste baiano, não tem sido respeitado.

A escola municipal onde R. estuda diz precisar de uma ordem da prefeitura de Poções para que o tratamento dispensado ao garoto mude. Procurada por Janaína, a vereadora Larissa Laranjeiras (PCdoB) apresentou um Projeto de Lei (PL), há um mês, que propõe que as pessoas transgênero sejam chamadas pelos nomes sociais nas escolas. O projeto não foi posto em votação.


Ao descobrir que a proposta seria lida na noite de 23 de maio, um pastor da cidade conclamou a comunidade evangélica: “Caso você não tenha o compromisso, estaremos um monte de evangélicos na Câmara. Para que os vereadores se sintam inibidos a não votar nessa aberração”.  


A chamada surtiu efeito, pois evangélicos compareceram à Casa Legislativa. O pastor ficou em pé, em um canto. No outro, estava R., acompanhado pela mãe e duas amigas. Embora o projeto fosse apenas ser lido, os religiosos se anteciparam. 


Há vereadores que já indicaram publicamente que se o projeto for para um pleito, serão contrários. Um deles afirmou, na sessão de segunda-feira (30), que não poderia “receber imposição de ninguém”, citou a Bíblia e concluiu que ‘sua ideologia deve ser respeitada’.

Os ataques contra R. são acompanhados por organizações como a Aliança Nacional LGBTI, a Associação de Famílias Homotransafetivas e a Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da OAB - Bahia. Para Janaína Abreu, membro da comissão, os ataques contra o garoto de 12 anos se configuram em “racismo por transfobia”. Em 2019, o Supremo Tribunal Federal enquadrou a transfobia como um crime de racismo. 


Violência afasta transgêneros da escola

Janaína não acha que sejam só os evangélicos que agridem a ela e ao seu filho. O ódio plantado pelo pastor contaminou gente já disposta a odiar. E foi a força desse sentimento que quebrou uma das janelas da casa dela, na madrugada da última quarta-feira (02), e aprisionou a ela e ao filho. Antes, os ataques tinham assustado, mas não deixaram provas físicas. A polícia chegou tarde demais para encontrar os responsáveis – no dia seguinte.


À tarde, estava prevista uma reunião na escola onde R. estuda. Apesar do horror da madrugada, Janaína optou por ir.


“E foi muito estranho. Foi ali que consegui entender meu filho. Quando a professora dele perguntou: A mãe de A. (nome de batismo de R. ou 'nome morto', como  pessoas trans chamam o nome ao qual abdicam por não representar suas identidades de gênero) está aí? Pensa numa dor que me deu”, conta. 


Quando R. comunicou, há três meses, a identidade de gênero dele, Janaína desconfiou da violência que estava por vir. Sem saber a quem recorrer na cidade, onde não tem familiares, buscou grupos de mães de transgêneros e que atuam na causa LGBTQIA+. Não parou até conseguir respostas para a pergunta: “O que fazer agora?”.

Uma das primeiras decisões dela foi recolher documentos que, teoricamente, garantiriam a R. o nome. O principal deles era uma determinação do Ministério da Educação, a instância educacional do Brasil, em 2018, que autorizou o nome social de transgêneros e travestis nas escolas, para minimizar uma das faces da violência contra essas pessoas. 


O MEC prevê que basta os representantes legais de estudantes solicitarem na escola a alteração do nome. Toni Reis, pós-doutor em Educação pela Universidade Federal do Paraná, participou da formulação do parecer do órgão e garante que a identidade de gênero do filho de Janaína deve ser respeitada – não só por humanidade, mas porque a lei obriga.


“Quem regulamenta a educação é o MEC. Se eles [escola] não acatarem o pedido, vamos fazer do caso de R. exemplo para o Brasil”, afirmou. 


O pesquisador é diretor-presidente da Aliança Nacional LGBTI, que já notificou extrajudicialmente a Secretaria de Educação de Poções. “Os gestores estão ignorando. Se não formos atendidos, acionaremos o Ministério Público”, explicou Amanda Souto, advogada integrante das associações Aliança Nacional LGBTI e das Famílias Homotransafetivas. 


Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), a violência afasta as pessoas transgênero da formação educacional: 56% delas não terminam o Ensino Fundamental. 


Desde o dia em que teve o direito negado pela escola, essa estatística é um dos temores de Janaína. O filho, até o momento, faz questão de ir às aulas. “Ele não é de família rica. Se não estiver bem na escola, não vai ter portas abertas”.


A reportagem tentou contato tanto com a escola frequentada por R., quanto com a Secretaria Municipal de Educação. As ligações não foram atendidas. O funcionamento nas repartições públicas está afetado pela maior celebração religiosa da cidade - a Festa do Divino Espírito Santo. 


Convidado para um aniversário na praça onde acontece a festa católica, R. não irá participar. A mãe, por ora, quer resguardá-lo.


'Poções não é para amadores', diz professor


Em Poções, vivem, em média, 50 mil pessoas, calcula o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nascida em Minas Gerais, Janaína se mudou para lá quando R. tinha 2 anos. A mudança, na verdade, era um retorno. Na adolescência, levada pela mãe, Janaína tinha morado lá, onde conheceu o pai dos seus dois filhos mais velhos.


“O que eu pensava é que por ser uma cidade de interior, eles poderiam sair, eu teria mais controle da situação”, lembra.


O pai de R. nunca participou da vida do menino e o paradeiro dele é desconhecido. Decoradora de bolos de festas, foi essa ocupação que garantiu o sustento dela e de R. – os outros dois filhos recebiam a pensão do pai. 


Depois que o caçula assumiu sua identidade de gênero, Janaína, que em tudo apoiou o filho, perdeu os clientes. No sábado passado, dos nove pedidos, seis não foram buscados. Hoje, ela e a criança sobrevivem de doações.


“Costumo brincar: Poções não é para amadores. É uma cidade conservadora. Você vai no comércio, não há um gay assumidamente trabalhando. Travesti e pessoas trans? Existem, mas não estão lá”, diz Célio Meira, professor e um dos fundadores do coletivo Nós da Diversidade.


Na sala de aula, Célio aborda questões de gênero. Já discutiu com colegas por esse motivo. Quem o diz que o assunto é “mimimi” ouve em resposta: “Mimimi é ‘minha misericórdia para a sua miopia’”.  


Oficialmente, é a primeira vez que uma mãe luta pelo direito do filho ser chamado pelo nome social na cidade. Mas, isso não assegura que ele é o único caso. Autora do PL que aguarda votação, a vereadora Larissa Laranjeiras afirma que três jovens estudantes já a procuraram diretamente.


“A realidade dessas pessoas que chegaram até a mim, são pessoas jovens, sem apoio da família, eles não vão conseguir bancar a mudança”.


Foi na escola que Janaína ouviu de uma professora que era “muito cedo para isso. Você não pode incentivar”. Janaína pensa o contrário: “Não acho 12 anos cedo para uma pessoa ser feliz”.


Crianças trans existem


A 450 quilômetros de Poções, funciona o Ambulatório Transexualizador do Hospital das Clínicas, em Salvador. A unidade atende, de forma multidisciplinar, pessoas travestis e transgênero em busca de terapias hormonais. Há uma ala dedicada a atender os mais jovens, às sextas-feiras.


O Conselho Federal de Medicina (CFM) permite, desde 2019, que crianças transgênero sejam acompanhadas por equipes multidisciplinares.


“A transgeneridade é descoberta em qualquer momento. Por menor que seja a criança, ela pode não se sentir pertencente ao gênero que foi designado a ela no nascimento”, explica José Antônio Faria Júnior, doutor em Endocrinologia, responsável pelo atendimento de jovens e professor da Universidade Federal da Bahia. 


O acompanhamento de pessoas mais jovens pode ter início na puberdade. Biologicamente, nos designados meninos no nascimento, entre 9 e 14 anos, e nas designadas meninas, entre 8 e 13. “Quando essa puberdade começa, podemos bloqueá-la, evitando o aumento do volume da mama, por exemplo, em caso de meninos transgênero”, explica José. 


O bloqueio da puberdade é possibilitado por uma substância chamada acetato de leuprolida. Em termos mais simples, o médico explica como funciona:


“É um stop [parada] na puberdade. Imagine que você se sente uma menina e começa a secretar hormônios masculinos, isso vai incomodar muito. O bloqueador vai interromper isso”.


As intervenções irreversíveis são proibidas até os 16 anos, quando pode ter início a prescrição de hormônios masculinos ou femininos. O bloqueio puberal pode ser interrompido, sem danos, caso a criança não se identifique como transgênero na vida adulta. “Pesquisas apontam que a criança que se identificar como transgênero no final da puberdade será transgênero na vida adulta”. 


Em Poções, Janaína ainda não planeja a vinda R. para Salvador, para ser atendido no ambulatório das Clínicas. A demanda mais urgente é garantir o básico – o nome do filho – e o fim dos ataques. 


Um dia antes do fechamento da publicação desta reportagem, R. enviou uma mensagem para ser publicada junto com o texto. Em uma folha de caderno, ele escreveu:


“Bom, eu sou um trans, o que significa que me identifico como um garoto. Podemos dizer que eu não sou uma aberração e não entendo por que tais ataques que ando tendo.

Estão a me deixar triste ao ponto de ter crise de choro. Pelo menos o que eu e minha mãe estamos a fazer vai ajudar outras crianças trans...”. 

Fonte:CORREIO DA BAHIA-04/06/2022


SP: Ministro Moraes visita padre Julio Lancellotti e ganha imagem de “Jesus morador de rua”

                                            foto:reprodução/instagram

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), visitou neste sábado, em São Paulo, o padre Julio Lancellotti, pároco da igreja São Miguel Arcanjo e líder da Pastoral do Povo da Rua, e ganhou uma imagem sacra de “Jesus morador de rua”, segundo a própria definição do religioso.

As imagens foram compartilhadas por padre Julio em seu perfil oficial no Instagram e nelas é possível ver que Moraes fica bastante emocionado ao pegar nas mãos a escultura. Nenhuma informação adicional sobre o encontro foi divulgada pelos dois, além do vídeo curto, de 13 segundos, com a entrega do presente e uma foto do magistrado com o padre.

Especula-se que o ministro e o clérigo tenham tratado das mais recentes ações violentas contra usuários de crack na região central de São Paulo, filmadas por cidadãos indignados com a truculência de policiais Civil e Militares e de guardas-civis metropolitanos, que vão desde uso de veículos blindadosabordagens abusivas e constrangedoras até uma dantesca imobilização em que um GCM esmaga com o joelho o pescoço de um dependente químico, como no caso que resultou na morte de George Floyd, nos EUA, em 2020. Informações da Revista Fórum em 04/06/2022

Veja a cena: 

STF: Cármen Lúcia pede sessão urgente para reverter mandato devolvido por Kassio

                                    foto:reprodução

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu ao presidente da corte, Luiz Fux, que uma sessão no plenário virtual, em caráter de urgência, seja realizada na próxima terça-feira (7) para que seja apreciada, e consequentemente revertida, a decisão de Kassio Nunes Marques que devolveu o mandato do deputado estadual bolsonarista Fernando Francischini (União Brasil-PR), cassado pelo TSE por divulgar fake news durante a última eleição presidencial, em 2018. Nunes Marques devolveu ainda um outro mandato cassado pelo TSE, o do deputado federal Valdevan Noventa (PL-SE), mas a sessão solicitada pela ministra diz respeito apenas ao pedido feito pela defesa do suplente de Francischini.

“Considerando a necessidade urgente de análise e decisão do Plenário deste Supremo Tribunal Federal sobre a matéria questionada na presente ação, pelo menos em sede liminar, para se decidir sobre o cabimento e o pleito de medida de suspensão de efeitos de ato judicial de integrante desta Casa, solicito ao Ministro Luiz Fux, Presidente, que seja convocada sessão extraordinária do Plenário Virtual para o dia 7 de junho de 2022, de 0:00 às 23:59 para deliberação", solicitou Cármen Lúcia por escrito no pedido encaminhado ao presidente do STF.

Kassio Nunes Marques, na opinião de praticamente todos os juristas e especialista em Direito Constitucional do Brasil, violou abertamente preceitos constitucionais e a própria competência do Supremo ao tomar a inciativa descabida e estapafúrdia de anular uma decisão do plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, por 6 a 1, determinou a cassação do mandato de Francischini, em outubro de 2021. Por decisão monocrática, um integrante do STF não pode suspender decisões colegiadas de tribunais superiores e essa é uma regra básica e primária, de conhecimento de toda a magistratura nacional. Sua postura, no entendimento de analistas políticos, foi de clara submissão aos desejos do presidente Jair Bolsonaro, que exigia a recondução de seus aliados aos mandatos cassados, sobretudo no caso do paranaense, removido da Assembleia Legislativa do Paraná por divulgar mentiras durante uma eleição, para tumultuá-la, exatamente a mesma coisa feita e fomentada por Bolsonaro.

Em relação ao caso de Noventa, o parlamentar federal de Sergipe do partido do presidente da República, não há data ainda para análise do recurso impetrado no pleno virtual ou no plenário do STF, mas juristas creem que rapidamente a decisão de Nunes Marques será pautada pela corte, que quer reverter as estrepolias do juiz bolsonaristas, como forma de mostrá-lo que o tribunal não é um ente ideológico de apoio à extrema-direita.

Fonte: Revista Fórum -04/06/2022

sexta-feira, 3 de junho de 2022

Câmera: Lira afasta deputado do PT e dá posse a bolsonarista antes de julgamento final do STF

                                o Ministro Kássio Nunes - foto:reprodução

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afastou nesta sexta-feira (3) o petista Márcio Macêdo (PT-SE) do cargo de parlamentar e determinou a volta de José Valdevan de Jesus, o Valdevan Noventa (PL-SE), que havia sido cassado em março deste ano por abuso do poder econômico durante a campanha eleitoral de 2018.

A decisão foi tomada um dia depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques suspender a cassação de Valdevan.

A decisão de Nunes Marques, no entanto, ainda será analisada pela segunda turma do STF. Ela causou polêmica e pode ser derrubada.

Nesta sexta (3), o magistrado enviou um ofício carimbado como "urgente" a Lira comunicando que a cassação já não está valendo.

A velocidade de Nunes Marques e de Lira neste caso se contrapõe ao tempo que a Câmara levou quando Valdevan foi cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A decisão do tribunal foi proferida no dia 17 de março. A posse de Macêdo ocorreu apenas no dia 27 de abril —ou seja, mais de um mês depois da sentença do TSE.

Na mesma quinta, Nunes Marques suspendeu também cassação do mandato do deputado estadual Fernando Francischini (União Brasil-PR), que havia sido igualmente cassado pelo TSE.

"Recebo com surpresa essa decisão casuística, mas acredito na Justiça e tenho certeza de que o STF vai reverter essa decisão intempestiva e que não cabia nesse processo. O voto popular e a democracia representativa serão respeitados", afirma Márcio Macêdo, deputado que tinha tomado posse no lugar do Valdevan.

O petista é tesoureiro da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência.

As duas liminares do ministro Kassio Nunes Marques nas quais derrubou decisões do TSE em favor de deputados aliados do presidente devem abrir um novo embate entre o STF e Jair Bolsonaro (PL).

Ambos os casos, agora, terão de ser analisados pelo plenário do STF, alvo de uma série de ataques do presidente da República, que em outubro próximo disputará a reeleição ao Palácio do Planalto.

Aliado de Bolsonaro, Francischini foi cassado em outubro passado devido à publicação de vídeo, no dia das eleições de 2018, no qual afirmou que as urnas eletrônicas haviam sido fraudadas para impedir a votação no então candidato a presidente da República.

A decisão liminar (provisória) de Kassio tem um efeito simbólico que mexe não só com as eleições como também com a crise permanente de tensão de Bolsonaro com o Poder Judiciário.

Isso porque o magistrado foi indicado ao STF por Bolsonaro, tem votado a favor de causas do presidente em diferentes julgamentos, mesmo que de forma isolada, e agora derruba uma decisão do plenário do TSE usada como exemplo contra a propagação de fake news nas eleições.

Fonte: FOLHA - 03/06/2022

terça-feira, 31 de maio de 2022

72% dos brasileiros discordam da ideia de que armas trazem mais segurança, diz Dataflha


Datafolha: 72% discordam que sociedade seria mais segura se pessoas andassem armadas
Foto: Reprodução / Gov.br



Um levantamento feito pelo instituto Datafolha, divulgado nesta terça-feira (31), aponta que 7 em cada 10 brasileiros negam a ideia de que armas trazem mais segurança para a população. Questionados se "a sociedade brasileira seria mais segura se as pessoas andassem armadas para se proteger da violência", 72% dos entrevistados discordaram da afirmação. Os que concordam com a ideia são 26%.

O percentual que discorda da afirmação é maior entre mulheres (78%), pessoas que se autodeclaram pretas (78%) e com menor faixa de renda, de até dois salários mínimos (75%), de acordo com a pesquisa divulgada pela Folha de São Paulo. 

 

Entre os que concordam com a ideia estão os entrevistados com sexo masculino (32%), da região Norte (32%) e com renda familiar de mais de dez salários mínimos (37%). O Datafolha também apontou que 71% dos entrevistados discorda da ideia de que é preciso facilitar o acesso de pessoas às armas, enquanto 28% concordam com o pensamento e 1% não soube responder.

 

A pesquisa ouviu 2.556 pessoas entre os dias 25 e 26 de maio em 181 cidades brasileiras. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.


Concorda: 28%
Não concorda nem discorda: 0%
Discorda: 71%
Não sabe: 1%

 

A proporção dos que discordam com a afirmação é maior entre mulheres (77%), pessoas que se autodeclaram pretas (78%) e jovens de 16 a 24 anos (75%). Os que mais concordam com a afirmação são homens (35%), pessoas da região Norte (34%) e pessoas com renda superior a dez salários mínimos (37%).

 

O levantamento também questionou os entrevistados se "o povo armado jamais será escravizado", frase que o presidente Jair Bolsonaro (PL) já usou para defender o armamento da população. A maioria das respostas (69%) discordou da afirmação e 28% disseram concordar. Os que não sabem são 3% e os que não concordam nem discordam 1%.


Fonte: BN -31/05/2022

Empresário Hang diz que Igreja católica é “cúmplice das mazelas do PT“ e que trabalho de Júlio Lancellotti é "hipocrisia pura"


                                             O empresário Bolsonarista -Luciano Hang -foto:reprodução

Por Guilherme Amado e Eduardo Barretto, Metrópoles - O empresário bolsonarista Luciano Hang atacou neste domingo (29/5) a Igreja Católica e o padre Julio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua de São Paulo, que ajuda pessoas em situação de rua. Em um grupo de WhatsApp com outros empresários, Hang disse que padres que auxiliam pessoas pobres estão errados e que a Igreja é “cúmplice das mazelas do PT“.

As mensagens foram enviadas no grupo Empresários & Política. A conversa começou quando outro integrante compartilhou uma reportagem do site Brazil Journal, publicada no sábado (28/5), intitulada “Na São Paulo gélida, um padre e a (verdadeira) mão de Deus”. Uma foto de Lancellotti ilustra o texto.

Hang respondeu: “É da turma do Lula. Hipocrisia pura. Temos que ensinar a pescar, e não dar o peixe. Cada dia que passa é mais malandro vivendo nas costas de quem trabalha”, acrescentando: “Quem defende bandido, bandido é”.

Fonte:Site 247 -31/05/2022 23h

Eleitores de Bolsonaro se vacinaram menos contra Covid, diz Datafolha

                                 

Quem pretende votar em Jair Bolsonaro (PL) na próxima eleição tem taxa menor de imunização contra a Covid-19. Segundo levantamento do Datafolha. 93% dos eleitores que declaram voto no atual presidente disseram ter se vacinado, em comparação a 98% dos apoiadores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT).

O número de pessoas que tomou dose de reforço também foi menor: 46% dos apoiadores de Bolsonaro afirmam ter tomado. Entre os eleitores de Lula, o número sobe para 58%. No caso de Ciro, para 66%.

Ainda segundo a pesquisa, nove em 10 bolsonaristas dizem acreditar que a pandemia de Covid está “total ou parcialmente controlada”.

Datafolha ouviu 2.556 pessoas em 181 cidades do país nos dias 25 e 26 de maio. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Fonte: Metropoles - 31/05/2022 22h:40

Caso Miguel: Sari Corte Real é condenada a 8 anos e meio de prisão no Recife


Reprodução

Sari Corte Real foi condenada a oito anos e seis meses de reclusão em regime fechado por abandono de incapaz – o que resultou na morte do garoto Miguel Otávio, de 5 anos, em 2 de junho de 2020. A decisão foi proferida pelo juiz José Renato Bizerra, da 1ª Vara dos Crimes contra a Criança e o Adolescente de Recife, capital de Pernambuco, nesta terça-feira (31/5), dois dias antes do aniversário da criança.

Na decisão, o juiz afirmou que “a conversão de pena privativa de liberdade em pena restritiva de direitos não é possível – a pena imposta supera a quatro anos”. Sari, contudo, poderá recorrer da decisão em liberdade.

Segundo a sentença, “não há pedido algum a lhe autorizar a prisão preventiva. A sua presunção de inocência segue até trânsito em julgado da decisão sobre o caso nas instâncias superiores em face de recurso, caso ocorra”.

Relembre o caso


                                               caiu de um altura de 35 metros



Miguel Otávio morreu ao cair do 9º andar de um prédio de luxo, na capital pernambucana, onde a sua mãe, Mirtes Santana de Souza, trabalhava como diarista da família Corte Real. As investigações indicaram que Sari deixou a criança sozinha no elevador do condomínio onde mora.

Em 1º de julho de 2020, a ex-primeira-dama da cidade de Tamandaré foi indiciada pela polícia por abandono de incapaz com resultado de morte. Em 14 de julho do mesmo ano, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denunciou Sari pelo crime tipificado no indiciamento apresentado.

Fonte:Metropoles - 31/05/2022

Eleições 2022: Lula vence Bolsonaro em todas as faixas salariais entre as mulheres, diz Datafolha

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem apoio do eleitorado feminino em todas as faixas salariais abordadas em pesquisa. Foto: Carla Carniel/Reuters

© Fornecido por EstadãoEx-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem apoio do eleitorado feminino em todas as faixas salariais abordadas em pesquisa. Foto: Carla Carniel/Reuters

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) possui vantagem entre as mulheres na disputa com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e vence em todas em todas as faixas salariais abordadas entre o eleitorado feminino, aponta a mais recente pesquisa Datafolha divulgada semana passada.

Na pesquisa espontânea, entre pessoas com renda de até dois salários mínimos, Lula lidera com 40 pontos ante 14 de Bolsonaro. Na faixa de 2 a 5 salários mínimos, o petista vence entre as mulheres por 32% a 23%. O público feminino com renda superior a 5 salários mínimos garantiria a vitória de Lula por 36 a 28 pontos porcentuais.

Já na estimulada, quando os nomes dos candidatos são apresentados, a vantagem de Lula aumenta. Entre as mulheres com renda igual ou inferior a 2 salários mínimos, o petista vence por 54% a 20%; na faixa de 2 a 5 salários, leva 41% dos votos contra 27% de Bolsonaro; na parcela com ganhos superiores a 5 salários, vence novamente por 41% a 29%.

Em um eventual segundo turno entre os candidatos, Lula venceria entre as mulheres por 67% a 24% na faixa de renda mais baixa (maior vantagem observada na pesquisa), por 55% a 35% no grupo que recebe entre 2 e 5 salários e por 51% a 36% na parcela com vencimentos acima de 5 salários.

No quesito rejeição (não votaria de jeito nenhum), o petista é repelido por 25% das mulheres com renda de até 2 salários, por 37% daquelas que recebem entre 2 e 5 salários e por 41% das que ganham mais de 5 salários. Do lado de Bolsonaro, essa rejeição é de 60% entre as mulheres mais pobres e de 56% tanto no grupo intermediário quanto naquele em que elas recebem mais.

Também foram as mulheres que pior avaliaram o governo e que disseram não confiar no que diz o presidente: 50% das que recebem até 2 salários classificaram o governo como ruim ou péssimo, acompanhadas por 54% daquelas que recebem entre 2 e 5 salários e por 43% das que ganham mais de 5.

No quesito confiabilidade, 60% das mulheres com renda inferior a 2 salários mínimos afirmaram que não confiam no que diz Jair Bolsonaro, seguidas por 58% das que recebem entre 2 e 5 salários e 59% das que ganham mais de 5.

Pesquisa Datafolha ouviu 2.556 pessoas com 16 anos ou mais nos dias 25 e 26 de maio em 181 cidades brasileiras. Margem de erro: 2 pontos porcentuais para mais ou para menos (geral); 4 (grupo até dois salários); 5 (grupo de dois a cinco salários); 7 (homens do grupo acima de cinco salários); 10 (mulheres do grupo acima de cinco salários). O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-05166/2022.

FONTE:ESTADÃO -31/05/2022 22h:30

Caso Genivaldo: Diretores da PRF exonerados vão ganhar US$ 14,7 mil em novas funções nos EUA

                                   Crédito foto:reprodução

O que parecia uma punição pelo assassinato de Genivaldo Jesus dos Santos, que morreu ao ser colocado no porta malas de uma viatura com gás em abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF), é na verdade uma promoção.

Exonerados nesta terça-feira (31) por Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil, Jean Coelho, diretor-executivo da PRF, e Allan da Mota Rebello, diretor de inteligência da instituição, estão de malas prontas para os EUA, onde vão receber US$ 14,7 mil como oficiais de ligação no Colégio Interamericano de Defesa, em Washington, pelos próximos dois anos.

Segundo Bela Megale, em sua coluna no jornal O Globo, a promoção foi acertada no dia 17 de maio, uma semana antes do assassinato de Genivaldo, e foi assinada pelo  diretor-geral da PRF, Silvanei Vasques. Na PRF, a nomeação no exterior é vista como "prêmio".

No total, os dois policiais, que integravam a cúpula do órgão responsável pelos agentes que asfixiaram Genivaldo, vão receber US$ 11 mil mensais mais um auxílio-moradia de US$ 3,7 mil - cerca de R$ 69 mil mensais na atual cotação do dólar.

Os dois agentes já teriam recebido cerca de US$ 17 mil como auxílio-mudança. Eles devem se mudar para os EUA entre os dias 9 e 10 de junho.

Fonte: Revista Fórum - 31/05/2022 22h:25


segunda-feira, 30 de maio de 2022

TCU aponta possível crime de responsabilidade em compras de tratores com recursos para população pobre na pandemia


                                           imagem:reprodução



BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) apontou possível crime de responsabilidade na compra de tratores pelo governo Jair Bolsonaro (PL) com recursos que deveriam ser usados para amenizar o impacto da pandemia da Covid-19 para a população pobre.

O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado ingressou com representação no tribunal na semana passada pedindo apuração do caso. O documento requisita ainda a suspensão dos pagamentos à empresa que fornece os maquinários ao governo Bolsonaro, a chinesa XCMG.

A Folha de S.Paulo mostrou na segunda-feira (22) que o Ministério da Cidadania usou R$ 89,8 milhões no apagar das luzes do ano passado para a compra de máquinários. O recursos estão no âmbito do programa Fomento Rural, voltado a famílias em situação de pobreza e extrema pobreza da zona rural -contexto estranho ao uso de maquinários de grande porte.

A assinatura do contrato com a XCMG e o empenho dos recursos envolveu drible a uma determinação do TCU. O acórdão do tribunal autorizou a utilização do dinheiro desde que aplicado "exclusivamente ao custeio de despesas com enfrentamento do contexto da calamidade relativa à pandemia de Covid-19 e de seus efeitos sociais e econômicos e que tenham a mesma classificação funcional da dotação cancelada ou substituída".

Essas condições não foram atendidas pelo governo Bolsonaro. As compras de tratores são investimento, não custeio, e não há relação com a Covid. Esses recursos eram originados da transição do extinto programa Bolsa Família para o Auxílio Brasil.

A Cidadania comprou 247 máquinas agrícolas ao aderir a atas de registro de preços elaboradas a partir de licitação do Ministério do Desenvolvimento Regional. Essas atas de registro, em nome da XCMG, têm sido usadas pelo governo e políticos para distribuir tratores a municípios de aliados.

Os tratores tornaram-se símbolo de clientelismo político no governo Bolsonaro. As primeiras informações sobre as compras de tratores foram noticiadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, com o uso das emendas de relator do Orçamento, controladas pelos líderes do centrão.

Neste caso, das compras no Ministério da Cidadania, há a digital do governo federal: os recursos são do Orçamento da União.

As máquinas ainda não chegaram a ser distribuídas -estariam ainda no pátio da empresa, em Pouso Alegre (MG), segundo documentos obtidos pela reportagem. O Ministério da Cidadania realizou a compra sem ao menos ter a lista de municípios que serão beneficiados, o que denota a ausência de critérios técnicos.

Há no processo apenas a quantidade de maquinários por estado. O maior beneficiado é a Bahia, onde o ex-ministro da Cidadania João Roma (PL), que assina a liberação para as compras, é pré-candidato ao governo estadual da Bahia. O ex-ministro negou irregularidades.

"Desta forma, a meu ver, o governo novamente age em desacordo com os princípios de deveriam nortear a atuação do administrador público, em especial, confronta os princípios da impessoalidade e da legalidade", afirma o subprocurador-geral do Ministério Público na representação, baseada na reportagem da Folha.

Lucas Rocha Furtado pede a atuação do tribunal para verificar se houve desrespeito ao acórdão do próprio TCU e favorecimento a aliados do governo.

"Os fatos noticiados pela Folha denotam, em tese, inadequada execução orçamentária, motivada supostamente por interesses políticos e em desvirtuamento do princípio da impessoalidade que orienta a distribuição de recursos públicos, podendo caracterizar eventual crime de responsabilidade, por atentar contra a lei orçamentária", completou.

Para o subprocurador-geral, o TCU deve determinar a suspensão das compras "até que esta Corte de Contas decida sobre a legalidade".

O Ministério da Cidadania tem sido procurado desde o dia 19 de maio, mas não se manifestou até agora. A pasta foi questionada novamente na sexta-feira (27) e silenciou.

A preferência para os tratores se deu em um momento em que a área técnica da pasta solicitava R$ 108 milhões para incluir 45 mil famílias no Fomento Rural. A atividade principal do programa é a transferência de renda para agricultores de baixa renda.

A liberação do recurso para atender essas famílias foi negada até agora. O número de beneficados do Fomento Rural desabou sob o governo Bolsonaro.

A compra dos tratores envolveu pressão para a liberação dos recursos e também a publicação de uma portaria específica criar uma Estrutura de Mecanização Agrícola (MAG-SAN) no Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan).

Em outra reportagem, a Folha mostrou que essa portaria foi a base de um outro pedido do governo federal para gastar R$ 1,2 bihão na aquisição de novas máquinas, ignorando ainda a fila de famílias fora do programa de Fomento Rural.

Documento de Formalização de Demanda, de 30 de março, aponta para a compra de 2.900 maquinários. São citadas 600 escavadeiras hidráulicas, 500 motoniveladoras, 1.200 pá-carregadeiras e 600 retroescavadeiras.

HISTÓRICO

Jun.2021

Acórdão do TCU permitiu ao Ministério da Cidadania o uso de dinheiro a partir de sobra do Bolsa Família exclusivamente para ações de custeio para enfrentamento pandemia e seus reflexos.

Nov.2021

Governo abre crédito suplementar de R$ 90 milhões direcionado à ação orçamentária "Inclusão Produtiva Rural". Não se trata de emendas parlamentares, mas de orçamento da própria União.

7.dez.2021

Cidadania adere a atas de registro do Ministério do Desenvolvimento Regional que tem a empresa XCMG como fornecedora de equipamentos, como tratores.

27.dez.2021

João Roma, então ministro da Cidadania, autoriza contratação da XCMG pelas atas de registro.

28 e 29.dez.2021

Ministério faz 37 empenhos no valor total de R$ 89,8 milhões em favor da XCMG para a compra dos equipamentos agrícolas.

30.dez.2021

Pasta assina contrato com a empresa

22.mar.2022

Portaria 755 cria estrutura de mecanização agrícola no âmbito do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, em especial do Fomento Rural. Novo modelo permite a compra de equipamentos como retroescavadeiras, pá-carregadeiras e caminhões.

16.maio.2022

Ministério Cidadania pede liberação de mais R$ 1,2 bilhão para comprar tratores. Pasta usa como base a portaria 755

Fonte: FOLHA S. PAULO - 30/05/2022  15h:20