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A exclusão da Rússia do Swift, principal sistema de transações financeiras internacionais, anunciada neste sábado (25), pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen (foto), traz consequências não apenas para as instituições financeiras daquele país, mas também para alguns bancos e bolsas europeias.
Os bancos russos, é claro, são os mais afetados até agora. O Sberbank of Russia, cotado na bolsa de Londres, perdeu cerca de 70% na manhã desta segunda-feira, tendo caído de 4,06 para 1,26 libras por ação. O TCS, também cotado em Londres e que que detém o Tinkoff Bank, perdeu quase 70%, de 36 para 11,7 libras. Ambos chegaram a perder cerca de 80% na negociação de manhã.
Por outro lado, os bancos europeus mais expostos à Rússia, como o Raiffeisen Bank, da Áustria, o UniCredit, da Itália, e o Société Générale, de França, caíram entre 10 e 15%.
O BCP de Portugal, que tem uma importante operação na Polónia, caiu cerca de 5,3%. O índice europeu Stoxx Europe 600 Banks, caiu quase 6%.
A decisão de excluir a Rússia do sistema veio após acordo estabelecido entre Estados Unidos, França, Alemanha, Itália, Canadá e Reino Unido.
O bloqueio anunciado pela Comissão Europeia não visa todos os bancos russos, mas apenas alguns que foram previamente selecionados.
O que é o Swift
Swift é a sigla de Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication, em inglês) e permite transferências de recursos financeiros entre países de maneira rápida e segura.
O sistema criado em 1973 é baseado na Bélgica e conecta 11 mil bancos e instituições em mais de 200 países. Não se trata de um banco tradicional. É uma espécie de sistema de mensagens instantâneas que informa os utilizadores quando pagamentos foram enviados e quando eles chegaram ao destino.
Ele envia mais de 40 milhões de mensagens por dia, e vários milhares de milhões de dólares passam de mão em mão entre empresas e governos. Acredita-se que mais de 1% dessas mensagens envolvam pagamentos russos.
Colapso do Rublo
A primeira consequência da sanção da Comissão Europeia contra a Rússia pôde ser sentida já nesta segunda-feira, com o colapso do rublo, que chegou a cair 31% frente ao euro. A moeda da Comunidade Comum Europeia chegou a 123,25 rublos durante a abertura do mercado. A desvalorização, no entanto, foi freada ao longo da manhã e caiu para 12%. Como comparação, na semana passada, o euro valia 92,57 rublos. A desvalorização do rublo desde a invasão da Ucrânia soma 17%.
Reação russa
Como reação à saída do Swift, o Banco Central da Rússia tomou um conjunto de medidas de emergência nesta segunda-feira. Subiu drasticamente a taxa de juros de 9,5% para 20%, anunciou garantir a liquidez em moeda nacional dos bancos, disponibilizando 733 mil milhões de rublos, ordenou que as empresas exportadoras vendam 80% das suas reservas em moeda estrangeira e proibiu os não-residentes de venderem títulos do Tesouro.
Fonte: Revista Fórum /Com informações do Expresso da Ilhas em 28/02/2022
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