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sábado, 5 de março de 2022

Falas de Arthur do Val sobre ucranianas são 'inaceitáveis', diz encarregado do país no Brasil

 BRASÍLIA - O encarregado de negócios da Embaixada da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, disse hoje que os comentários do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP) a respeito das ucranianas são "inaceitáveis".

Em áudios enviados para amigos divulgados pela imprensa nesta sexta-feira, 4, o parlamentar disse, entre outras agressões, que as mulheres naquele país “são fáceis porque são pobres".

Chegada do deputado estadual Arthur do Val no aeroporto de Guarulhos. Ele teve áudios vazados com discurso que depreciava mulheres ucranianas
© Willian Moreira/Futura Press/Estadão Conteúdo Chegada do deputado estadual Arthur do Val no aeroporto de Guarulhos. Ele teve áudios vazados com discurso que depreciava mulheres ucranianas

Questionado por jornalistas neste sábado, o chefe da Embaixada ucraniana em Brasília preferiu não se alongar, mas falou que caberá à sociedade brasileira julgar o parlamentar.

Mais cedo, o senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, afirmou que quer convocar o deputado Arthur do Val após as declarações ofensivas proferidas contra mulheres ucranianas.

Fonte: Estadão - 05/03/2022 20h:25

Irecê: SineBahia divulga vagas de emprego para segunda(7)

                            foto:reprodução


O SineBahia divulgou oito vagas de emprego disponíveis para próxima segunda-feira, dia 07 de março, na cidade de Irecê. Há vagas para vendedor externo, nutricionista, recepcionista, entre outras. Para gerente comercial, os salário é de R$ 2700. Confira logo abaixo!

Os interessados devem buscar atendimento na unidade do órgão, localizada na Praça Clériston Andrade, 100, área central da cidade, onde funciona o SAC. Para mais informações, o telefone para contato é o (74) 3641-3219. Não é preciso agendar e as senhas serão distribuídas conforme disponibilidade e por ordem de chegada.

DOCUMENTAÇÃO

De acordo com o SineBahia, os candidatos devem levar carteira de trabalho física ou digital; RG; CPF; comprovantes de residência, escolaridade e de vacinação contra Covid-19, além dos documentos específicos pedidos por cada vaga.


VAGAS DE IRECÊ PARA 07/03/2022


VENDEDOR EXTERNO

Ensino Médio completo

Experiência na função

Obrigatório possuir CNH ‘B’ e veículo próprio

02 VAGAS

GERENTE ADMINISTRATIVO

Ensino Superior completo

Experiência mínima de 06 meses na carteira

01 VAGA

TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO

Ensino Técnico completo

Experiência mínima de 03 meses na carteira

Obrigatório possuir CNH ‘A/B’

01 VAGA

NUTRICIONISTA

Ensino Superior completo

Não exige experiência

Obrigatório residir em Irecê

01 VAGA

RECEPCIONISTA

Ensino Médio completo

Experiência mínima de 06 meses na carteira

01 VAGA

PROMOTOR DE VENDAS

Experiência mínima de 06 meses na carteira

Obrigatório possuir disponibilidade para trabalhar em Irecê e região

01 VAGA

GERENTE COMERCIAL

Ensino Médio completo

Experiência na função

Salário 2.700,00

01 VAGA

OPERADOR DE CAIXA

Ensino Médio completo

Experiência na função

01 VAGA

Na Paraíba: Vídeo da sogra de prefeito de Campina Grande provoca “frisson”


Sogra de prefeito de Campina Grande cheira cocaína na bunda de outra mulher
Soraya Brito cheira cocaína na bunda de uma mulher - Foto: Reprodução


Por Ricardo Antunes — Um vídeo onde a sogra do prefeito de Campina Grande, Soraya Brito, aparece em um motel cheirando cocaína explodiu como uma bomba na Paraíba essa manhã. Soraya Brito é a mãe de Juliana Cunha Lima, casada com o prefeito Bruno Cunha Lima (Solidariedade).

Bruno Cunha Lima é sobrinho do ex-governador Cássio Cunha Lima, que foi um dos líderes nacionais do PSDB. O ex-senador vai lançar seu filho, o deputado Pedro Cunha Lima (PSDB), como candidato ao governo do Estado.

A gravação está sendo muito comentada nas redes sociais, e a hashtag #fofocadecampina é uma das mais citadas na região.

Ninguém sabe a autoria do vídeo. O blog confirmou sua autenticidade, mas não vai exibir o mesmo na íntegra.

Veja o vídeo:

O Outro Lado

Estamos procurando os citados para ouvir o outro lado, mas ainda não obtivemos retorno.

Fotógrafo português na Ucrânia relata: 'quem tem pele escura não passa'

O fotógrafo português Adriano Miranda, em Lviv, cidade na fronteira da Ucrânia com a Polônia - Arquivo pessoal
O fotógrafo português Adriano Miranda, em Lviv, cidade na fronteira da Ucrânia com a PolôniaImagem: Arquivo pessoal

CONFIRA A REPORTAGEM COMPLETA NA COLUNA DE DANIELA PINHEIRO NO TAB- LINK ABAIXO DO SITE UOL DE HOJE(5)

https://tab.uol.com.br/colunas/daniela-pinheiro/2022/03/05/fotografo-portugues-na-ucrania-relata-quem-tem-pele-escura-nao-passa.htm

Governo Bolsonaro: Alerta a brasileiros na Ucrânia foi vetado por visita de Bolsonaro a Putin


Alan Santos/PR

O setor consular do Itamaraty teria preparado um aviso aos brasileiros no exterior, após a avaliação de instabilidade política na região. A avaliação foi realizada pela área técnica do Ministério das Relações Exteriores.

Segundo informações da coluna de Jamil Chade, no portal UOL, a lógica era de que, se a embaixada do Brasil em Kiev montasse um plano e informasse os brasileiros que viviam na Ucrânia, a notícia chegaria à imprensa e sinalizaria que o Brasil considerava que uma guerra seria possível. Com isso, a reunião entre Bolsonaro e Putin ficaria estremecida.

Desde o início do conflito, brasileiros reclamam da falta de assistência por parte do Itamaraty.

Fonte:Metropoles - 05/03/2022

Justiça: Menor de idade que mata os pais não tem direito a herança, diz STJ

A regra que exclui da sucessão os autores, coautores ou partícipes de homicídio doloso contra a pessoa de cuja sucessão se tratar também vale para o herdeiro menor de idade, embora seus atos sejam tecnicamente definidos como "análogos ao homicídio doloso".

Menor que matou os pais cometeu ato análogo ao homicídio, mas ainda assim não terá direito a receber herança com os irmãos
123 RF

Com esse entendimento, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça negou provimento a recursos especiais de uma pessoa que tentava receber parte da herança dos pais, que foram mortos por ele próprio quando tinha 17 anos e 6 meses de idade.

Por conta do crime, essa pessoa foi alvo de ação de reconhecimento de indignidade com pedido de exclusão de herdeiro, ajuizada por seus dois irmãos. As instâncias ordinárias julgaram o pedido procedente, com base no artigo 1.184, inciso I do Código Civil.

A norma diz que são excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente.

Ao STJ, a defesa do autor do homicídio afirmou que a norma tem interpretação taxativa e, ao tratar de casos de "homicídio doloso", não pode ser estendida ao "ato infracional análogo ao homicídio doloso".

A diferenciação é importada da legislação penal, segundo a qual são penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos. Menor de idade não comete crime, apenas atos infracionais análogos aos crimes listados na lei.

A 3ª Turma do STJ analisou o caso em dois recursos especiais na mesma sessão de julgamento. No REsp 1.938.984, definiu que é juridicamente possível o pedido de exclusão da sucessão do herdeiro que ceifou a vida dos pais, mesmo na hipótese em que se trata de ato cometido por adolescente.

No REsp 1.943.848, concluiu que o artigo 1.184, inciso I do Código Civil é, de fato, plenamente aplicável ao caso do menor de idade que matou os próprios pais. A ministra Nancy Andrighi é a relatora de ambos os processos.

O ato, conquanto não seja um homicídio na esfera penal, não deixa de ser para os efeitos civis, afirmou a ministra Nancy Andrighi
Gustavo Lima/STJ

Civil x penal

Para a ministra Nancy, o fato de a regra do Código Civil sobre a exclusão da sucessão ser taxativa não leva à necessidade de interpretação literal de seu conteúdo e alcance. Essa é uma das formas, mas não a única maneira de obtenção da norma jurídica que se encontra simplesmente descrita no artigo 1.184, inciso I.

A relatora apontou que o núcleo essencial da norma é: não terá direito à herança quem atentar, propositalmente, contra a vida de seus pais, ainda que a conduta não se consume, independentemente do motivo.

Assim, a diferença técnico-jurídica entre o homicídio doloso e o ato análogo ao homicídio doloso, embora relevante na seara penal por conta das consequências e repercussões jurídicas, não tem a mesma relevância no âmbito civil.

"Dito de outra maneira, o ato praticado pelo filho, tentado ou consumado, de ceifar a vida dos pais (conduta reprimida pelo ordenamento jurídico), conquanto não seja tecnicamente um homicídio na esfera penal, isentando-o da reprimenda típica prevista nessa legislação, não deixa de ser um homicídio para os efeitos civis", explicou.

Por outro lado, entender que o ato análogo ao homicídio doloso contra os pais não acarreta a exclusão da sucessão esvaziaria completamente o conteúdo da regra do Código Civil em relação aos menores de 18 anos.

Com isso, negou provimento ao REsp 1.943.848, conclusão que mantém o autor do homicídio excluído da sucessão dos pais os quais ele próprio matou.

A votação em ambos os casos julgados foi unânime, conforme a posição da relatora. Ela foi acompanhada pelos ministros Paulo de Tarso Sanseverino, Ricardo Villas Bôas Cueva e Moura Ribeiro. Esteve ausente o ministro Marco Aurélio Bellizze.

Clique aqui para ler o acórdão do REsp 1.943.848
REsp 1.943.848
REsp 1.938.984

Fonte:ConJur -05/03/2022 16h:10

Turismo:Estado autoriza retomada de cruzeiros na Bahia

(Marina Silva/Arquivo CORREIO)




O governo da Bahia autorizou a retomada de cruzeiros marítimos no estado, informou neste sábado (5) a Secretaria de Saúde (Sesab). A pasta diz que a decisão foi tomada com avaliação técnica, "tendo em vista o cenário atual da pandemia". Com isso, já a partir da segunda (7), navios poderão atracar nos portos de Salvador e Ilhéus, desde que cumpram todas as medidas de protocolo. 

A Sesab diz que em um mês, contando a partir do dia 4 de fevereiro, houve uma redução "consistente" dos casos ativos de covid-19 na Bahia, baixando de quase 37 mil para 4.774 casos registrado nesta sexta (4). Ao mesmo tempo, a cobertura vacinal aumentou. Já são mais de 10,3 milhões de baianos com duas doses do imunizante contra a covid-19. 

A secretária Adélia Pinheiro diz que além disso as pessoas já aprenderam que medidas como uso de máscara e higienização, associada ao esquema vacinal completo, são eficazes para o controle da pandemia.

A decisão foi apoiada pela Secretaria de Turismo (Setur). O secretário Maurício Bacelar destacou a importância econômica para o estado dos cruzeiros. “O desembarque de navios de cruzeiro nos portos baianos produz grande impacto econômico, com geração de novos postos de trabalho diretos, indiretos e induzidos. São milhares de passageiros circulando pelas ruas das cidades, fazendo compras e passeios e consumindo em bares e restaurantes”, diz.

Agora, a inclusão da Bahia nos roteiros depende da Associação dos Navios de Cruzeiros (Clia). “Temos sempre interesse em manter a Bahia nos roteiros e caberá aos nossos associados avaliar a possibilidade de inclusão do estado nesta temporada”, disse o presidente da Clia, Marco Ferraz.

Fonte:Correio da Bahia  - 05/03/2022 16h

Feira de Santana: Preso suspeito de ser o mandante de triplo homicídio no Campo Limpo

Um homem de 58 anos é suspeito de ser o mandante do triplo homicídio no bairro Campo Limpo, em Feira de Santana, no último domingo (27). Ele se apresentou na tarde desta sexta-feira (4) na Delegacia de Homicídios após intimação, e foi preso após o interrogatório, uma vez que a justiça já tinha decretado a prisão preventiva do mesmo.

O delegado Rodolfo Faro, titular da Delegacia de Homicídios, relatou ao Acorda Cidade, que o crime foi motivado por um furto que teria sido praticado por uma das vítimas, Pedro José Correia dos Santos. Além de Pedro, foram assassinados na residência onde moravam, a esposa dele, Jéssica Souza da Cruz, 28 anos, e a enteada, Mayla da Cruz Correia, de apenas 11 anos de idade.

“Esse indivíduo é apontado, segundo as investigações, como o mandante deste triplo homicídio. O crime teria sido motivado em razão de um furto cometido pela vítima Pedro, da importância de R$ 35 mil e duas armas de fogo no final de janeiro deste ano. Esse indivíduo que foi preso hoje (4) teria chegado, inclusive, a registrar a ocorrência do furto da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos em Feira de Santana, imputando a autoria do furto a Pedro. Cinco dias depois ele retornou à delegacia, alegando que estava sendo vítima de ameaça e pediu pra retirar o nome de Pedro da ocorrência, o que nos levou a suspeitar do mesmo”, contou.

Fugitivo do presídio atirou nas vítimas

Rodolfo Faro disse também que no decorrer das investigações foi identificado o autor dos disparos, o executor do crime, que é, segundo o delegado, um dos detentos que fugiram do Conjunto Penal de Feira de Santana, no último dia 24 de fevereiro. O delegado disse ao Acorda Cidade, que ele teria fugido e cometido esse crime a mando do homem que foi preso hoje, por ter uma ligação com o filho dele.

“Na verdade, o filho do indivíduo que foi preso hoje foi acusado de um latrocínio em 2013 com esse presidiário e a relação que existia entre eles era de comparsas em razão deste latrocínio. Durante a investigação a gente teve como associar o elo de ligação  entre essa pessoa e o filho do indivíduo que foi preso hoje”, informou.

O suspeito de ser o mandante do crime nega as acusações. Ele ficará custodiado por 30 dias. Inicialmente a polícia trabalha com a hipótese de três envolvidos no triplo homicídio, mas pode haver outros.

 “A princípio três pessoas estão envolvidas, além de um carro que foi utilizado para dar cobertura e o executor que estava em uma motocicleta, mas podem haver outras pessoas envolvidas. Como o executor está foragido, a gente não tem informações sobre o porquê da mulher e da filha terem sido assassinadas”, concluiu.

De acordo com o delegado, o suspeito de ser o mandante disse que trabalha como sapateiro. Ele já tinha sido intimado para ser interrogado na última segunda-feira (28), um dia após o crime, mas não compareceu, deixando para ir à delegacia hoje, sem a companhia de um advogado.

Agora a polícia procura os demais investigados para interrogá-los em busca de novas provas de suas participações no crime.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

Fonte: Acorda Cidade - 05/03/2022 16h

Governo Bolsonaro: Explorar terras indígenas por falta de potássio é 'ideia maluca', diz ex-ministro da Fazenda



Em entrevista ao UOL News, o economista Maílson da Nôbrega, ex-ministro da Fazenda, fala sobre o impacto da guerra na Ucrânia para o Brasil e comenta a declaração do presidente Jair Bolsonaro sobre o projeto. Confira o vídeo do site UOL acima.

Bahia: Sindicato aciona CADE contra empresa que comprou a Landulpho Alves após gasolina chegar a R$ 8

 

Novo aumento faz gasolina chegar a R$ 8 na Bahia; sindicato aciona CADE contra Acelen
Foto: Reprodução / TV Bahia

Um novo aumento nos primeiros dias de março fez a gasolina ultrapassar os R$ 8 em alguns postos de Salvador e no interior do estado. Em Ilhéus, na região sul da Bahia, por exemplo, um posto chegou a reajustar em mais de R$ 1 o valor do produto. De acordo com a TV Bahia, na sexta-feira (4) o litro da gasolina era vendido por R$ 7,04 e neste sábado (5) já se encontrava por R$ 8,14.

 

Segundo o Sindicombustíveis, a gasolina A teve aumento de R$ 0,6226 e o ICMS aumentou R$ 0,2921. Já o diesel S10 teve alteração de R$ 0,8720 e o aumento do ICMS do biodiesel S10 vai ter acréscimo de R$ 0,2366. Enquanto o aumento do diesel S500 é de R$ 0,9186 e do ICMS do biodiesel S500 é de R$ 0,2454.

 

“A Acelen não vem praticando o congelamento do ICMS, determinado pelo Governo do Estado da Bahia, e o imposto representa hoje um custo de R$ 2,2442 por litro da gasolina C”; de R$ 1,3462 no litro do biodiesel S10, e de R$ 1,3196 no litro do biodiesel S500”, diz o presidente do sindicato, Walter Tannus Freitas.

 

Diante dos constantes aumentos o Sindicombustíveis, acionou na última sexta-feira (4) a Acelen no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), por possível abuso de poder econômico. De acordo com os documentos apresentados ao CADE, a empresa vem praticando, na Bahia, preços substancialmente maiores do que os que ela própria pratica para venda a outros Estados, como Alagoas, Maranhão e até mesmo Amazonas.

 

Ainda conforme Tannus, as diferenças em relação à gasolina A, que em fevereiro era de R$ 0,30 o litro em relação às demais refinaria, com este novo aumento passa a ser acima de R$ 0,95. No caso do diesel S10, que era de R$ 0,28, hoje, está em R$ 1,14 o litro. “O governo e a sociedade esperavam que, com a privatização, os preços caíssem. Mas, no caso da Bahia, tem se verificado justamente o contrário.


O sindicato entende que possa haver abuso de poder econômico da Acelen, que atua como monopolista no mercado de refino na Bahia, e vem impondo às distribuidoras preços maiores que os praticados pelas demais refinarias brasileiras”, pontuou.


STF: Moraes manda Planalto explicar viagem de Carlos Bolsonaro à Rússia

 

Moraes manda Planalto explicar viagem de Carlos Bolsonaro à Rússia
Foto: Flickr / Palácio do Planalto

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta sexta-feira (4) que o Palácio do Planalto explique em cinco dias as condições oficiais de participação de Carlos Bolsonaro, filho do presidente, na comitiva presidencial que viajou à Rússia.
 

O ministro aponta que devem ser informados gastos, eventuais diárias pagas e também a agenda realizada. Carlos é vereador do município do Rio de Janeiro, filiado ao Republicanos. Moraes também ordenou que a Câmara carioca informe sobre eventual licença oficial para que o político fizesse a viagem.
 

A decisão de Alexandre de Moraes atende a um pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) a respeito da presença de Carlos e do assessor Tércio Arnaud --líder do chamado "gabinete do ódio"-- na viagem que o presidente fez a Moscou entre os dias 14 e 16 deste mês.
 

Randolfe diz no pedido que Tércio articula uma rede de divulgação de fake news e que sua conta "foi uma das 88 [entre perfis pessoais e páginas] no Brasil suspensas pelo Facebook e pelo Instagram por infringir as regras de conduta dessas redes sociais".
 

Também afirma que a visita à Rússia contrariou posição histórica do Brasil no âmbito das relações internacionais e que foi "aproveitada pelo presidente da República e seus asseclas para promovê-lo, na base do meme, com mais uma mentira a ser utilizada por sua máquina de propaganda".
 

No dia 15, data da chegada de Bolsonaro a Moscou, Vladimir Putin anunciou, antes de um encontro com o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, o início de uma retirada de tropas em torno da Ucrânia. O movimento, à época, foi interpretado como um possível recuo em uma eventual decisão de invadir o país vizinho, e o presidente brasileiro buscou capitalizar o assunto, sugerindo uma influência sobre o russo, ao dizer repetidas vezes que a manobra de Putin se deu "por coincidência ou não" de sua visita.
 

No dia 24, Putin deu início a uma operação militar que desencadeou a guerra atual. Bolsonaro agora vem falando em manter "equilíbrio" no conflito.
 

Na ação ao Supremo, Randolfe ainda cita acusações de que a Rússia seria o país de origem de uma série de ataques hackers relacionados à votação do brexit, em 2016, no Reino Unido, e às eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2016 e 2020.
 

Após o pedido de Randolfe, a Procuradoria-Geral da República afirmou que não havia identificado irregularidade na presença do vereador e de Tércio na comitiva e pediu ao Supremo que solicitasse mais informações sobre a viagem --de forma facultativa.
 

Alexandre de Moraes não seguiu a manifestação da PGR e determinou as explicações. A ordem foi tomada no âmbito do inquérito das milícias digitais antidemocráticas.
 

"Os fatos noticiados guardam aparente relação com o objeto desses autos, sendo necessária a adoção de medidas para seu completo esclarecimento, especialmente por esta apuração se debruçar sobre atividade de organização criminosa, com núcleos de produção, publicação, financiamento e político, resultando em ataques ao Estado Democrático de Direito, incluídos os ataques e ameaças ao sistema eleitoral brasileiro", disse o ministro.
 

Em entrevista ao programa Pingo nos Is, da Jovem Pan, na última segunda (28), Bolsonaro comentou a ida do seu filho à viagem.
 

"Bateram muito em mim porque levei um filho meu para a Rússia, não é?", disse. "Ele faz um trabalho de mídia comigo, me assessora, conversa comigo, traz informações precisas e geralmente fica no meu quarto. Nessas viagens que ele faz comigo, os chefes de Estado têm doado toda a hospedagem e alimentação de graça."


Fonte: FOLHAPRESS- 05/03/2022 15H:45

Rússia x Ucrânia: Prefeito de Mariupol diz que Rússia não está respeitando cessar-fogo

De janela, se vê uma aglomeração de pessoas fugindo da Ucrânia numa estação de trem - MetrópolesAytac Unal/Anadolu Agency via Getty Images

Segundo Vadym Boichenko, o acordo está sendo respeitado apenas na região de  Donetsk


O prefeito Vadym Boichenko, da cidade de Mariupol, que vem sofrendo seguidos ataques da Rússia, relatou que as tropas russas não estão respeitando o acordo de cessar-fogo. No 10º dia da invasão da Ucrânia, foi firmado um cessar-fogo parcial, para possibilitar os corredores humanitários, que permitem a fuga da população civil ucraniana.

Em um comunicado, a prefeitura da cidade disse que a medida está sendo respeitada apenas em Donetsk. “Ao longo do caminho, na região de Zaporizhia, estão ocorrendo combates. Estamos negociando com o lado russo para confirmar o regime de silêncio ao longo de toda a rota de evacuação de civis de Mariupol”, disse.

Nas redes sociais, o prefeito Vadym Boichenko pediu que, com o anúncio de cessar-fogo, os moradores deixassem a cidade.

“Caros moradores de Mariupol, a partir de hoje, começa a evacuação da população civil na cidade. Não é uma decisão fácil, mas, como sempre disse, Mariupol não são ruas e casas. Mariupol são seus habitantes, somos você e eu. Nossa principal tarefa sempre foi e continua sendo proteger as pessoas”, assinalou.

“Nas condições em que nossa cidade está, constantemente sob fogo implacável dos ocupantes, não há outra solução senão permitir que os moradores, isto é, você e eu, deixem Mariupol com segurança”, completou Boichenko.

Cessar-fogo

Rússia declarou cessar-fogo parcial no começo deste sábado (5/3), no 10º dia da invasão da Ucrânia. De acordo com o Ministério da Defesa russo, os ataques diminuirão, para possibilitar os corredores humanitários, que permitem a fuga da população civil ucraniana.

As tropas russas entrarão em “modo silencioso”, e a primeira região com caminho liberado será a cidade portuária de Mariupol, que já se encontrava sem água, luz e comida para os moradores. Volnovakha também terá uma trégua no mesmo horário.

“Hoje, 5 de março, a partir das 10h, horário de Moscou, o lado russo declara regime de silêncio e abre corredores humanitários para a saída de civis de Mariupol e Volnovakha”, informou o órgão.

A medida foi negociada entre os dois países nas últimas reuniões de mediação do conflito, no Conselho de Segurança da ONU. Os moradores terão cinco horas para deixar as cidades, segundo a RIA, agência russa de notícias.

A liberação começou às 10h, no horário da capital Moscou (5h em Brasília). De acordo com Mikhail Podolyak, do gabinete do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, cerca de 20 mil civis têm a intenção de deixar a cidade de Volnovakha. Já em Mariupol, o número chega a 200 mil pessoas.

O governo ucraniano avisou que será aberto um corredor humanitário de Mariupol a Zaporozhye durante o cessar-fogo. “É estritamente proibido desviar da rota”, alertam os ucranianos.

Fonte: Metropoles - 05/03/2022 11h:50

Do Blog do Noblat: Eu vivi para ver juntos Bolsonaro e parte dos comunistas brasileiros

                                                 imagem:reprodução


Louve-se o Partido da Causa Operária (PCO), agremiação da extrema esquerda brasileira fundada em 1995, que no fim de 2021 tinha pouco mais de 4 mil filiados, e que usa como símbolos a foice e o martelo. Nunca elegeu ninguém, mas nunca enganou ninguém. Seu jornal “Bandeira Vermelha” é exemplo disso.

Na sua mais recente edição, que começou a circular ontem, acima de uma foto de Vladimir Putin, o jornal estampa a seguinte manchete: “Fora imperialismo – Por que os trabalhadores devem apoiar a Rússia? – Na guerra entre o imperialismo e um país atrasado, os trabalhadores sempre devem apoiar o país atrasado”.

No caso, para o PCO, o país atrasado é a Rússia, embora dona do maior arsenal nuclear do mundo; é a Ucrânia que a ameaça por estar a serviço do imperialismo, um “consórcio da burguesia dos países desenvolvidos, Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e etc.”. Quer dizer: o agressor é a Ucrânia, a vítima, a Rússia.

Não é muito diferente do que pensa, mas não diz com todas as letras, Jair Bolsonaro. Às portas da guerra, com a Ucrânia cercada por quase 200 mil soldados, ele visitou Moscou para se solidarizar com a Rússia, segundo disse. Insinuou que sua visita provocara a retirada de tropas russas, algo que não aconteceu, pelo contrário.De volta, tão logo a guerra começou, criticou a imprensa por falar em um possível “massacre”. E, desde então, repete que o Brasil é “um país neutro” em relação ao conflito, embora na ONU o Brasil já tenha condenado três vezes a invasão russa. “O Brasil não mergulhará numa aventura”, advertiu, acrescentando:

“Hoje temos um problema a 10 mil quilômetros daqui, e a nossa responsabilidade em primeiro lugar é com o bem-estar do nosso povo. […] Respeitamos a liberdade de todos. Queremos a paz. Estamos conectados com o mundo todo, o equilíbrio, a isenção e o respeito a todos se faz valer (sic) pelo chefe do Executivo”.

Sobre o bem-estar do povo, o Itamaraty quis avisar aos brasileiros que moram na Ucrânia que deveriam sair de lá ante a iminência da guerra; Bolsonaro não deixou. O agronegócio nacional, que apoia a reeleição dele, depende em 85% da importação de fertilizantes fabricados por outros países, um quarto pela Rússia.

Nessa sexta-feira, dia 4, o governo russo recomendou aos produtores de fertilizantes que suspendam as exportações do produto devido às sanções econômicas que sofre por invadir a Ucrânia. Bolsonaro sabia que seria assim. Um dia antes, a ministra Tereza Cristina, da Agricultura, alertara em live:

“[Eu] temo a suspensão desse comércio, porque não temos como pagar esses produtos, nem navios para carregar. Enquanto houver guerra, é totalmente descartada a possibilidade de receber fertilizantes”.

O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues foi mais direto:

“A oferta de fertilizantes muito caros, somada a uma renda muito menor no campo este ano e ao aumento de custo devido à escassez de matéria-prima, criam um horizonte plúmbeo para o ano que vem, em pastagem, cultura de cana-de-açúcar, café, laranja, tudo”.

Bolsonaro embarcou na aventura russa e deu-se mal. Pela segunda vez na contramão do mundo (a primeira foi quando receitou cloroquina contra a Covid-19 e sabotou a compra de vacinas), está internacionalmente mais isolado do que jamais esteve; e na companhia dos comunistas extremados.

Na Rússia, o Partido Comunista faz oposição a Putin, apesar de no Parlamento votar com ele na maioria das vezes.

Fonte:Blog do Noblat - 05/03/2022 11h:25



Rússia e China cimentaram laços econômicos antes da invasão da Ucrânia

 Pequim – Enquanto ataca a Ucrânia, a Rússia tem um poderoso aliado econômico para ajudá-la a resistir às sanções ocidentais: a China.

Um trem com carvão em Yekaterinburg, Rússia, 15 de fevereiro de 2020. (Maxim Babenko/The New York Times)© Distributed by The New York Times Licensing Group Um trem com carvão em Yekaterinburg, Rússia, 15 de fevereiro de 2020. (Maxim Babenko/The New York Times)

As compras chinesas de petróleo russo em dezembro superaram o volume adquirido da Arábia Saudita. Seis dias antes do início da campanha militar, a Rússia anunciou um acordo de anos para vender quase 91 milhões de toneladas métricas de carvão para a China – contrato no valor de mais de US$ 20 bilhões. E, horas antes do início do ataque à Ucrânia, a China concordou em comprar trigo russo, apesar das preocupações com doenças vegetais.

Em um retrocesso à década de 1950, quando Mao Tsé-Tung trabalhou em estreita colaboração com Josef Stálin e, em seguida, com Nikita Khrushchov, a China está novamente se aproximando da Rússia. À medida que os Estados Unidos e a União Europeia aumentam sua cautela em relação à China, os líderes em Pequim decidiram que suas melhores perspectivas geopolíticas residem em casar seu vasto poder industrial com os formidáveis recursos naturais da Rússia.

Os recentes acordos de alimentos e energia são apenas os últimos sinais do alinhamento econômico sino-russo. "O que aconteceu até agora é só o início tanto do expansionismo russo por meio da força quanto do apoio econômico e financeiro chinês à Rússia. Isso não significa que a China apoie diretamente em qualquer grau esse expansionismo – significa apenas que Pequim percebe a grande necessidade de manter e impulsionar a parceria estratégica com Moscou", escreveu Shi Yinhong, professor de relações internacionais da Universidade Renmin, em Pequim, em uma mensagem de texto.

Os Estados Unidos e a União Europeia esperam que as sanções forcem a Rússia a reconsiderar suas políticas. Mas Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, disse em um briefing recente que a China se opôs à adoção de sanções: "As sanções nunca são uma maneira eficaz de resolver os problemas. Espero que as partes relevantes ainda tentem resolvê-los por meio do diálogo e da consulta."

Ao mesmo tempo, a invasão russa à Ucrânia impôs um dilema diplomático constrangedor à China, violando o princípio da soberania nacional que os líderes chineses consideram sacrossanto. Embora o presidente chinês Xi Jinping não tenha criticado a Rússia publicamente, poderia usar a relação econômica de seu país com seu vizinho do norte como uma vantagem para persuadir os russos a resolver a crise rapidamente.

Xi e o presidente russo Vladimir Putin conversaram por telefone depois do início dos ataques. Segundo uma declaração oficial chinesa posterior, Xi havia expressado apoio à Rússia na negociação de um acordo com a Ucrânia – posição que Putin também quer, desde que seus termos sejam aceitos.

Até agora, grande parte das importações chinesas de energia e alimentos se deparava com mares patrulhados pela marinha americana ou pela indiana. Como os líderes da China têm se concentrado ultimamente na possibilidade de conflitos, com os gastos militares do governo no ano passado crescendo quatro vezes mais depressa do que outros, eles enfatizaram uma maior dependência da Rússia para suprimentos cruciais.

A China e a Rússia compartilham uma fronteira de quase 4.345 quilômetros, e nos últimos anos a China se tornou a maior fonte de importação da Rússia e o maior destino de suas exportações. "Dadas as tensões geopolíticas, a Rússia é, nesse aspecto, um parceiro muito natural", comentou Andy Mok, pesquisador sênior do Centro para a China e a Globalização, em Pequim.

As sanções ocidentais iniciais contra a Rússia se concentraram na limitação das exportações de tecnologia e na imposição de penalidades financeiras. Por enquanto, as autoridades americanas se esquivaram de visar bens de consumo, produtos agrícolas e energia para tentar evitar prejudicar as pessoas comuns e alimentar ainda mais a inflação.

A China é o maior produtor mundial de eletrônicos, máquinas e outros produtos manufaturados, e os fornece à Rússia em troca de alimentos e energia.

Uma nova pedra angular das relações entre a China e a Rússia é uma declaração que, de acordo com algumas autoridades ocidentais, é efetivamente um pacto sino-russo de não agressão. Foi divulgada por Pequim e Moscou em quatro de fevereiro, quando Xi e Putin se encontraram antes da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. A declaração afirmava que a amizade dos dois países "não tem limites".

As duas nações vêm ampliando seus laços há anos, e a força desse vínculo parecia dar a Putin a confiança para retirar tropas e equipamentos militares da fronteira com a China e de outras partes da Sibéria no início deste inverno e deslocá-las para a fronteira com a Ucrânia e Belarus. A relação mais robusta também está propiciando uma cooperação econômica mais estreita. "A declaração conjunta é forte e tem consequências duradouras para a nova ordem mundial", disse Jean-Pierre Cabestan, professor de pesquisa de ciência política da Universidade Batista de Hong Kong.

Não está claro se a China ajudará a Rússia a escapar das sanções impostas. As restrições tecnológicas, quando promovidas em conjunto com aliados, bloqueariam cerca de um quinto das importações russas, de acordo com o governo.

As empresas chinesas que burlam essas regras podem enfrentar punições crescentes dos Estados Unidos, incluindo sanções criminais e civis, apontou Martin Chorzempa, membro sênior do Instituto Peterson de Economia Internacional. Essas empresas também podem ser cortadas da tecnologia e do sistema financeiro dos EUA.

A ZTE e a Huawei, duas companhias chinesas que foram impedidas de receber exportações tecnológicas americanas, atraíram a atenção do governo dos EUA em parte por evitar sanções contra o Irã.

"A pergunta interessante é: a China vai se adequar a isso?", disse Chorzempa, acrescentando que a China também tem uma lei destinada a penalizar as empresas que seguirem sanções extraterritoriais de países como os Estados Unidos, todos os fatores que "poderiam impor um dilema real às companhias". "Se não seguirem os EUA, vão ficar em apuros com os EUA, mas, se não seguirem a China, também poderão enfrentar sanções na China."

É claro que multar as empresas que não estão dispostas a pagar e monitorar se estas cumprem as regras pode ser difícil, segundo Chorzempa: "Já está se mostrando difícil monitorar as coisas que já são controladas, e se você expandir essa lista, será um verdadeiro desafio verificar o que entra na Rússia."

Os controles de exportação do governo Biden se aplicam a bens produzidos em qualquer país, desde que usem tecnologia dos EUA – incluindo fabricantes de chips como a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. e a Semiconductor Manufacturing Industry Corp, com sede em Xangai.

Ambas as empresas continuam dependendo dos Estados Unidos para certos componentes e tecnologia de fabricação, informou Gabriel Wildau, diretor administrativo da empresa de consultoria Teneo. Se continuarem fornecendo para a Rússia, a SMIC e outras empresas chinesas podem parar de receber tecnologia dos EUA, o mesmo tipo de penalidade que prejudicou a Huawei. "Se Pequim for vista como facilitadora de Moscou, isso aumentará a pressão no Congresso dos EUA para estender essas restrições", escreveu Wildau em nota aos clientes. Pequim também enfrentaria o risco de que outros grandes exportadores de tecnologia, como o Japão, a Coreia do Sul e os Países Baixos, "adotassem a linha mais dura de Washington".

Os bancos estatais da China também podem correr riscos por continuar emprestando à Rússia. A China e a Rússia têm usado mais o renminbi e o rublo em seu comércio. Pequim também vem tentando desenvolver o uso digital de sua moeda como uma alternativa ao dólar, o que poderia ajudar a Rússia a limitar o efeito das sanções financeiras.

Mas os bancos chineses ainda dependem profundamente do dólar americano. Embora alguns deles já pareçam estar interrompendo seu financiamento à Rússia, Wildau afirmou que Pequim poderia optar por apoiar sua vizinha usando bancos estatais menores que não fazem muitos negócios internacionais que exigem o uso do dólar.

Mok observou que a China, a Rússia, o Irã, a Venezuela e outros países sentiram o peso das sanções financeiras dos EUA, ampliando sua necessidade de mais comércio e investimento em outras moedas que não o dólar.

Mesmo que entidades chinesas contornem as regras dos EUA, é improvável que Pequim divulgue isso. Apesar de sua professada aversão a sanções, a China pune regularmente parceiros comerciais que a burlaram de alguma forma. O país faz isso mediante ordens não anunciadas enviadas aos funcionários da alfândega, para evitar violações claras das regras de comércio internacional.

A aproximação entre a China e a Rússia em questões energéticas, alimentares e financeiras traz riscos para Pequim e para Xi.

A China conta com superávits comerciais enormes e crescentes com os Estados Unidos e nações europeias. Se parecer que ela não condena os movimentos agressivos de Putin, isso pode fortalecer o apoio no Ocidente a tarifas ou mais restrições à tecnologia e ao comércio.

Outras barreiras comerciais podem começar a diminuir a dependência de empresas e consumidores ocidentais das fábricas chinesas, que criaram dezenas de milhões de empregos na China. Antecipando tal ameaça, Xi trabalhou duro nos últimos anos para reduzir a dependência chinesa de outros países, subsidiando empresas de uma gama quase completa de bens industriais produzidos no mercado interno. Em um discurso em 2020, ele ordenou que a China "diminua a dependência da cadeia industrial internacional em nosso país, a fim de contra-atacar e diminuir a capacidade de sucesso das tentativas externas de cortar nossas cadeias de suprimentos".

c. 2022 The New York Times Company - 05/03/2022 11h:16